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Os media e o tempo da vida e da morte "O actual tempo mediático alterou o antigo tempo dramático da vida e da morte. Já não há um tempo para viver e um tempo para morrer, pois os tempos encurtaram-se e a sua espessura é mais fina do que uma folha de papel. (...) Não era assim antes do império do directo e do imediatismo noticioso. As agonias de grandes figuras históricas, como foi o caso de alguns papas antes deste, apareciam enquadradas no tempo do próprio acontecimento, sem a ansiedade febril da antecipação que é imposta pela nova e implacável velocidade dos media. O anúncio de uma morte iminente é já a confirmação dessa morte - "irreversível", como é sublinhado em todos os noticiários". Vicente Jorge Silva, DN, 3.4.2005 O frenético decreto da morte por antecipação foi assinado pelo louco mundo dos media, à escala global, de há 48 horas para cá. O funeral, encomendado pelo circo noticioso, desenrolou-se imparável, no inferno de onde esteve ausente qualquer espécie de pudor que a agonia humana merecia. Em alguns canais, o Vaticano foi tratado como uma "fonte" espúria, que contra todas as evidências mediáticas se recusava a confirmar que o Papa já tinha morrido. Público, 3.4.2005 "A Igreja Católica é só o Papa? (...) esta pergunta, tantas vezes repetida, é agora, pelo menos, de mau gosto. Decorre, porém, da própria lógica imposta pelos grandes meios de comunicação social. Reduziram a celebração da Semana Santa e da Páscoa - no vasto mundo de comunidades católicas - à repetitiva articulação do boletim clínico do Papa com pormenorizadas hipóteses da sua participação ou não nas cerimónias organizadas pelo Vaticano, acompanhada dos cenários possíveis da sua morte e da eleição de um novo sucessor na cátedra de S. Pedro. (...)Não se deve esquecer o que se passa num palco. Quando a luz incide só numa figura o resto desaparece. João Paulo II foi adoptado nas horas de triunfo, de alegria e de sofrimento extremo. Quando se apagar a luz sobre o seu rosto, que Igreja iremos descobrir nos diversos continentes?" Bento Domingues, in Público, 3.4.2005 "As televisões, em Portugal, voltaram a mostrar que estão em grande nível. Todos os canais se mobilizaram, a um nível quase sem precedentes, para acompanharem as últimas horas de Karol Josef Wojtyla, enviando equipas inteiras para Roma, alterando profundamente o ritmo normal das suas emissões. Compreende-se, claramente, esta posição editorial". Nuno Farinha, director da TVGuia, in CM, 3.4.2005 "Mesmo na agonia que ontem o levou à morte, o Papa João Paulo II cativou e comoveu milhões em todo o mundo. E isso era parte do seu mistério. Num mundo tão fortemente mediatizado, no final de um pontificado que tão bem aproveitou as potencialidades da mediatização, não surpreendeu que nos últimos dias as televisões de todo o mundo tenham enchido horas e horas de transmissão - às vezes totalmente despropositadas e sensacionalistas - com a agonia de João Paulo II. " José Manuel Fernandes. Público, 3.4.2005


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