Weblogue colectivo do projecto Mediascópio - CECS / Universidade do Minho | RSS: ATOM 0.3 |



Eleições antecipadas nos media internacionais A decisão presidencial de recurso a eleições legislativas antecipadas está a ser noticiada e analisada um pouco por todo o lado. O nome de Durão Barroso surge invariavelmente associado à crise política em Portugal, em virtude de Santana Lopes ter assumido a liderança do Executivo na sequência da decisão do ex-primeiro ministro de aceitar ser prresidente da Comissão Europeia. Outra ideia que ressalta das notícias é a descoordenação, o populismo, as reticências ou mesmo desconfianças dos meios económicos, a crítica no seio do PSD e a pressão sobre os media. Aqui deixo alguns extractos, centrados nos quatro meses do exercício de Santana Lopes: "His four-month-old administration has faced strong criticism over allegations of media interference and a lack of co-ordination between ministers". BBC News "Il s'est retrouvé tour à tour empêtré dans les déclarations contradictoires de ses ministres, les tensions au sein de la coalition, une vive polémique à propos des pressions gouvernementales sur les medias, sans parvenir à conquérir la confiance des acteurs économiques et sociaux". Courrier International "Santana Lopes has come under fire from unions, business associations and even leading members of his party, including former prime minister Anibal Cavaco Silva, for his budget policies as well as accusations of media interference". Turkish Press, baseada na AFP "Según la prensa lusa, las alteraciones habían sido pactadas un mes atrás entre Santana Lopes y el presidente portugués, Jorge Sampaio, preocupado por los derroteros de un Ejecutivo que en su corta trayectoria había cosechado fuertes críticas por el populismo y la inexperienca de su líder y supuestas presiones a los medios de comunicación". Telemadrid

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Orihuela: "Weblogs não são jornalismo pelo facto de serem weblogs" A intervenção de Jose Luis Orihuela há momentos feita no II Congresso Iberoamericano de Ciberperiodismo que desde ontem decorre na Facultad de Ciencias da Comunicacion da Universidade de Santiago de Compostela incidiu sobre as relações entre os weblogs e jornalismo. Propôs uma grelha que tipifica esse tipo de relações, com destaque para os seguintes aspectos: - acompanhamentos de processos ou casos em weblogs, por parte de meios digitais (ex.: uma campanha eleitoral, um acontecimento como o euro 2004 ou os atentados terroristas de Madrid) - os weblogs feitos por jornalistas, em complemento do seu trabalho profissional; - weblogs que tomam o jornalismo como tema de informação e análise (como é o caso de Jornalismo e Comunicação, por exemplo); - os weblogs como fontre para os media jornalísticos; - a blogosfera como filtro, como terreno em que os media clássicos podem captar a "temperatura" social. O animado do weblog eCuaderno considera que os weblogs não são um género, mas um novo meio. Salienta ainda que os blogs não são jornalismo pelo facto de serem weblogs, o que não quer dizer que não possa haver jornalismo nos weblogs. Finalmente, Orihuela entende que os weblogs não vão substituir os media tadicionais ou os jornalistas: são, antes, um complemento e um desafio que irá obrigar esses media a mudar. (Ver mais elementos e sugestões referenciados por Orihuela no eCuaderno).

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Siza Vieira: uma obra notável mas com um senão O congresso iberoamericano de ciberperiodismo decorre na Facultad de Ciencias de Comunicacion da Universidade de Santiago, num edifício concebido por Siza Vieira. É uma obra de arquitectura notável, com o traço e a criatividade a que Siza nos habituou. Porém, o auditório em que decorre a iniciativa revela um problema que já vi apontado a outras obras do grande arquitecto: a acústica. Um ruído ambiente impede que as intervenções se percebam com nitidez e algum ruído que ocorra na sala é como que amplificado, tornando a comunicação difícil.

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Portugal e a sociedade da informação Acabam de ser disponibilizados online dois documentos relevantes para conhecer a situação da dita "sociedade da informação" no nosso páis. Trata-se dos dados preliminares do estudo "A sociedade em rede em Portugal", "incidindo sobre o que fazem hoje os portugueses, em que trabalham, como vivem, com quem se relacionam, o que pensam, com quem comunicam, como participam social e politicamente". A coordenação deste projecto esteve a cargo de Gustavo Cardoso e António Firmino da Costa. Os dados completos e a respectiva análise constarão de um livro a publicar no ano que vem. O outro documento a considerar neste contexto é o relatório "População portuguesa - Inquérito à utilização das tecnologias de informação e comunicação", realizado este ano pela UMIC.

