Independência do serviço público - II
Sugiro a visita à zona de comentários do post anterior. Entretanto, considero ser de acrescentar o seguinte:
- Não é aceitável que possa caber a um governo a definição de um modelo de programação, que tem a ver com critérios profissionais. O contrário redundaria necessariamente num paternalismo governamental / estatal ao nível de critérios de gosto e de bom senso. Há orientações e balizas na actual lei da televisão que parecem mais do que bastantes.
- Que sucessivos governos tenham procurado influenciar a televisão não parece haver muitas dúvidas. Niguém se pode dizer inocente na matéria. Mas que isso não sirva de alibi para tirar a conclusão - a meu ver errada - de que o problema reside no domínio público no sector audiovisual. É justo reconhecer que os casos de verdadeira independência não são muitos, mas é possível encontrar e adoptar modelos de organização que atenuem os rsicos de controlo.
- Finalmente, ou a comunicação social reportou deficientemente as palavras do ministro Morais Sarmento ou o que ele disse hoje constitui um recuo sobre o que afirmou ontem. É na verdade diferente definir um "modelo do serviço público de televisão" ou definir um "modelo de programação da RTP".
- É dramática a incontinência verbal que afecta vários membros do governo, a começar pelo primeiro-ministro.
0 resposta(s) para “”
Responder