O britânico "The Times" tem vindo a publicar regularmente um anúncio de auto-promoção que, não remetendo propriamente para uma novidade, não deixa de constituir um "sinal dos tempos" que vivemos. Trata-se de uma selecção de notícias, reportagens e colunas de opinião, com a duração de cerca de 50 minutos, que podem ser diariamente descarregadas a partir das 5 da manhã e ouvidas no computador, no iPod, etc. Este é apenas mais um esforço de diversificar os ensaios e as apostas, por parte de um meio que, ao contrário do que se possa pensar, pode ter um futuro interessante se souber interpretar as mudanças não apenas tecnológicas, mas também sociais e culturais em curso. Por outras palavras: se souber tirar partido das tecnologias não para fazer "fogo de vista", mas para repensar e recriar o jornalismo. Porque é de jornalismo que, antes de mais, se trata. Uma perspectiva cínica poderá sorrir mas não deixará de reconhecer clarividência ao ler palavras recentes de Rupert Murdoch, o dono de um império mediático mundial e precisamente proprietário de The Times:
"Power is moving away from the old elite in our industry - the editors, the chief executives and, let?s face it, the proprietors. A new generation of media consumers has risen demanding content delivered when they want it, how they want it, and very much as they want it. This new media audience - and we are talking here of tens of millions of young people around the world - is ALREADY using technology, especially the web, to inform, entertain and above all to educate themselves. This knowledge revolution empowers the reader, the student, the cancer patient, the victim of injustice, anyone with a vital need for the right information".
Ou quando o mesmo Murdoch sublinha, a propósito destes novos "actores":
"The challenge for us in the traditional media is how to engage with this new audience. There is only one way. That is by using our skills to create and distribute dynamic, exciting content. King Content, the Economist called it recently. But - and this is a very big BUT - newspapers will have to adapt as their readers demand news and sport on a variety of platforms: websites, ipods, mobile phones or laptops. I believe traditional newspapers have many years of life left but, equally, I think in the future that newsprint and ink will be just one of many channels to our readers. As we all know, newspapers have already created large audiences for their content online and have provided readers with added value features such as email alerts, blogs, interactive debate, and podcasts. Content is being repurposed to suit the needs of a contemporary audience".
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