Na página 14 do corpo principal do Expresso deste fim de semana vem publicada uma peça a quatro colunas e foto a toda a largura, com o título "Sozinhos no Rossio" e cujo antetítulo é "Aos 83 anos, Raul Silva e a mulher são os únicos moradores desta praça lisboeta". A matéria é sem dúvida de interesse jornalístico, se mais não fosse para abordar o problema dos centros históricos das cidades. Mas o que inquieta, nesta peça, é que o jornal não se contenta em noticiar que, em toda aquela praça, apenas um casal lá mora em permanência. Ou seja, a noite é um deserto. Pois não é que o artigo nos fornece não apenas o número da porta do prédio habitado pelos octogenários, mas também o andar? Do ponto de vista jornalístico, a pergunta a fazer é: adianta alguma informaçao relevante a publicação de tais pormenores? Não está o jornal a potenciar riscos desnecessários? Não há uma responsabilização necessária pelas consequências potenciais do que é publicado?
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