Mais um caso que chama a atenção para um universo fundamental nos processos de socialização das nossas sociedades e ao qual muito pouca gente dá importância: "Border Patrol", um videojogo (neste caso, um jogo online) lançado recentemente nos Estados Unidos, utiliza como ingredientes narrativos e lúdicos o drama dos imigrantes mexicanos que procuram entrar ilegalmente nos Estados Unidos da América. Disparar contra esses imigrantes, nomeadamente se se trata de uma mulher grávida e com dois filhos constitui o objectivo central (e único) proposto aos jogadores. "There is one simple objective with this game: keep them out ... at any cost", refere a publicidade ao "Border Patrol". E as instruções são básicas e simples:"Shoot Mexicans crossing the United States border". No momento em que escrevo, o jogo continua disponível online.
Torna-se engra?ado (se pode haver alguma gra?a nisto) ler este post sobre este ?educativo? jogo enquanto trabalho o texto ?A Crise na Educa??o? de Hannah Arendt. E isto porque, para quem n?o conhece o texto, Hannah Arendt diz algures no primeiro ponto do seu artigo que: ?[?] porque os EUA s?o um pa?s de imigrantes o que origina uma fus?o de culturas, de etnias e de tradi??es.? E estas declara??es surgem com um tom positivo, pois ? a imigra??o dos EUA que permite a este pa?s cumprir o seu lema: ?NOVUS ORDO SECLORUM?, Uma Nova Ordem do Mundo.
Ir?nico n?o ?
S? dois contributos:
1) as not?cias sobre este jogo surgem num momento em que o assunto da imigra??o est? ao rubro nos EUA, mas existem outros jogos deste tipo, nomeadamente um, desde 2004, com o mesmo nome e objectivos mas sem o mesmo grafismo individualizado (ver http://www.newgrounds.com/portal/view/197727);
2) algumas not?cias tentam ligar o jogo a grupos racistas (ver http://www.nbc4.tv/news/8883788/detail.html) e afirmam que ? an?nimo.
Ora como se explica aqui (http://www.watercoolergames.org/archives/000548.shtml), n?o s? n?o ? an?nimo - est? assinado zine14.com - como se sabe, via registo do dom?nio, criado a 31 de Mar?o, que ? de uma entidade venezuelana.
A quest?o ? saber se h? usurpa??o do nome ou se os media n?o se deram ao trabalho de contactarem a empresa venezuelana porque dessa forma se acabava a teoria racista...