"Diário de uma jornalista no desemprego" Diário de uma jornalista no desemprego. No princípio, pensei tratar-se de algum dos denodados bloggers do Diário de um Jornalista que tivesse sido posto no olho da rua. Não é, mas foi inspirada por esse blog que decidiu dar, também desta forma, mais um sinal de que não desarma, na luta por trabalho em jornalismo. Aqui ficam dois posts exemplares e exemplificativos: "Já perdi a conta aos currículos que enviei, desde Janeiro de 2002, para jornais, revistas, imprensa especializada e nem a revista Maria escapou à minha perseguição desenfreada... conseguir um emprego remunerado no jornalismo. Se fui a meia dúzia de entrevistas foi muito... mas sem resultados. A resposta mais original que tive foi a de "o jornal não tem condições para dar emprego a uma jornalista licenciada mas que um estágio arranjava-se"... ora bolas, já não me bastou estar um ano a trabalhar de borla para obter a carteira profissional. Até quando estagiária?" "Hoje ligaram-me para marcar uma entrevista numa revista. É na próxima sexta-feira, no final do dia. Para a semana lá vou eu, com o fato escuro da Zara, curriculo e dossier de trabalhos numa mão, uma dose de esperança (desculpa Daniel Oliveira, por usar o titulo do teu livro) na outra. Já sei de cor as perguntas que me vão fazer. Já sei as respostas que vou dar... Vamos ver, pelo menos volto a ter uma névoa de esperança..." Ou me engano muito ou os materiais como o destes blogs vão ser importantes nos estudos que se vierem a fazer sobre os caminhos que trilha hoje o jornalismo. Especialmente um certo "lumpen-jornalismo" que inclui, naturalmente, algum tipo de desemprego. Estes relatos podem ser vistos como o reverso do jornalismo instalado, dominante nos discursos e nas representações da profissão. Mas são, por outro lado, "relatos do vivido" que normalmente não chegam à esfera pública senão em segunda mão, através de protagonistas que falam um "argot" já distante da experiência.
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