Eça e o jornalismo, ontem e hoje - I « (...) Entretanto, querendo vir à arena com todas as armas, o Conde preparava a sua reputação literária, como redactor-chefe da Bandeira Nacional, jornal de que, atendendo ao brilho que lhe deu a colaboração de Alípio e à sua curta existência, eu poderia dizer, parafraseando o conhecido verso de Malherbe sobre a rápida vida das rosas ? que viveu o que viveu um foguete, o espaço dum estalo e dum clarão! A Bandeira Nacional era um destes muitos jornais, que fundados sem capitais e não correspondendo a nenhuma necessidade intelectual, têm na sociedade um lugar isolado e sem valor, arrastam uma vida difícil, tendo de mendigar aqui e além ? ou da oposição ou do Governo ? a esmola dum subsídio, e, quando este lhes falta, se extinguem por si mesmos no silêncio e na obscuridade (...)» Eça de Queirós, O Conde de Abranhos, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., p. 327
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