Como era, até certo ponto, de esperar, o Expresso nem sequer se dá ao trabalho de justificar (ou explicar ou pedir desculpas) pelo título falso de há 15 dias, em que atribuía ao Presidente da República palavras e gestos que se vieram a verificar infundados. O Expresso parece, aliás, quer nas notícias quer no editorial e noutras colunas, ter-se tornado, nesta edição, mais cavaquista do que Cavaco. Será complexo de culpa? Por sua vez, a Direcção do Público vem hoje, em nota publicada na secção de Media, dar (parcialmente) cobertura ao trabalho publicado ontem sobre a nova Direcção Editorial da agência LUSA (que foi, em grande parte, desmentido por todas as fontes citadas na notícia). O argumento é que não pode deixar de causar perplexidade: "O propósito da notícia era tornar públicos os processos de intervenção do Governo em empresas politicamente sensíveis onde o Estado tem uma posição determinante, como é o caso da Lusa". Os factos, esses, é que precisavam de ser um pouco mais evidentes. Ou não? ACT.1: - Numa abordagem "en passant" à antecipação do conteúdo do discurso do Presidente, feita pelo Expresso, Marcelo Rebelo de Sousa começou por generalizar e falar em "jornais", o que não é rigoroso (a não ser no sentido em que outros jornais seguiram as pisadas do semanário). Mas sobretudo colocou as coisas em termos de vaticínio. Ora o que o jornal deu foi uma informação e na informação não há vaticínios. - É também por aí que vai Miguel Gaspar, na sua coluna das segundas-feiras no DN: "(...) o jornalismo de antecipação não existe: existem peças jornalísticas feitas por antecipação e isso não é sequer um género jornalístico. Há, sem dúvida, uma tendência jornalística, muito portuguesa, para adivinhar os factos em vez de os relatar. Não se antevê para breve a cura da doença. Mas não sou eu quem se vai pôr a adivinhar quando...". ACT.2: Vejo pelo Blogouve-se que li com pouca atenção o Expresso, visto que o semanário se penitencia pelo erro cometido quanto ao discurso de Cavaco.
Os "spins", meu caro Manuel Pinto. Encontra a explica??o nos j? famosos "spins". S? que o Expresso, se foi v?tima dos ditos, devia dizer e cham?-los pelos nomes. No entanto, pedir uma coisa destas, s? ser? poss?vel a quem estiver t?o longe dos meandros da CS portuguesa como eu estou da lua !
Nem sequer vale a pena dizer que v?m a? tempos duros. Esses tempos, j? aqui est?o, pelo menos desde o final dos anos 90.
Aparentemente, numa sociedade livre e aberta, a solu??o estaria na cria??o de t?tulos alternativos (e n?o s? na imprensa ...). Todos sabemos que isso ? praticamente imposs?vel, com a publicidade e a distribui??o nas m?os (indirectas) daqueles que controlam os t?tulos aos quais se procurava ser alternativa.
Os processos s?o lentos, mas eficazes. Veja-se a queda de qualidade e credibilidade do P?blico. Oi?a-se a domestica??o final da TSF, em queda nas audi?ncias e finalmente ultrapassada pela Antena 1 !
Tenho at? medo de dizer que ser? na net que estar? a solu??o ...
Tamb?m no expresso desta semana, Paulo Querido apresenta mais um trabalho que ignora completamente a ?tica jornal?stica. Faz um sum?rio do encontro EnBlogs'06 para o qual foi convidado como palestrante sem fazer qualquer declara??o de interesses.
Jornalismo ao metro ? o que isto ?