Marcelo e o Expresso Marcelo Rebelo de Sousa terminou o seu "show" de hoje na TVI com uma catilinária contra "uns rapazes assessores do PSD que andam a fazer garotices, pensando que estão a fazer política" (não é literal, mas a ideia foi essa). Referia-se a "notícias" vindas a lume este fim de semana, segundo as quais ele próprio poderia vir a ser indicado pelo Governo para a Comissão Europeia e Alberto João Jardim iria deixar o Governo da Madeira e assumir o cargo de presidente da Assembleia da República. As referidas "notícias" foram publicadas no Expresso, como lembrou Marcelo. Que zurziu forte e feio em alguns sectores do PSD, mas não teve uma palavra para caracterizar um jornalismo que dá como notícias o que, segundo ele, não seriam mais do que manobras de fontes interessadas. Das duas, uma: ou há fundamento, e os comentários de Marcelo não fazem sentido (ou fazem apenas na medida em que ele próprio está parcialmente envolvido); ou não há fundamento e então o jornalismo do Expresso não pode deixar de ser questionado. Aqui vale a pena recordar as afirmações de há dias do director, José António Saraiva("Os Jornalistas", in Expresso Online, 20.1.2004): " (...) é bom que se comece a separar o trigo do joio e não se confunda o mau com o bom jornalismo, o jornalismo sério com o jornalismo sensacionalista, o jornalismo com regras com o jornalismo sem regras, o jornalismo que respeita a dignidade das pessoas com o jornalismo que salpica de lama toda a gente. O jornalismo que o EXPRESSO faz não tem nada que ver com o jornalismo que se faz em alguns jornais. Em relação a esse tipo de jornalismo, não devemos ser cúmplices - temos de ser críticos. Para o jornalismo melhorar, é necessário que se comece a denunciar os excessos e os atropelos. Juntar comida boa com comida estragada não dá comida assim-assim - dá comida estragada. Juntar todo o jornalismo no mesmo saco conduzirá inevitavelmente ao descrédito de todos os jornalistas." Sobre o jornalismo do Expresso, leia-se também o post "Uma triste referência", de Luís Nazaré, no blog Causa Nossa.
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