Ainda O DN A grande maioria dos mais de cem jornalistas presentes no plenário da redacção do Diário de Notícias, hoje realizado, aprovaram uma moção em que afirmam - para o interior do jornal e para o exterior - que Fernando Lima não tem o perfil adequado para dirigir o diário e que não é, por conseguinte, bem-vindo. A este propósito, sugiro a leitura dos comentários que António Granado e Pedro Fonseca inseriram no post de hoje, aqui em baixo, sobre este assunto. A posição de A. Granado - de que não faz sentido a Administração insistir no nome escolhido - é lógica, mas ou me engano muito ou não vai ser a que vingará. Com P. Fonseca julgo que isso deixaria o CA fragilizado e o CR reforçado. Nos dias que correm isso seria contra toda a lógica das coisas. Recordo a luta que o Conselho e Redacção do "Jornal de Notícias" travou em meados dos anos 80, quando a Administração quis impor o nome de Freitas Cruz como director do jornal. Os tempos eram outros, bem diferentes, a luta foi dura - meteu tribunal e tudo! - e a Redacção lá teve que engolir um director contra o seu sentir maioritário. É que basta o "pragmatismo" de alguns editores para que o "intruso" consiga ultrapassar os primeiros meses e pôr em campo iniciativas que lhe permitam ganhar margem de manobra. Por isso, parece-me que, neste caso, só o próprio Fernando Lima poderia fazer o processo seguir um caminho diverso daquele que muito provavelmente ocorrerá. E, também aqui, ou muito me engano ou Lima escolherá assumir o cargo. À questão colocada por Pedro Fonseca de saber se com Fernando Lima a independência do jornal face ao poder político será menor do que era com Mário Betencourt Resendes, confesso que não sei responder. A forma e o contexto desta nomeação é que me parecem tão provocatórios que me espanta que as reacções não sejam maiores (incluindo daqueles que porventura concordem com este modo de agir). A propósito, gostava de saber se a falta de tomadas de posição de leitores do DN sobre este conflito - de tão evidente significado para a vida democrática - se deve à ausência de reacções ou ao facto de elas não passarem no crivo interno do jornal. Desde já fica aqui manifestada a abertura para a divulgação de comentários e reflexões que ajudem a entender o alcance daquilo que se está a passar.
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