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Cronologia Fernando Correia republica, no portal do Clube de Jornalistas, uma cronologia sobre ensino e investigação do jornalismo em Portugal, cobrindo o período pós 1940.

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Ensino do Jornalismo

Acabou de ser publicado um número temático da Revista Comunicação e Sociedade sobre o Ensino do Jornalismo. A revista, publicada pela Campo das Letras e pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, compreende um conjunto alargado de artigos, depoimentos e reflexões dos seguintes autores: Denis Ruellan, Eduardo Meditsch, Xosé López, Manuel Pinto, Joaquim Fidalgo, Madalena Oliveira, Fernando Cascais, Adelino Gomes, Carlos Pinto Coelho, Hália Costa Santos, Helder Bastos, Ivone Dias Ferreira, João Aguiar Campos, Joaquim Vieira, Jorge Wemans, Lopes de Araújo, Luísa Bessa, Manuel Vilas-Boas e Sara Oliveira. Para além dos trabalhos dedicados à formação em Jornalismo, destacam-se três artigos sobre a Blogosfera: 'Blogging and the eCommunication Paradigms: 10 principles of the new media scenario' de José Luis Orihuela; 'Algumas notas sobre o panorama da blogosfera portuguesa' de António Granado e 'Weblogues e jornalismo: um exemplo de aproximação na universidade portuguesa' de Luís António Santos e Fernando Zamith. Este 5º volume da Revista 'Comunicação e Sociedade' foi coordenado pelo principal animador deste blog, Manuel Pinto.

Helena Sousa

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Comunicología - uma revista para o "Campo Académico da Comunicação" O Departamento de Comunicação da Universidade Iberoamericana - Ciudad de México lançou recentemente uma revista electrónica sobre investigação em comunicação. Especialmente dirigida a estudantes, professores e investigadores do campo académico da comunicação do México e da América Latina, Comunicología-indícios y conjeturas pretende fundamentalmente contribuir para o desenvolvimento de diálogo entre diferentes comunidades de reflexão e estudo da comunicação. Cito do editorial do primeiro número um pequeno excerto: «Como su nombre lo indica, se trata de una publicación a partir de la cual buscamos difundir múltiples ?indicios? y ?conjeturas? en torno a diversos fenómenos relacionados con la comunicación (o a lo que este término tan polisémico se refiera). Que quede claro: divulgar, informar, dialogar, abrir, oxigenar, democratizar y compartir lo generado dentro (o al borde) del llamado ?Campo Académico de la Comunicación? son las metas hacia las que se dirige nuestro esfuerzo editorial.» O acesso aos textos integrais é, pelo menos para já, gratuito e pode ser visualizado em PDF.

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O jornalista e o blogger Um tema inesgotável. Acaba de ser abordado por um nome forte da blogosfera, Loïc Le Meur, no decorrer da conferência da Associação Mundial de Jornais que decorreu anteontem e ontem em Lisboa. Segundo reporta Leonor Figueiredo, no DN, ele centrou a sua comunicação na defesa de que o «aparecimento de blogs é o elemento mais significativo nos últimos dois anos nos media, e irá influenciar bastante o mundo do jornalismo». Deixo a síntese das ideias apresentadas, feita pela jornalista: "Quais são as diferenças entre o jornalista e o blogger? O jornalista é pago, o blogger, não; o jornalista segue directrizes, o blogger escreve quando e como quer; o jornalista corrige antes de publicar, o blogger emenda depois; o jornalista trabalha para a marca do seu jornal, o blogger escreve anonimamente; o jornalista está limitado no espaço e não sabe para quem escreve, o blogger não tem estes constrangimentos; o jornalista não diz «eu», enquanto o blogger escreve na primeira pessoa do singular; o jornalista escreve como sabe e aprendeu, o blogger é mais espontâneo, segue uma linguagem muito oral." Já agora, é interessante a perspectiva do evento da Associação Mundial de Jornais em Lisboa, através do comentário de Loic Le Meur: "Classic discussions about blogs with or against newspapers already started tonight. Anyway, great evening in Lisbon, lots to say, great fun and amazing food. More tomorrow."

