O "caso Teresa e Lena" e a agenda mediática A chamada "hipótese de agenda-setting" ou de imposição /estabelecimento da agenda, que se estuda no quadro das teorias do jornalismo (e da comunicação política), preconizava, na sua formulação inicial, que a agenda mediática tende a transferir-se para a agenda pública. Por outras palavras, aquilo que os media tendem a enfatizar ou a secundarizar seria também aquilo a que, no espaço público, se atribuí mais relevo ou se menospreza. Desenvolvimentos desta linha de pesquisa vieram chamar a atenção para o facto de que, também a montante, o poder de agendamento se pode exercer. Ou seja, as fontes, por efeitos da sua crescente organização e profissionalização, ou em consequência de se terem socializado nos valores-notícia do jornalismo dominante, encontrariam, cada vez mais, formas de influenciar e marcar a agenda mediática. O "caso Teresa e Lena" constitui, nos tempos mais recentes, um dos melhores exemplos desse poder de agendamento. E tem todos os ingredientes para pôr um certo jornalismo a salivar. Foi pensado para isso e vai seguramente conseguir o que projectou. Veremos.
0 resposta(s) para “”
Responder