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A Media Capital, o Governo e a Prisa: opiniões No mesmo dia em que se anunciou que a Autoridade para a Concorrência não iria levantar obstáculos à aquisição da Lusomundo Media pela Controlinveste, soube-se que o grupo Prisa, derrotado nesse negócio, iria entrar, com uma parte significativa, como accionista, na Media Capital, detentora da TVI. Logo nessa altura, num comentário no DN de 23 de Julho, intitulado "Tapas y bocadillos", Nuno Azinheira, entre muitas perguntas, avançava estas:

"Terá sido coincidência o facto de os dois negócios do ano (a aquisição da Lusomundo Media pela Controlinveste e o acordo entre a Media Capital aos espanhóis da Prisa) terem sido concluídos e anunciados no mesmo dia?(...) É verdade que a Prisa, tão próxima do Governo espanhol liderado por Zapatero, recebeu mesmo luz verde de Sócrates para avançar para o negócio?"
Poucos dias depois, Marques Mendes, Presidente do PSD, discursando na Festa do Pontal, em 6 de Agosto último, era mais afirmativo:
"O Governo não apenas sabia como acompanhou e ajudou a que um grupo da Comunicação Social espanhol [Prisa], com conhecidas ligações aos socialistas, tivesse comprado uma parte importante de um grupo de Comunicação Social português. Que os negócios privados se façam é legítimo. Que o Governo tenha alguma palavra ou alguma intervenção é inaceitável".
Na sua coluna "Olho Vivo", de domingo pasado, no Público, o crítico de televisão Eduardo Cintra Torres, retomava o argumento e dava-lhe uma interpretação:
"Perante o seu abismo na opinião pública, que faz o Governo? Tal como no delírio santanista, o Governo Sócrates já começou ao ataque nos media. É o costume: quando não sabem governar nem enganar as pessoas, toca de culpar os media... e toca de os assaltar. A intervenção do Governo para o eventual controlo da Media Capital pela espanhola Prisa é sintomático. (...) O PS português não tolera a independência da informação da TVI e por isso quer quebrar-lhe a espinha, seguindo o caminho de Santana ao expulsar Marcelo do Jornal Nacional".
Na sequência destas e de outras leituras (a blogosfera tem também comentado abundantemente o tema), o ministro Augusto Santos Silva, escreve no Público de hoje um texto de opinião em que, depois de recordar as linhas da política do Governo para o sector dos media, observa:
"A campanha actual sobre o pretenso 'assalto' do PS a grupos de media é uma dessas operações de falsificação e intriga, que, aliás, esconde mal o interesse de sectores que se habituaram a dominar a bel-prazer segmentos estratégicos do mercado da informação e da opinião, e agora receiam que a dinâmica própria deste mercado lhes venha a enfraquecer posições ou retirar influência".
Sobre esta matéria, algumas notas: - Em primeiro lugar, é muito provável que, relacionados com este caso, haja factos que ocorrem nos bastidores do espaço público que são relevantes para compreender o que se está a passar e que desconhecemos. - Em segundo lugar, não é fácil aceitar que haja apenas coincidências, nestas sucessivas tentativas do grupo Prisa de entrar no mercado mediático português. Basta acompanhar a sua trajectória em Espanha e noutros países, para se perceber que se trata de um grupo que, para dizer pouco, "não brinca em serviço". - Em terceiro lugar, a prática do governo PS noutras áreas (igualmente estratégicas) faz redobrar as atenções relativamente a qualquer movimentação numa área sensível como a dos media. - Em quarto lugar - e aqui bate o ponto - não parece sério que se construa um cenário desta magnitude (uma aliança de governos da mesma cor política para o controlo, por via indirecta, do principal canal televisivo) sem que isso seja apoiado em factos. Não é o facto de Marques Mendes afirmar que o Governo "sabia, acompanhou e ajudou" que dá substância ao referente da afirmação. Dito de outro modo: não é pelo facto de existir a afirmação que existem os factos correspondentes. E não é legítimo tomar a afirmação como prova dos factos. Mas aqui haveria que chamar a atenção para as responsabilidades que cabem ao nosso jornalismo: então o líder do principal partido da oposição afirma, taxativamente, que o Governo está envolvido numa manobra de controlo do principal canal televisivo e ninguém o questiona (tanto quanto me pude aperceber) dos factos em que ele se baseia? Ninguém investiga?


1 resposta(s) para “”

  1. Anonymous Anónimo 

    marta amaral 17 anos sai da secola e foi para cesica esta tri curos de lavamdria de 4 anos de curo netro para cesica dia 03 junho e gosta itra do morago com açora

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