Num momento conturbado da vida dos media portugueses, com a anúncio por parte do Governo da refundação da RTP e a alienação de um dos seus canais, perpectivando-se o despedimento, reforma antecipada ou outras formas de saída dos quadros da empresa, de muitos dos seus prifissionais, a Dora trouxe-nos um testemunho impressionante da friesa e crueldade com que são tratados este tipo de problemas. As pessoas, os seres humanos, são relegados para a mais ínfima das condições, imperando apenas e só critérios económico-financeiros. Na RTP foi esquecido o serviço público - ninguém sabe o que é na perspectiva do Governo - no Comércio do Porto esqueceu-se o serviço que os responsáveis agora demitidos prestaram aquela casa em momentos extraordinariamente difíceis da sua vida. Ao Paulo Ferreira, amigo, colega de estudos e excelente profissional, assim como a todos aqueles que hoje vivem numa incerteza cruel, deixo uma palavra de admiração e a certeza de que, num mundo gélido, irracional e impessoal, ainda resta uma pequena luz para os bons profissionais e para aqueles que acreditam que ainda é possível fazer bom jornalismo, jornalismo de qualidade em Portugal.
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