«De um modo geral, os jornalistas não amam o provedor. Serem criticados ou censurados pelo provedor nas páginas do "seu jornal" é encarado, normalmente, como humilhação pública.» «Faço parte da minoria dos jornalistas que pensam haver um crescente divórcio entre jornalismo e sociedade. Algo que não transparece nos jornais ou nos inquéritos de opinião porque, como corporação que são, os jornalistas não se questionam muito a si próprios e, se o fazem, não o transferem muito para o conhecimento do leitor. Que diabo!, admitir pública e sistematicamente o erro seria injectar no leitor a dúvida sobre a credibilidade do jornalismo e dos media - algo que, além do mais, seria comercialmente desastroso.» «Se os jornalistas tivessem obrigatoriamente de estar "do outro lado", apenas algumas semanas, teriam a exacta noção da crueldade irreversível de uma notícia errada ou mal defendida, ética ou deontologicamente; se os leitores pudessem estar, por uns dias, ao lado do jornalista decerto compreenderiam melhor a sua missão e a terrível "tensão permanente entre a incerteza e a exactidão"...»
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