Em menos de uma semana, os trabalhadores do diário francês Libération convocaram e desconvocaram uma greve, sem que tenham sido satisfeitas as suas reivindicações nem tenha havido qualquer facto novo especialmente relevante. A greve havia sido marcada para hoje, segunda-feira, tendo como motivo a decisão tomada pelo novo responsável do jornal, Laurent Joffrin, de despedir 81 funcionários (e admitir cinco de novo), como uma das medidas para salvar a situação económica do diário. No domingo, Joffrin terá dirigido à Redacção uma mensagem dramatizando os riscos que se poderiam correr se a greve se concretizasse. Entretanto, à mesa das negociações, a administração havia aceitado melhorar ligeiramente as condições de desvinculação voluntária de funcionários. Convocada para decidir o que fazer pelo Comité Intersindical da empresa, a maioria dos trabalhadores votou contra a greve, aparentemente para evitar que o caso seguisse os seus trâmites na justiça. Não se percebe se terá havido precipitação das organizações sindicais que encaminharam as coisas para uma forma radical de luta, tendo de recuar no último momento. A verdade é que, aparentemente, os funcionários do Libération parecem sair fragilizados deste processo.
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