O "Olho Vivo" de Eduardo Cintra Torres - a sua coluna dominical no Público - chama a atenção para "As técnicas da nova propaganda" dos governos para marcar a agenda mediática e, assim, controlar a informação. A peça terá continuidade na próxima semana. É importante este alerta e, certamente, há , nos dados referidos, sinais a que importa estar atento. Tudo somado, porém, o que nos é dito contribui para um inventário de novas formas de propaganda, mas não adianta matéria muito consistente, se o objectivo é demonstrar práticas alegadamente adoptadas pelo governo actual. Que António Barreto tenha escrito no Público que Sócrates tem "ao seu serviço (...) uma imbatível organização de comunicação" e que "a organização da propaganda e das relações públicas, servida por centenas de profissionais, tem-se revelado impecável" não parece ser um grande argumento ... a não ser argumento de autoridade (?). É preciso dizer mais qualquer coisa para que a "bojarda" adquira conteúdo. Que este, como outros governos (este, porventura, de forma mais eficaz) recorram a eventos ou pseudo-eventos para ofuscar iniciativas que tomam como hostis também não parece ser novidade. Que os membros do Governo de José Sócrates tenham tido uma presença significativa ou excessiva nas notícias televisivas também parece depender dos motivos. Se há motivos jornalísticos e de interesse público para irem aos telediários, porque é que não hão-de ir? Não se tem sublinhado a multiplicidade de frentes em que o governo tem empreendido iniciativas, independentemente do que delas possamos pensar? Mas, se considerarmos o argumento mais de frente, teríamos de tirar dele todas as ilações. Se os ministros ou a "máquina de propaganda governamental" conseguem marcar as agendas e obter uma presença nas notícias para lá do que seria razoável qual a responsabilidade que nisso cabe aos próprios media e aos directores e editores da informação? Não tenho pejo em criticar e denunciar práticas efectivas de controlo do jornalismo e da sua independência face aos poderes. Mas tenho alguma dificuldade em embarcar em "sinais" ou em "fumos". Não quero ser ingénuo ao ponto de achar que não tem havido tentativas de controlo. Mas se a denúncia não se acompanha de factos descredibiliza-se. Além de comprometer também quem, nas redacções - na Lusa, mas também em todas as outras - acolhe eventuais pressões.
Adicionei o o seu blog ? minha lista de links do meu blog, jornaldesign.blogspot.com - gostei bastante e consulto de vez em quando o seu blog.
N?o duvido que o governo tenha uma boa equipa de Rela??es P?blicas a gerir toda a sua actividade, contudo, n?o me parece muito cr?vel falar-se de manipula??o de informa??o nos principais meios portugueses. N?o digo que o governo n?o o tente fazer, pois n?o tenho meios para o assegurar, agora, para quem presta aten??o ? imprensa di?ria nacional ? f?cil perceber que o mais comum ? as manchetes dos generalistas apontarem falhas directas ou indirectas ao governo. Tenho visto os jornais mais como incendi?rios da opini?o p?blica do que como bombeiros do governo, mas isto digo eu que n?o sou importante...
N?o duvido que o governo tenha uma boa equipa de Rela??es P?blicas a gerir toda a sua actividade, contudo, n?o me parece muito cr?vel falar-se de manipula??o de informa??o nos principais meios portugueses. N?o digo que o governo n?o o tente fazer, pois n?o tenho meios para o assegurar, agora, para quem presta aten??o ? imprensa di?ria nacional ? f?cil perceber que o mais comum ? as manchetes dos generalistas apontarem falhas directas ou indirectas ao governo. Tenho visto os jornais mais como incendi?rios da opini?o p?blica do que como bombeiros do governo, mas isto digo eu que n?o sou importante...
Totalmente de acordo com este post. O que eu vejo nos media ? sim um autentico ataque ao Governo, tanto por parte da RTP e mais ainda da Sic (Balsem?o oblige),mas os Fernandes boys s?o reconhe?o os mais dedicados. S? que h? limite p/a asneira e tambem uma fronteira que as criticas n?o devem ultrapassar, que ? a realidade. E a realidade ? que este Governo tem mais visibilidade porque faz mais coisas que os anteriores, ? melhor, tem mais iniciativa. Ao contrario do Governo anterior de direita de Barroso a Santana Lopes, o estado geral era comatoso e uma lenta agonia,sendo o discurso preferido e a principal linha de comunica??o "a heran?a pesada do governo anterior", mas mesmo assim idolatrado pelo P?blico.
tenho pena que um jornal como o P?blico tenha sido apreendido por uma claque ideologica neo-conservadora, que pretende ? for?a derrubar governos e inverter a realidade. J? agora, onde est?o as provas do envolvimento de S?crates com a F?tima Felgueiras?
Estes comentarios basicos, sao a prova evidente de que existe alguma coisa que vai muito para alem da habitual central de informacao que se vislumbra no dominio das redaccoes e em especial das TVs. Ha algo muito mais subtil. Uma conjugacao de factores. Um sentido acritico da CS e em simultaneo uma colaboracao gratuita no suposto ataque aos previlegios. Isto tambem vende. O povo, e a auto-fagica classe media em particular, compra toda esta trama novelistica que a CS amplia. No entanto, como escreveu no Publico A.Barreto, os interesses dos grandes grupos economicos est?o intocaveis. Assim, pode ser uma "bojarda", mas algo que, por enquanto, se sente mais do que se explica atraves do conforto das analises estatisticas.