A (a)normalidade das notícias dos incêndios O Diário de Notícias traz hoje um dossier sobre a tragédia dos incêndios em Portugal. Gostava de começar por dizer que é um trabalho interessante e meritório. Mas não podia ser mais ilustrativo daquilo que ontem aqui escrevi. Está lá tudo: o número de incêndios, os hectares que arderam, os meios de combate (ou a falta deles), os danos humanos, os prejuizos materiais, etc. Mas falta algo de importante e decisivo: é o calor que gera os fogos? Para além do óbvio - limpar, vigiar - está a ser feito o que deveria ser para que este deprimente quadro desapareça ou, pelo menos, se atenue de forma drástica? Dir-se-á que esta preocupação é obvia e que toda a gente a conhece. Não é verdade. Ao calá-la, ao não perguntar-se pela origem dos fogos, ao dar como normal que se destrua a floresta e a paisagem, limitando as preocupações aos meios (materiais e humanos) para prevenir e combater, estamos a alimentar o clima que gera os incêndios.
0 resposta(s) para “”
Responder