O que é o jornalismo (não) público? A pergunta é feita por Carlos Chaparro, na sua recente coluna no site Comunique-se, referenciado ontem pela Elisabete Barbosa. O (luso-descendente) professor da Universidade de São Paulo retoma o caso da cobertura televisiva da conferência de Imprensa de Fátima Felgueiras, reflectindo sobre a declaração de Morais Sarmento, em comentário ao papel desempenhado pela RTP: “Falta discutir o que é jornalismo público”. Sobre este ponto escreve o autor: "Ao fim e ao cabo, narrar (para o relato) e argumentar (para o comentário) são as artes do ofício de ser jornalista. Em ambos os casos, as razões do fazer jornalístico são impostas pela procedência irrecusável das expectativas do cidadão destinatário da informação e da análise. Por causa dessas expectativas sociais, sustentadas em direitos, tradições e pressupostos universalmente estabelecidos, o jornalismo tem de ser veraz, honesto, independente, crítico, rigoroso e claro, vinculado a razões éticas – qualquer que seja a natureza (pública ou privada) do meio de comunicação que o difunde. Na sua totalidade, e não apenas em parcelas supostamente “virtuosas”, o jornalismo tem, por natureza e vocação, o predicado de ser público. Porque públicas são as suas razões de ser." Uma nota só: a questão que se levantou em Portugal, a este propósito, referia-se ao modo, manifestamente exagerado, como a RTP tratou o assunto.
0 resposta(s) para “”
Responder