Do meu ponto de vista, foi um blogue - o Ponto Media, de António Granado - o meio que mais nos ajudou a ler os dados sobre a circulação média de jornais e revistas em Portugal, relativos ao primeiro trimestre de 2006, esta semana divulgados pela APCT (Associação Portuguesa do Controlo de Tiragens). E fê-lo apresentando um gráfico simples, relativo à imprensa diária (e que peço licença para aqui mostrar), o qual, colocando os dados numa perspectiva temporal, nos permite tirar algumas concusões que não podem deixar de ser preocupantes. Assim: - existe uma consistente tendência de queda nos jornais diários pagos (a excepção será o Correio da Manhã, ainda que, como excepção, seja, também ela, não concludente); - os diários gratuitos, além de terem ultrapassado ambos a fasquia dos 150 mil, estão a aproximar-se de uma outra barreira simbólica: representarem, sozinhos, mais do que todos os outros diários juntos; - é interessante verificar, na perspectiva temporal que o gráfico mostra, em que momento a tendência de queda se acentua: parece clara a relação com a imprensa gratuita (factor que, no quadro de variáveis explicativas, não é único). - a conclusão mais preocupante de todas, porém, não decorre do quadro. É o aparente marasmo diante deste cenário. A reacção mais saliente a estes resultados é a de cada jornal se comparar com a sua concorrência mais directa, para ver quem perdeu mais ou, em alternativa, tentar suavizar o quadro, sublinhando uma estatística qualquer que o mostre menos negro. Esta é a estratégia que não fará outra coisa que não seja aprofundar a queda.
Com certeza a imprensa gratuita cresceu muito. Ela cresce muito rapidamente mesmo porque a qualidade dela aumenta a cada dia. Muito boa esta analise. Parabens.
Manuel,
Agrade?o o elogio, mas deixa-me dizer-te que o gr?fico que publiquei ? o mesmo que o meu jornal tamb?m publicou. Ali?s, o P?blico foi o ?nico a falar de circula??o total e n?o circula??o paga, porque essa ? a ?nica forma de podermos fazer compara??es com os gratuitos.
N?o h? d?vida que os jornais em papel est?o em queda (c? e em todo o mundo) e n?o vale a pena tentar esconder esse facto. J? nos n?meros finais de 2005 se viu que pela primeira vez desde 1991, todos os di?rios portugueses generalistas venderam menos do que no ano anterior.
Abra?o,
Ant?nio
Ol?, tudo bem?! Te convido a visitar a Comuniade do Blog e opinir sua minha postagem de amanh?, 03 de Julho.
Sua visita e coment?rio s?o muito importante !!! bjs
http://www.comunidadedoblog.zip.net
Agradeco a correccao, Antonio. Nao consultei a edicao impressa e...precipitei-me.
Em todo o caso, aquilo que o post pretende anotar eh a a falta de iniciativas que perspectivem outros cen?rios.
Pergunto-me, de resto, se as respostas passam apenas pelas iniciativas individuais de cada um dos meios; se nao ha algo a fazer em conjunto (pelo menos com aqueles meios que estiverem apostados em nao assistir passivamente ah tendencia de declinio). Pergunto tamb?m se nao ha outros 'parceiros' a envolver nesses esforcos...
Era sobretudo para isso que queria chamar a atencao.