Entendo que o tratamento do caso "F?tima Felgueiras" nas televis?es e, em particular, na RTP deve ser objecto de reflex?o e debate. J? é preocupante e sintom?tico do estado do panorama televisivo português (e, de certo modo, do pa?s) que os três canais generalistas se submetam, todos, em pleno hor?rio nobre, à vontade de uma foragida à justiça, com uma emiss?o em directo a partir do Brasil, durante mais de meia hora. Ainda poder?amos admitir que os canais, atendendo à dimens?o que o caso adquiriu, impusessem regras à entrevista e, sobretudo, cuidassem, com especial?ssima atenç?o, do modo de tratamento daquilo que seria mais ou menos previs?vel que a senhora viesse a dizer. N?o. T?o previs?vel como a comovente e demag?gica comunicaç?o ao pa?s, foi a ida autom?tica da emiss?o para as ruas e cafés de Felgueiras (ou para a sede nacional do PS). Que a RTP tenha, "pavlovianamente", alinhado com os canais comerciais j? é motivo de inquietaç?o. Que o canal de serviço p?blico, pago por todos n?s, faça a seguir uma "reprise", entronizando o que h? de mais conden?vel em todo este caso - eis o que deveria desencadear uma ampla acç?o c?vica junto do canal. Confesso que n?o pude, a n?o ser fragmentariamente, acompanhar a cobertura dos v?rios canais, para l? da primeira meia hora dos "telejornais". Admito, assim, que a reflex?o que faço possa sobre-estimar ou subavaliar aspectos relevantes. Os coment?rios dos leitores existem para isso. (J? agora: salvaguardando quest?es de oportunidade - ou oportunismo - julgo que h?, no que disse F?tima Felgueiras, motivos para prosseguir o debate sobre o nosso sistema de justiça). E temo que, agora n?o o fazendo porque se est? no calor da casu?stica, e, depois n?o o fazendo porque o consenso se n?o alcança, tudo continue como antes.)
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