O fenómeno dos comentadores Quem quiser estudar a trajectória do nosso jornalismo nos últimos anos está bom de ver que vai ter de pegar nesse fenómeno que são os "comentadores" da actualidade, nomeadamente os dos canais de televisão. Ontem e hoje aparecem no Público contributos relevantes para esse debate. No "Olho Vivo", Eduado Cintra Torres estabelece uma contraposição entre os comentadores independentes (Marcelo, Pacheco Pereira, Miguel Sousa Tavares...) e os que fazem desse estatuto e da presença nos ecrãs trampolim para a sua carreira política. E chama a atenção para as responsabilidades éticas dos implicados (os próprios comentadores, os editores e os canais, a AACS, o Conselho Técnico-Deontológico...). Ontem, Augusto M. Seabra tomava o caso de Pacheco Pereira enquanto "actor e sintoma maior de um atrofiamento" que estaria a ocorrer no espaço público, apesar da aparente multiplicação das vozes, através, por exemplo, dos blogs. A agenda das questões levantadas por esta tendência é, certamente, mais vasta, em especial no que diz respeito ao papel dos jornalistas na produção de espaços e tribunas de leitura e debate da actualidade, e à marcação da agenda pública pelos próprios comentadores que se tornam assunto de notícia, etc. Enfim: uma matéria a acompanhar com atenção e um debate a continuar.
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