Encontrei esta interessante crónica de Estrela Serrano, a provedora dos leitores do Diário de Notícias, sobre a forma como a internet auxiliou o contacto entre um jornalista do DN e um leitor. Estrela Serrano explica, a propósito da interactividade: O assunto dispensaria, como se vê, a intervenção da provedora. De facto, o caso acabou por ser tratado, directamente, entre as partes _ o leitor dirigiu-se à provedora comentando a notícia; a provedora remeteu os comentários ao jornalista para que respondesse e este enviou a sua resposta, simultaneamente, à provedora e ao leitor. Tudo isto se passou online. O leitor vive na Noruega, leu a notícia na edição digital do DN, mas como não tinha o endereço do jornalista contactou a provedora. A interactividade acabou por funcionar, embora por interposição da provedora. Infelizmente, como a provedora acrescenta, houve um pequeno senão: O exemplo merece referência, porque exemplifica a mais-valia do jornalismo digital, relativamente ao jornalismo «tradicional». Este leitor poderia ter tido acesso imediato ao jornalista e este podia ter-lhe facultado o acesso directo aos documentos que consultou para elaborar a notícia, através de links (hipertexto), se o DN digital facultasse aos leitores o contacto dos jornalistas. Por seu turno, o leitor poderia ter-lhe fornecido as informações que enviou à provedora sobre o assunto, concretizando outra das características do jornalismo digital. O leitor tornar-se-ia, no caso, ele próprio um produtor de informação e a sua experiência e conhecimentos teriam sido partilhados por outros leitores. Muitos órgãos de comunicação social portugueses ainda se esquecem de incluir o endereço de correio electrónico dos seus jornalistas. Uma das principais vantages de estar online fica, assim, sem efeito.
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