Lembram-se de um debate que surgiu entre nós, há algum tempo atrás, acerca do papel dos estágios e do lugar dos estagiários nas redacções? O problema não é só português. Também noutros países, como é o caso da Espanha, há empresas que recorrem a estagiários e bolseiros como mão de obra barata, que ocupam em verdadeiros postos de trabalho. O assunto vem sendo debatido, desde há algum tempo, no forum "Periodismo y medios de comunicacion en castellano", variando as atitudes entre a revolta meio impotente e a procura de atitudes eficazes. O Colexio Profesional de Xornalistas de Galicia acaba de apresentar uma "Proposta de regulamentación xeral das prácticas dos estudiantes e bolseiros de xornalismo e comunicación audiovisual" que será apresentada e defendida junto das escolas de formação, sindicatos e comités de empresa do sector da comunicação e, evidentemente, junto dos propietários dos meios e das entidades governamentais. O documento reconhece a importância dos estágios e prevê regras que passam por reduzir o número de estagiários a não mais de 10 por cento do número de jornalistas, um horário que não vá além de quatro horas diárias e uma duração nunca superior a quatro meses. Prevê ainda a figura do tutor ou supervisor dos estagiários e a existência de um plano de formação da empresa devidamente apresentado nas escolas de onde os estagiários são oriundos. Fica vedado aos estagiários ocupar postos estruturais de trabalho ou contribuir para o conteúdo informativo do meio, salvo, neste último caso, se o supervisor o recomendar expressamente.Nesta circunstância, receberão pelo trabalho realizado e publicado. Em qualquer circunstância, os estagiários terão direito a um subsído de refeição e transporte. Relevante é o compromisso que, de acordo com a proposta, as empresas assumem de informar por escrito os comités de empresa (o equivalente das nossas comissões de trabalhadores) sobre os compromissos assumidos com as instituições universitárias no tocante aos estágios.
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