Memória, "a questão de fundo no plano mediático" "(...) A questão de fundo, no plano mediático, tem a ver com a memória. Até um caso como este [Katrina], que deixou as marcas que se conhecem, ficou reduzido a nada a partir do momento em que saiu da auto-estrada da actualidade. Como aconteceu em tantas outras situações. Os acontecimentos já não são o que eram. Invadem a actualidade como uma tempestade e, tal como os furacões, diluem-se. O último capítulo da história fica demasiadas vezes por contar. Vivemos numa realidade fragmentada, desconexa, reduzida ao imediato (...)". As palavras são de Miguel Gaspar, no DN. Não sei se é "a" questão de fundo, mas será, no mínimo, "uma" questão de fundo. Que deixa abertas várias perguntas: - Terá de ser necessariamente assim? - Caberá aos media noticiosos algum papel no resgate e vivificação de uma memória que é, incontornavelmente, "chão" do futuro, sob risco do próprio futuro? - Que outras instituições sociais podem concorrer para essa construção de uma memória posta em relação com o futuro que se desenha e se faz? - Perante a aceleração do tempo e das "inovações", como criar ritmos diferenciados, para além do ritmo do acontecimento (mesmo do "grande acontecimento")? - Em que medida os próprios media - incluindo aqui a panóplia de novos media e de novas vozes que a eles recorrem - precisam de começar por resgatar a (falta de) memória dos / sobre os próprios media? Estas e outras questões são motivo de uma das intervenções que, com Helena Sousa, terei, nestes dias, em Aveiro, no 4º Congresso de Ciências da Comunicação.
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