Tirar ilações dos erros cometidos
Errar é humano. Reconhecer e corrigir o erro também é, mas menos.
No Brasil, um jornalista veterano, Ricardo A. Setti, tinha uma coluna de crítica dos media na revista Exame. Cometeu um erro de precipitação e presunção: para abordar um assunto "quente", comentou como se já tivesse ocorrido "algo que tinha 99% de chances de acontecer, mas não aconteceu". A revista foi impressa com o erro (relativo a um projecto de emenda constitucional disciplinando a composição das Câmaras Municipais) .
Perante o facto, tomou duas decisões:
- Refectir sobre os erros próprios no site do Observatório da Imprensa ("Aproveito o infortúnio para concretizar algo que imaginava há algum tempo para este Observatório: sendo um crítico de mídia bissexto - e, como os demais do métier, não raro carregando o estigma de ter o dedo em riste de "j'accuse" diante de tropeços e erros alheios -, escrever sobre tropeços e erros próprios. (...) É apenas uma forma adicional de lembrar que a possibilidade de erro nos espreita a cada curva do caminho. E talvez tenha, para colegas, algum efeito didático").
- Afastar-se voluntariamente do quadro de colaboradores da revista, do qual fazia parte há três anos como titular da coluna "De olho no poder".
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