Notícias, panelas e sonhos Lê-se, no Terras do Nunca: "(...)E, agora, diga-me lá - há quanto tempo não lê uma boa reportagem feita por portugueses num jornal português. Daquelas reportagens que levam mais que três horas a investigar e mais de duas a escrever. Que não se fazem ao fundo da rua, na casa da vizinha, num canto da redacção? Pois, jornalismo. É disso que se têm esquecido de fazer as empresas de jornalismo.(...)" E ainda: "É verdade - antes de venderem tachos e panelas, botões para as lapelas, os jornais vendiam notícias, histórias, sonhos até". Ainda bem que há quem lembre e avise. Não vá os responsáveis editoriais (e os dirigentes empresariais), assoberbados pelas operações de marketing e perdidos na panóplia dos gadgets, esquecerem-se da ordem das prioridades. Contudo, do meu ponto de vista, um ponto problemático, nesta história toda, é o "porém" da "sociedade portuguesa", isto é de todos nós. Trocando por miúdos: quem não acreditou que, quando nasceu o "Público", a qualidade do jornalismo ia tornar este novo título um caso de sucesso, um "El País" à escala lusa? E, no entanto, comprando, aqui e ali, uns livros ou uns cd's, eu sou dos que suspiram por uma boa reportagem, daquelas que "levam mais que três horas a investigar e mais de duas a escrever".
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