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"Ipsis verbis" Ruben de Carvalho, no DN, sobre a cobertura jornalística do julgamento do caso da pedofilia: "(...) Imagens de quê? Rigorosamente de nada. Qual o interesse noticioso de Carlos Cruz tomar um café na Brasileira e descer o Chiado para ser acompanhado por um batalhão de jornalistas? Ou melhor: em qualquer país civilizado, considerar-se- -ia inexplicável evento umas dezenas de profissionais correndo rua abaixo para esclarecer quantos sacos de açúcar usara a figura! E que dizer de fazer da banalíssima e óbvia chegada de um carro celular um «acontecimento»?E há pior. A câmara de televisão deixa de ser repórter do facto para passar a ser a sua catalisadora. A câmara aparece, logo meia dúzia de circunstantes conquistam o seu minuto de celebridade à custa de se comportarem como um bando de selvagens. Como é que se resolve isto? E é melhor que sejam os próprios profissionais a pensarem no problema; não tardará que alguém o queira fazer por eles."

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Dois grandes jornalistas lançam livros São eles José Pedro Castanheira e Carlos Vaz Marques. O primeiro sobre jornalismo online; o segundo com uma selecção de entrevistas no consagrado "Pessoal e transmissível". Mas vamos por partes:

  • Na próxima segunda-feira, às 18.30, piso 7 do El Corte Inglés, José Pacheco Pereira fará a apresentação do novo livro do jornalista do Expresso José Pedro Castanheira, intitulado "No Reino do Anonimato. Estudo sobre o Jornalismo Online". Tem a chancela da editora Minerva Coimbra e conta com um prefácio do Paquete de Oliveira.
  • No mesmo dia, o Diário de Notícias, com o apoio da TSF e das Edições ASA, distribui o livro "Pessoal e Transmissível XX-XXI", com as grandes entrevistas de Carlos Vaz Marques, obra que conta com prefácio de Adelino Gomes.Entre os entrevistados pelo jornalista da TSF: Maria João Pires; Joana Carneiro; António Lobo Antunes; Jacinto Lucas Pires; António Damásio; João Magueijo; Carlos Sousa; Mariana Frutuoso de Melo; Eduardo Prado Coelho; Pedro Mexia Aníbal Cavaco Silva; Nuno Severiano Teixeira. "A Prova Escrita de que a Arte da Conversa Não se perdeu", refere o press release do acontecimento.

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Mudanças no Expresso: atenção à "força móvel" A tal "rotatividade" na Impresa, de que aqui se falava há dias, ganhou contornos mais definidos com a notícia da passagem de Cândida Pinto para subdirectora do Expresso, onde irá substituir Fernando Madrinha. Este jornalista irá dirigir a edição portuguea do Courrier International. As mudanças de colunistas apontam, aparentemente, para um reforço do PSD crítico de Santana Lopes, da área do Porto e de novas expressões da vida pública, como os blogues. Mais interessante é acompanhar a execução da ideia de uma redacção que se organiza cada semana em função da actualidade. E que abandona, ou subvaloriza, a organização por secções rígidas. Para tal, o Expreso anuncia a criação de uma "força móvel" (curiosa esta metáfora do terreno militar-policial), inter-departamental, acompanhada de perto precisamente por Cândida Pinto. Esta é uma inovação que vale a pena acompanhar com atenção, sobretudo através do produto final que é o Expresso ao fim de semana. A partir de Janeiro.

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Ipsis verbis "(...) Num momento em que tanto se discute a liberdade de imprensa, em Portugal, e se receiam os efeitos, alegadamente nocivos para essa liberdade, de pressões oriundas de patrões, governos ou «centrais» de comunicação, importa mostrar que o jornalismo português não se deixa menorizar, quer na cobertura do processo Casa Pia, quer na cobertura do que, eventualmente, dele vier a resultar. (...)" Estrela Serrano, in Diário de Notícias, 26.11.2004 "(...) A cada arguido ou advogado que saía da Boa-Hora, um molho de jornalistas lançava-se numa "luta quase corpo-a-corpo com os agentes da PSP", como relatava um dos repórteres no local. Cada um que saía respondia da mesma forma: não há declarações a fazer, houve jornalistas a assistir à audiência. Jornalistas esses que ainda não tinham saído e, portanto, os seus colegas continuavam a fazer perguntas sem saber muito bem sobre quê. "Mas qual é a sua interpretação?", "quais as expectativas?", insistiam em várias variantes do clássico "o que é que sente?" e que atingiria um dos pontos mais altos, já à noite, quando uma jornalista pergunta a um colega que esteve dentro da Boa-Hora: "Qual é a tua emoção pessoal em relação a estes acontecimentos? (...)". Eunice Lourenço, Público, 26.11.2004

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Texto integral do veto do PR O Clube de Jornalistas publica no seu portal o texto integral do veto do presidente da República ao projecto governamental da "central de comunicação". A justificação do argumento financeiro pode decorrer desta passagem: "O diploma cria desde já a estrutura dirigente, de direcção superior, formada por um coordenador e dois coordenadores adjuntos, com a possibilidade de constituição de sete equipas multidisciplinares, cujos chefes são equiparados a directores de serviços, integradas por pessoal do quadro deste gabinete ou que nele exerçam funções, com um número de funcionários não determinado neste diploma, a definir por portaria".

