Já não é a primeira vez, nem a segunda, que, a coberto da penumbra resultante do facto de os focos mediáticos estarem voltados para outros lados, se faz aquilo que, noutras circunstâncias, seria mais complicado fazer. Polarizadas as atenções no Médio oriente e, em particular, no Iraque, não espantaria que estivessem a ocorrer, em simultâneo, grandes manobras estratégicas e tácticas, noutras zonas do globo, da quais só mais tarde viremos a saber. Ou, então, das quais nos apercebemos, mas condicionados que estamos pelo evoluir da guerra, nem reagimos. Veja-se, por exemplo, o que se passou recentemente na Chechenia ou no Zimbabwe ou, mais proximamente, em Cuba. A propósito do país de Fidel, eis uma observação de Mário Bettencourt Resendes, no "Diário de Notícias" de hoje: Aproveitando a «névoa» da Guerra do Golfo, a ditadura prendeu dezenas de jornalistas e escritores, acusados da publicação de artigos «subversivos e contra-revolucionários». Alguns, como Raul Rivero e Oscar Chepe, incorrem em penas de 20 anos de prisão. A prepotência de Fidel não passou, mesmo assim, despercebida. Vozes de indignação levantaram-se em defesa daqueles que são agora perseguidos pelo «crime» de recusarem a submissão ao pensamento único _ e também se fizeram ouvir em Portugal, com excepções lamentáveis, como é o caso do presidente do Sindicato de Jornalistas, que continua a reflectir sobre a conveniência de uma tomada de posição...".
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