TSF em quatro minutos O que se passa na TSF constituirá apenas um assunto interno ou, mais restritamente ainda, um problema de gestão? Será que os ouvintes da estação não têm nada a dizer ao que se anuncia para o canal? É certo que a TSF é uma estação privada, que integra um grupo privado (ainda assim, com umas ligações não despiciendas ao Estado, por interposta PT). Mas, será que os ouvintes só contam para efeitos estatísticos e de cálculo da audiência e do share? (mesmo por esse lado, pelos vistos, a situação até não está má; bem pelo contrário). Que se passa então? As perguntas ocorrem-me, a propósito da anunciada intenção da Administração desta rádio de limitar a quatro minutos o tempo máximo de duração das notícias (com excepção do período das seis às 10 da manhã). Quatro minutos? Numa rádio que se define precisamente por ser uma Rádio de Notícias? Sem explicações sobre os porquês? Sem dizer nada sobre as consequências para a identidade da própria rádio? (Neste ponto, parece quase hilariante a informação que vem hoje na imprensa, de que Henrique Granadeiro admite que, em vez dos quatro minutos rangelianos, se possa passar à cota dos seis minutos. A cedência não anula o essencial de nenhuma das questões atrás colocadas, parecendo-me até que as torna ainda mais pertinentes). Em suma, a minha questão é esta: se a informação da TSF, em lugar das condições para se qualificar ainda mais, vier a ser espartilhada e açaimada, não será que a rádio portuguesa, a informação jornalística e a própria vida democrática ficarão mais pobres? Aos bloggers e a todos quantos (n)os lêem (sem ilusões de que são pouco mais de meia dúzia): enquanto ouvintes, enquanto interessados no futuro da TSF, que nos cabe fazer? (Não refiro, no quadro deste comentário, a programação de qualidade que a TSF indubitavelmente tem, quer no plano dos debates, quer no plano musical)
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