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2. Modelos teóricos na abordagem da Educação para os Media? A segunda questão que gostaria de propor, ao pensarmos o futuro da Educação para os Media é relativa aos fundamentos teóricos. É de extrema relevância porque inspira, enquadra e situa o trabalho a desenvolver, seja ele, de intervenção ou de investigação. De facto, não faria sentido propor uma atitude crítica e esclarecida face aos media, se essa mesma atitude não for cultivada e permanentemente mantida face aos pressupostos da nossa acção. Neste âmbito, temos ao nosso dispor, no espaço ibero-americano, um património de grande alcance e de projecção à escala do mundo, do qual estamos longe de extrair as devidas ilações. Gostaria de referir em particular os nomes do brasileiro Paulo Freire e do boliviano Jesús Martín-Barbero. Ambos partilham uma proposta que deve ser retida: a ideia de que a comunicação, tal como a educação, precisa de ser pensada no quadro das relações e das práticas sociais, de forma enraizada e contextualizada, em íntima conexão com as culturas, no sentido antropológico do conceito. Freire trabalhou um modelo de comunicação que procura romper com o paradigma transmissivo e transferencial de comunicação, enfatizando a natureza dialógica do processo. O modelo de “educação bancária”, que não só desconstruiu teoricamente, como procurou superar na prática educativa, continua a prevalecer, se não nas suas versões mais duras e extremas, nas lógicas dominantes da educação escolar, como observava não há muito, um outro nome de referência no nosso espaço geo-político-cultural: Mario Kaplún. A Martín-Barbero, que trabalha, de forma coerente contributos de autores como Certeau, Bourdieu, Gramsci, Williams, Benjamin, Baudrillard, Foucault, e Habermas, gostaria de ir buscar a ênfase nas mediações e nas práticas sociais: nas modalidades de apropriação e de significação da chamada cultura de massas e dos processos através dos quais as identidades se redefinem e transformam. É de novo a proposta de uma ruptura com visões e abordagens mediocêntricas que tendem, quase inevitavelmente, a remeter os actores sociais, pessoas e grupos, para uma posição passiva de destinatários ou clientes. Um e outro autor ajudam-nos de modo muito vincado a compreender que, conforme os modelos teóricos – comunicacionais e educativos – que adoptarmos, assim a nossa intervenção ficará condicionada e orientada em determinado sentido. E ambos apontam claramente caminhos teóricos, metodológicos e de intervenção, que devolvem às pessoas e aos grupos uma margem relativa de iniciativa face ao seu meio envolvente, a qual constitui um requisito fundamental e decisivo para o trabalho de educação para os media.


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