Lusa: "Índícios de 'cedência' a pressões governamentais" Conselho de Redacção (CR) da Lusa considera, em comunicado emitido ontem, depois de uma reunião com a directora de Informação da agência, que o processo sobre as notícias e desmentidos a respeito da instalação da Internet de banda larga em todas as escolas públicas do país indicia uma caso de "cedência" a pressões governamentais. O comunicado do CR, citado pelo Público, refere que "analisando todo o processo, o CR considera que o mesmo indicia situações de cedência a pressões do Governo, traduzida na difusão das referidas notícias." Vale a pena continuar a acompanhar a notícia do Público: "Para comprovar o 'envolvimento do Governo' na série de notícias e desmentidos sobre o caso, o CR assinala o facto de Dulce Anahory, assessora do ministro do Ciência, ter telefonado a uma das três jornalistas que investigaram as declarações do primeiro-ministro sobre a banda larga, assegurando-lhe que a notícia que dava conta de que nem todas as escolas estavam equipadas com tal sistema seria 'corrigida' por uma das fontes. 'Nesse mesmo telefonema, a assessora disse ainda que a Lusa iria receber de seguida, por telefone, uma série de desmentidos', pode ler-se. A 'rectificação' acabou por ser feita somente por uma das fontes contactadas. O CR nota que Dulce Anahory contactou 'diversas vezes' a Lusa 'quer para falar com as jornalistas autoras da notícia, quer para falar com o editor ou até mesmo com 'um director de serviço'". Mais adiante, escreve ainda o Público: "Confrontada com a posição do CR, Deolinda Almeida disse não ter tido 'conhecimento de qualquer pressão' e sublinhou que 'ouvir todas as partes não significa 'cedência'. Isto, porque a directora de informação defendeu que as jornalistas deviam ter ouvido o Ministério da Ciência quando elaboraram a notícia: a responsável acusou-as de terem redigido informação que foi 'destruída por falta de acompanhamento'. Apesar de concordar com o princípio do contraditório, o CR lembrou que 'neste caso específico a notícia poderia ter saído antes de contactado' o ministério, classificando a mesma como 'um bom exercício de jornalismo e um exemplo de investigação jornalística'. Na morosa reunião do CR foi também ouvido o editor da secção Nacional, António Caeiro, sobre a "nova versão" de uma notícia que contrariava por completo um outra colocada em linha cerca de uma hora antes e assinada pelas mesmas três jornalistas. Nessa notícia, Caeiro citava uma fonte anónima do Ministério da Ciência para 'corrigir' a versão anterior e garantir a banda larga em todas as escolas. De acordo com o CR é 'inaceitável que se corrija uma notícia citando uma fonte não identificada'.
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