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"Metro": diário gratuito brevemente nos transportes lisboetas A Media Capital confirma parceria com editora do jornal gratuito "Metro", referia o Diário Económico de ontem. A joint-venture agora instituída, que formaliza a entrada da Media Capital no segmento dos jornais gratuitos, envolve uma participação minoritária de 35% da Media Capital e os restantes 65% da Metro Internacional. A produção de conteúdos locais ficará a cargo da Media Capital Multimédia, fornecidos através dos vários canais do portal IOL, detido pelo grupo, enquanto que a Metro Internacional fica responsável pela gestão operacional do projecto. Segundo o Diário Económico, não se sabe ainda quando se iniciará a publicação. No entanto, refere o DE, esta semana foram instaladas em várias estações de Metroplitano em Lisboa, que também será parceiro do projecto, uma estrutura que permitirá a distribuição gratuita dos jornais, o que poderá ser um sinal que lançamento pode acontecer nas próximas semanas. O "Metro" será um jornal diário matutino, distribuído gratuitamente nos dias úteis, nos transportes públicos situados em locais estratégicos de Lisboa. Com uma tiragem prevista de cem mil exemplares, será uma das 40 edições publicadas pelo "Metro" em todo o mundo.

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Lusa dá notícia de acontecimento que ... não aconteceu Lê-se no JN de hoje: "A Universidade de Coimbra (UC) cancelou, ontem, a sessão solene de encerramento do 10º aniversário da licenciatura em Jornalismo com medo de uma manifestação de estudantes hostil ao reitor Seabra Santos. O presidente da Assembleia da República, que se preparava para discursar na referida cerimónia, acabou por nem sequer entrar no auditório da Faculdade de Letras, regressando a Lisboa sem esconder algum embaraço.(...)" Vai-se ao Sopa de Pedra e encontra-se a transcrição de um serviço distribuído (e, depois, retirado) ontem pela Lusa que cita partes do discurso de Mota Amaral e salienta: "O presidente da AR intervinha na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, na sessão de encerramento das comemorações dos 10 anos da Licenciatura em Jornalismo". Vale a pena a visita àquele blog para ter uma percepção desta "barracada" da nossa agência. Sintoma de um certo jornalismo burocrático que, neste caso, de mérito só tem o facto de nos ter dado a conhecer o que Mota Amaral tinha para dizer...mas não disse.

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As agências de comunicação e o jornalismo Eduardo Dâmaso, sub-director do jornal "Público", Vítor Gonçalves, jornalista da RTP e Salvador da Cunha, vice-presidente da APECOM são os convidados do Clube de Jornalistas para o programa que a 2: transmite esta noite. O poder das agências de comunicação, a relação dos jornalistas com os outros profissionais da comunicação e a emergência de assessores de imprensa que vêm do seio do jornalismo são alguns dos tópicos em discussão. Extremamente pertinente, o debate vem mesmo a calhar ao meio académico, onde se problematiza o poder das agências para determinar a agenda dos media e mediar determinantemente a relação com os acontecimentos.

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Desafios do ciberjornalismo em congresso em Santiago de Compostela A Faculdade de Ciências da Comunicação de Santiago de Compostela acolhe, na próxima semana (segunda e terça-feira), o Congresso Iberoamericano de Jornalismo Digital. O programa prevê debates em torno de questões relacionadas com o modelo de negócio, os produtos na rede, os géneros jornalísticos e a organização das redacções. Os weblogs, o jornalismo de proximidade na Internet e as tendências de evolução dos cibermedia são os temas de destaque do segundo dia do encontro.

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Novo livro sobre blogs Vai sair em dezembro o livro "Blog: Understand the New Information Revolution and How It Is Redefining the Media, the Culture, and Business", de Hugh Hewitt, colunista do New York Times. O livro, com a chancela da Nelson Books, procura mostrar como a blogosfera constitui um abanão para os media tradicionais e uma oportunidade de capacitação dos indivíduos no mundo das ideias.

