Da subjugação dos media locais Quando, ontem, numa aula de mestrado, debatíamos alguns assuntos que têm feito a actualidade no campo dos media, uma estudante chamou a atenção para o que se passa nos media regionais e a sua relação com os poderes locais. O "Diário de Notícias" de hoje traz uma dramática ilustração desse ponto, na peça de Marina Almeida, intitulada Rádio da Covilhã acata crítica da autarquia local. Resumindo, de forma cronológica, os factos: - Divulgação pública de um fax, remetido pela Direcção de Comunicação e Relações Públicas da Câmara Municipal da Covilhã ao presidente da Rádio Clube da Covilhã (RCC), António Jorge Santos Silva, em que é anunciado o corte de relações com os jornalistas daquela rádio. Motivo: discordância, por parte da autarquia, dos critérios editoriais da rádio na cobertura de um evento em que participou o presidente da câmara, Carlos Pinto (PSD). - A direcção da Rádio Clube da Covilhã (RCC) emitiu, nesta quinta-feira, uma nota em que anuncia uma «completa reformulação da programação e da informação (...) bem como do seu corpo de colaboradores». Pormenor curioso da notícia do DN: a nota da direcção da Rádio, assinada pelo seu presidente, foi redigida pelo director de Programas, Joaquim Matias, vereador do PSD da Câmara Municipal da Covilhã e aprovada, pela direcção, perante os trabalhadores da rádio, numa reunião convocada para averiguar quem tinha tornado público o fax emitido pelos serviços de Relações Públicas da autarquia. - Remate: Contactado pelo DN, o presidente da RCC recusou fazer qualquer comentário. Já o director de Programas apenas fez questão de repetir que «o documento [fax emitido pela câmara] foi roubado» .
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