Ipsis Verbis "Seria imperdoável descurarmos a barreira com que é imperioso conter o avanço do populismo. Ele existe mesmo, e tem expressão social, cultural e política. Não se trata, apenas, de uma peculiaridade do par Santana Lopes-Paulo Portas. Estabeleceu já, entre nós, raízes profundas, bem visíveis no panorama audiovisual, com a transformação da informação numa variante do entretenimento, o primado dos "reality shows" e a ilusória colocação das pessoas vulgares na frente da cena televisiva; no panorama desportivo, com a protecção de todo o tipo de falcatruas pela lógica multitudinária dos adeptos; no panorama autárquico, pela consagração desmedida do localismo e do pseudofontismo da "obra feita"; na banalização da tábua de valores, com a ideia de que tudo, mesmo a dignidade, é transaccionável e tudo é efémero, mesmo o compromisso." Augusto Santos Silva, Público, 11.12.2004 "A avaliar pelo que já por aí vai, a campanha eleitoral adivinha-se desaustinada e mesmo bravia.Quando digo bravia, não me refiro à contundência das afirmações, que em certa medida até será positiva. Em política, não há nada pior que as meias-tintas e, normalmente, aquilo que se considera escandaloso ou excessivo não é senão o que é dito pelos adversários e com que não se concorda. A frontalidade não constitui, por isso, um obstáculo nem irá beliscar, sequer ao de leve, a integridade e a reputação das instituições, contrariamente ao que parecem acreditar alguns dos seus vigilantes de última hora. Uma campanha, no entanto, não pode ficar-se pela maior ou menor braveza das proclamações e dos ataques. E a próxima, por maioria de razão, conviria que a par da força das convicções trouxesse também alguma clareza nas explicações". Diogo Pires Aurélio, in Diário de Notícias 11.12.2004 "Santana Lopes vivia com uma notória obsessão sobre o que os media diziam sobre ele. A julgar pelas explicações apresentadas por Jorge Sampaio, o primeiro-ministro tinha razões em temer a pior das consequências sobre as notícias dos jornais." Armando Esteves Pereira, Correio da Manhã, 11.12.2004
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