No início de funções da nova Direcção do DN Os nomes da nova Direcção editorial do Diário de Notícias aparecem hoje, pela primeira vez, no cabeçalho do jornal, obtido que foi o parecer favorável do Conselho de Redacção à nova estrutura directiva. A nova equipa arranca com uma declaração de intenções para "Uma nova etapa", de que destaco: "Iniciamos funções numa altura em que, devido à massificação da informação, se levantam muitas dúvidas sobre a tarefa de informar. Da nossa parte queremos dizer que não cederemos à presente moda do populismo fácil. Também para nós tem pleno valor o que o Estatuto Editorial consagra quanto ao respeito pelos princípios deontológicos e pela ética profissional dos seus jornalistas, assim como pela boa-fé dos leitores. Somos pelo rigor da informação, somos pela pluralidade de opiniões. Isto leva-nos a um outro ponto: gostaríamos de ser agente activo na procura de ideias novas para o debate público, seja em que áreas for." Obviamente que se deseja que o DN cumpra as intenções que Fernando Lima e a sua equipa enunciam. Vale a pena, contudo, recordar que o director inicia funções contra o sentir maioritário do Conselho de Redacção e da Redacção. É um handicap que não tem implicações legais, mas tem-nas certamente no plano ético-deontológico. Muitos vêem com inquietude este "pecado original". E Helder Bastos, responsável pela Redacção do Porto, levou isso ao ponto de se demitir das funções e estudar a eventualidade de deixar o próprio jornal. De resto, o DN (e o Conselho de Redacção) não explicam, na edição de hoje, o que significa dar parecer favorável à nova estrutura directiva. A ambiguidade é suficiente para passar uma esponja sobre o anterior parecer desfavorável, emitido por unanimidade. Neste contexto, vale a pena ter presente a coluna de ontem de Estrela Serrano, a Provedora do Leitor. Intitulada "Sinais de deriva", o texto observa que "Merecem, por isso, ponderação as referências à «governamentalização» e «tabloidização» do jornal, à sua «descaracterização» e «perda de credibilidade junto dos leitores», feitas por um órgão com a autoridade do Conselho de Redacção (CR) e apoiadas pela grande maioria da redacção, e, por outro lado, a intenção manifestada pelo novo director, de pretender «recolocar» o DN numa «linha da credibilidade». Estrela Serrano pontualiza criticamente cada um destes itens para concluir que um ponto relevante da trajectória do DN em tempos recentes consiste na " «duplicidade» editorial e a hesitação entre o modelo de um jornal de referência e o modelo popular/tablóide", o que "tem perturbado os leitores, levando alguns a procurar alternativas."
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