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O que a televisão dá a ver Muito interessante a carta de um leitor que hoje vem no PÚBLICO e que dá, afinal, uma tardução bem concreta, bem próxima de nós, de questões teóricas muito complicadas e que tanta discussão merecem. Tem ainda a ver com o regresso de Paulo Pedroso ao Parlamento e com as imagens agitadíssimas que desse evento nos deu a televisão em directo. Diz o autor desta carta que esteve lá, "in loco", e o que viu tem pouco a ver com o que nós vimos na televisão. Por uma razão principal: o que ele lá viu, acima de tudo, foi o frenesim louco dos próprios repórteres (em especial os da imagem), quando o que nós vimos, em casa, foi o que eles - repórteres - nos estavam a mostrar. Afinal, o directo televisivo não é, por si só, o garante de que nos é transmitida "a realidade tal e qual...". Afinal, se outros olhos diferentes dos da câmara de televisão estiverem lá, "in loco", podem ver coisas bem diferentes das que a câmara de televisão está a ver - e a mostrar ao mundo. Mas a realidade que fica, aquela sobre que se comenta nos dias seguintes, aquela que é registada para a história, é a do evento "lido" pela televisão - pois foi visto por milhões (e visto como sendo "realmente" aquilo que se estava a passar), enquanto no Parlamento só estava meia dúzia de pessoas a testemunhar. É o acontecimento mediatizado que fica, não o acontecimento cru; é a nova realidade que fica (a realidade tal como foi apreendida e divulgada pela televisão), não a "realidade real" (se é que esta expressão faz algum sentido...) que quase nenhuns olhos puderam ver. Recorde-se a quantidade de páginas de jornal, de artigos, de debates, de indignações e contra-indignações, que suscitaram, nos dias seguintes, aqueles acontecimentos na Assembleia da República - e tudo em função do que vimos na televisão. Ou seja, tudo (quase tudo) em função do Dr. Paulo Pedroso e dos dirigentes do PS e da euforia de que, supostamente, deram excessivas mostras. Muito menos se falou da euforia e dos excessos dos repórteres, pois isso pouco se viu: eles não nos mostraram, nem poderiam, o que eles próprios andavam a fazer... E o que nos diz este leitor do PÚBLICO, afinal, é que, olhadas as coisas no local, saltava muito mais à vista o "circo" dos jornalistas do que o dos políticos. Mas esse, nós (em casa) não pudemos vê-lo, pois os seus protagonistas eram precisamente quem estava com as câmaras na mão a mostrar-nos o resto da cena, o que se passava "para além" deles. Se eram eles os nossos olhos, como podiam dar-se-nos a ver?... E o que vimos pelos olhos deles, pelos vistos, não foi tudo - longe disso. Mas reagimos como se fosse. Essa é que é a questão...


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