Painel com José Pacheco Pereira, Eduardo Prado Coelho, Moisés Martins, Luís Marques e Paquete de Oliveira MM: Repensar os media é repensar a mediação no espaço público. (...) Paralelismo entre a crónica (como discuro fragmentáro, que diz o contingente) e os blogues - um género fragnentário e solto, que diz igualmente o fragmentário e o contingente. ---Os blogues dizem, pela positiva, o tempo que é o nosso, enquanto os media dizem, pela negativa, aquilo que também somos. EPC: O campo da comunicação e informação é de banda muito larga. Seria necessário, para o pensar, delimitar conceitos e temas. Linhas a sublinhar: - o fenómeno da produção, edição e circulação da música, do cinema, do design e os efeitos que as novas tecnologias têm em todos estes domínios. - a comunicação mais íntima, face a face (transparência-opacidade, verdade-mentira) - a "produção dos sujeitos", em determinados media muito forte, noutros mais suave. JPP: Tendências que estão a mudar a nossa relação com o espaço público, muito marcado pelo desenvolvimento das cidades: - Passagem dos átomos para os bits: progressiva digitalização do mundo, com efeitos como a perda da noção de posse, de autoria, como a perda da individuação; - Efeitos da biologização dos "devices", cada vez mais próximos de nós, do nosso corpo, da nossa casa, enquanto prolongamento do nosso corpo: exemplo do telemóvel; - O mundo novo dos novos media não é o da solidariedade: vários destes media encolhem o espaço púbico, tornam-no mais próximo de uma espécie de patologia social (ex: as apresentações em powerpoint, alguns aspectos dos blogues...); - Manipulação da memória (ex.: projecto MyLife bits, da Microsoft); - O problema da mediação: possibilidade de controlar os softwares de busca (incluindo, no futuro, os canais de TV do mundo) e o problema das exclusões - os ricos disporão da possibilidade de seleccionar a melhor das informações, dispondo das melhores das literacias, enquanto a esmagadora maioria disporá de um ersatz de vida barato, simples, de baixas literacias (isto poderá levar a que as democracias venham a ser dominadas pelo pathos, em detrimento do logos e do ethos, redundando no caminho da demagogia, mais provável que a tirania. Este será um dos problemas mais importantes dos nossos tempos). PO: O discurso dos media funda-se no discurso comum sobre a sociedade. Entre a informação emitida e recebida há factores que interferem, que fazem que o que conta é a informação percebida. Repensar os media supõe repensar o sistema dos media: os donos da notícia, os grupos, as lógicas das empresas, o sistema da mercadorização das notícias, os seus produtores, incluindo os "opinionistas", como se chega a jornalista...Repensar os media exige repensar o modo como o seu sistema está a ser recomposto ou refeito pelas novas tecnologias de informação. LM (RTP): O que temos hoje é um sistema mediático em mutação acelerada, cuja chave é a revolução tecnológica (Internet, transmissões via satélite, rádio e TV digital e os milhares de novos protagonistas que entram no sistema de comunicação). Daqui está a emergir um novo paradigma na relação entre os cidadãos e os media.
Great post, I enjoyed reading it.
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