"Na aldeia global, nem todas as ruas são iguais" "(...) Na 'aldeia global', nem todas as ruas são iguais, nem todos os canais de comunicação funcionam com idêntica fluidez, nem sobretudo os seus habitantes estão disponíveis para dar a mesma atenção a fenómenos comparáveis. O primeiro sinal dessa realidade é o que nos é reflectido por jornais, rádios e televisões, mas não foi apenas por causa do que nos contou ou deixou de contar a imprensa que tantos se indignaram com o destino dos negros pobres de Nova Orleães e tão poucos se mostraram incomodados com as crianças soterradas nas suas escolas quando a terra tremeu no Paquistão (...)". José Manuel Fernandes, in Público, 2.11.2005 "Em democracia não existe a interpretação, existem interpretações" " (...) A liberdade de expressão com que se cose a democracia pressupõe circulação, interactividade, argumentação. A liberdade de palavra não é apenas liberdade de expressão, deve ser também liberdade de mediação e liberdade de recepção, ou de acolhimento. E é aqui que Rui Rio falha. As entrevistas directas, abertas, livres, não são um favor que o autarca presta à comunicação social. São um vector de prestação de contas ao eleitorado. Em democracia não existe a interpretação, existem interpretações. A imperfeição da democracia não se resolve com condicionamentos, mas com mais democracia, com mais combate pela palavra (...)". António José Teixeira, comentando em editorial a decisão de Rui Rio de só conceder entrevistas por escrito. In Diário de Notícias de 2.11.2005