6. Como se comunica dentro da escola? Todos sabemos que o lançamento de projectos de educação para os media resulta, em grande medida, do empenhamento e convicção de educadores e professores. Aquilo que em português se designa por “carolice” e que provoca a reticência de muitos, numa era em que tudo tem o seu preço e a sua contrapartida, dificilmente poderá estar ausente das iniciativas e programas que se lancem neste campo. Pelo menos nesta etapa histórica, em que estamos a dar os primeiros passos, em que a sensibilidade pública para esta dimensão é ainda reduzida e em que “é mais fácil maldizer a escuridão do que acender uma luz para a esconjurar”. Mas, sendo um produto da crença, dedicação e interesse de alguns, isso não impede que se procure envolver as instituições educativas no seu todo. Se, como dizia anteriormente, a educação para os media deve ser uma educação para a comunicação, como pode ser isso possível em instituições opacas, cinzentas ou até repressivas? Como desenvolver a educação para os media em contextos institucionais assentes na incomunicação, quando não no medo e na censura? Torna-se, assim, um factor decisivo e estratégico o investimento de esforços em rever os processos e os circuitos de comunicação e informação tanto no interior das escolas e outras instituições educativas, com entre estas e a sua envolvente. Os tempos, os espaços, os hábitos, os canais, os agentes, os suportes são alguns dos aspectos que importa considerar. Entre as iniciativas esporádicas, isoladas ou fragmentárias e o supercontrolo centralizado e a uma só voz das actividades, há uma vastíssima gama de possibilidades que cabe explorar. Assim como se valoriza a diversidade de iniciativas e de ofertas ao nível das modalidades e formas de comunicação na sociedade em geral, o mesmo é desejável no quadro das instituições educativas. E o que vale para o interior da instituição vale igualmente para os intercâmbios desta com a comunidade. O desenvolvimento de parcerias que envolvam actores diversificados – profissionais dos media, pais e encarregados de educação, instituições de saúde, religiosas, desportivas e culturais – constitui um ponto de apoio que pode ser decisivo na educação para os media. Cada parte com a sua perspectiva e a sua sensibilidade pode dar, nesse trabalho, um contributo insubstituível.
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