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Montagem de uma tragédia televisiva No Público de hoje, Eduardo Cintra Torres aplica à análise da cobertura da morte em directo de Miklos Feher a proposta teórico-metodológica que defendeu recentemente na sua tese de mestrado no ISCTE. Essa proposta teve por base a análise da "tragédia televisiva" montada em torno da cobertura do 11 de Setembro e da queda da ponte de Entre-os-Rios. No "caso Feher", os passos de tal construção seguiram um guião que envolveu: "(...) * Adopção de estilo jornalístico emocional. Infecção do estilo emocional a toda a sociedade, a começar logo nos módicos do Hospital de Guimarães e depois à imprensa escrita e às instâncias de poder, incluindo o poder político. * Busca de bodes expiatórios (todos falsos, no caso): serviços médicos no campo, ausência de desfibrilhadores, demora da ambulância. * Transformação da vítima num herói com qualidades superiores às que realmente possuía. * Heroicização de pessoas relacionadas, em círculos concêntricos: familiares, direcção do clube, adeptos. * Criação e heroicização da personagem coro, as pessoas na rua, os que à chuva choram e querem ver o morto e querem ser multidão. * Criação do máximo número de emissões directas, todas ou quase todas sem qualquer relev?ncia informativa. Interrupção da programação normal. * Tentativa de alcançar ou forjar uma "unidade nacional" ("um país inteiro de luto", titulava a SIC), sem clubes nem partidos, única forma de justificar a tragédia televisiva. A utopia sinistra da "unidade nacional" ocupa o discurso jornalístico e das personagens ouvidas, sejam as "pessoas importantes" ou do coro popular. * Invocação da linguagem vernácula da tragédia, do destino e do divino. * Recurso ao modo de expressão melodramático: linguagem excessiva e adjectivada, novo vocabulário (Miklos passou definitivamente a Miki), emoções fortes, arquétipos maniqueístas, música pró-fúnebre nas notícias, imagens ao ralenti ou a preto e branco. A tragédia televisiva acabou da forma costumeira: com a sua apropriação pelo poder político, simbolizando a retoma do equilíbrio social anterior à tragédia. (...) Esta tragédia televisiva apresentou uma diferença face a outras como a queda da Ponte ou o 11 de Setembro: não havia razão para ela". O artigo explica porquê.


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