"Os silêncios do jornalismo" «Pode ser que os provedores não consigam fazer com que os jornais sejam melhores, mas já não é mau que não os deixem ser piores.» Foi assim que Joaquim Fidalgo, ex-provedor do leitor do jornal Público, respondeu à questão da eficácia da figura do provedor, que dava o mote à mesa redonda promovida ontem, ao final da tarde na Universidade Lusófona, em Lisboa. No encontro, agendado a pretexto do lançamento do livro "Em nome do Leitor", estiveram presentes os três provedores em funções na imprensa portuguesa: José Carlos Abrantes, do "Diário de Notícias", Manuel Pinto, do "Jornal de Notícias", e Joaquim Furtado, que terminou o mandato de provedor do "Público" no domingo passado. Procurando desenhar um auto-retrato da figura do provedor do leitor, Manuel Pinto sublinhou a importância da actividade dos ombudsmen, classificando-a como um exercício de cidadania em proveito de um escrutínio público que deve ser estimulado desde a escola, por uma educação para os media. Por outro lado, alertou também para a importância do reconhecimento de uma ética de empresa e da possibilidade de o jornalismo ser discutido na praça pública, ou seja, da possibilidade de um metajornalismo, conceito convenientemente tratado por Mário Mesquita num artigo já publicado na revista Jornalismo & Jornalistas e retomado no livro "O quarto equívoco". Joaquim Furtado preferiu formular questões. "O provedor será o mesmo independentemente do órgão para o qual exerce o cargo?" "O provedor deve pensar apenas as questões éticas e técnicas do jornalismo?" "Deve ou não o provedor exercer a função a tempo inteiro?"
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