Atenção aos sinais A ideia da cabala, que a Direcção do PS diz existir contra este partido, ou seja, a existência de uma rede, de um grupo, seja lá o que for, que conspira na sombra para açaimar ou imobilizar o maior partido da oposição carece de demonstração. Lançada para o ar, no quadro que é de conhecimento público, pode até ter efeitos deletérios e perigosos. Neste contexto, pareceu-me que o último artigo ("Tomar a sério") que Pacheco Pereira escreveu no Público era bem mais do que uma exigência de que Ferro Rodrigues explicasse as afirmações que havia feito no comício de Góis. O que quero dizer é que a ideia de um poder que se move na sombra - de baterias apontadas não necessariamente apenas aos socialistas - seria matéria muito grave para ser ouvida e reiterada e, pelo menos, não se ficar atento a todo o tipo de sinais. A existir um tal processo em curso, os media teriam, necessariamente, de desempenhar um papel -chave. As forças que se movem na sombra - veja-se o caso das organizações terroristas - carecem, como de pão para a boca, dos jornalistas e dos órgãos de informação e sabem, como ninguém, tirar partido da sua lógica mediática. Neste contexto, vale a pena ler o encadeamento de factos recentíssimos, que Teresa de Sousa faz hoje na sua coluna semanal, precisamente intitulado "Zonas de Sombra". A prudência aconselha que se olhe em todas as direcções. Mesmo que seja para concluir que, como dizia o outro, "é só fumaça". * Um complemento, sugerido pelo Ter Voz: de Clara Ferreira Alves, "O cadáver adiado", no Diário Digital.
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