Londres abalada - televisões contidas Ainda é cedo para uma percepção da acção dos média na cobertura dos atentados de Londres. Alguns tópicos começam a recortar-se e a emergir: - a contenção das televisões (de resto, em sintonia com a aparente contenção da população, sendo difícil saber o que, nestes casos, é causa ou consequência de quê). - mais do que o papel dos telemóveis 3D ou das câmaras digitais, o lugar do "jornalismo dos cidadãos" - não só tomando a iniciativa de colher informações e imagens, mas difundindo-as nos blogues, no Flickr, na Wikipedia. Algumas notas a considerar: - a natureza "subterrânea" deste mega-acontecimento, tornando-o invisível de fora das zonas delimitadas pela policia, ao contrário do que, em parte aconteceu no 11 de Setembro; - esta invisibilidade à "vista desarmada" permitiu um maior controlo da informação por parte das autoridades, a ponto de Luís Costa Ribas, na SIC, aparentemente dando conta do sentir de jornalistas dos EUA, acusar as autoridades londrinas de censura e os jornalistas ingleses de submissos a tal imposição. Com os dados em presença, que não são muitos, não estou nada certo de que essa opinião seja a mais avisada. Mas aguardemos. - Importa não esquecer os debates que no final de 2004 surgiram no Reino Unido, a propósito do sensacionalismo das imagens televisivas , na cobertura do massacre terrorista de Beslan. Ainda há dias a BBC anunciava uma nova carta deontológica (para entrar em vigor em 24 deste mês), em que o cuidado neste tipo de situações (em particular nas emissões em directo) era um dos motes mais significativos. Continuemos atentos e prossigamos a conversa.
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