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O futuro do jornalismo digital em debate O Ayuntamiento de Estepona e uma empresa pública de comunicação promovem, nos próximos dias 1 e 2 de Dezembro, um encontro sobre jornalismo digital. De acordo com o press de informação do congresso, que decorrerá no Palácio de Congressos e Exposições de Estepona (Málaga), a organização quer «dar a conhecer, debater e reflectir acerca do presente e do futuro do Jornalismo Digital, através dos seus protagonistas». Entre outras, destaco a participação de José Luís Orihuela, que falará dos encontros e desencontros entre os weblogs e o jornalismo.

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Cem mil Este blog recebeu hoje a visita número cem mil. Ao lado dos grandes blogues, o número é pequenino, tendo em conta os dois anos e meio de vida. Mas para um espaço especializado da vida social e cultural e no nosso contexto luso não é mau, mesmo sabendo que uma boa parte dos visitantes chegam aqui através da pesquisa no Google. Resta-nos agradecer as atenções e os comentários de quantos participaram no debate dos assuntos aqui colocados e esperar que no futuro se proporcione uma colaboração mais activa dos diversos membros deste blogue.

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O grande sarilho A história que se esconde por detrás da demissão dos responsáveis pela Informação da RTP parece cada vez mais mal contada. Agora é o administrador Luís Marques que vem dizer que houve "um problema da interpretação", no que toca às declarações exaltadas e nada ambíguas do presidente do órgão, Almerindo Marques. "Num debate de quatro horas há situações de grande tensão que podem gerar alguns momentos de equívocos na interpretação", afirma Luís Marques ao Jornal de Notícias. Problemas de interpretação? Mas não uvimos todos que Almerindo Marques disse, preto no branco, que se tivesse seguido a classificação ordinal dos candidatos a correspondentes teria havido "um grande sarilho" para ele próprio, para a RTP e para Rodrigues dos Santos? É, desde logo, motivo de perplexidade o facto de a putativa reacção de um quadro superior poder abalar toda uma instituição. Será caso para perguntar quem será tão extraordinária e extravagante criatura, para conseguir reunir em si tais poderes. E quem será a administração que se confessa tão em risco de ser encurralada por tal criatura. Mas, ficamos agora a saber, o problema é de interpretação. Ou seja, é da comunicação social que mostrou o que toda a gente percebeu: que há mais do que aquilo que foi contado por detrás desta história. Pode ser que esteja equivocado, mas, de facto, desde o início, nenhum dos intervenientes neste caso me conseguiu convencer de que estava a dizer tudo ou, sequer, o mais importante. Luís Marques (porquê ele?) veio dar mais uma achega.

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Internet no lar tem crescido 25% ao ano O estudo Consumidor 2004, da Marktest, contabiliza 2 490 000 residentes no Continente com 15 e mais anos, em lares com ligação à internet, um valor que corresponde a 30% do universo em estudo. O crescimento deste indicador desde o ano 2000 situa-se numa média de 25% ao ano, mais do que duplicando entre estes quatro anos, refere a mais recente newsletter da empresa (acesso mediante pré-registo). Mais de metade dos jovens entre os 15 e os 17 anos reside em lares com capacidade de acesso à internet, 51.9%, tal como 45.9% dos que têm entre 18 e 24 anos. Mais de dois terços dos pertencentes às classes sociais alta e média alta residem igualmente em lares com ligação à net, 66.9% deles, face aos 6.7% da classe baixa. Da mesma forma, os quadros médios e superiores residem em grande maioria em lares com ligação à internet, 71.8%, contrariamente aos reformados e pensionistas, que apresentam um valor de 9.7%.

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Estatuto do Jornalista em debate em Espanha O Parlamento espanhol aprovou ontem uma proposta de Izquierda Unida que visa definir o estatuto do jornalista naquele país. A exemplo do estatuto português, que foi invocado em mais de uma ocasião, no processo preparatório, define-se a titularidade, acreditação e titulação dos jornalistas e colaboradores, os seus deveres e direitos, o acesso às fontes, os direitos de autor e as incompatibilidades. Além disso, segundo o jornal El Mundo, a proposta adopta um código ético, cujo controlo é confiado aos Conselhos de Informação a constituir nas comunidades autónomas e ao nível do Estado. A proposta aprovada - que significa, por ora, apenas a disposição de debater o assunto - contou com os votos favoráveis dos socialistas e a oposição dos populares.

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Processo de Bolonha e ensino superior Há umas semanas atrás, debateu-se aqui e noutros blogues as intenções governamentais para adaptar a estrtura do ensino superior às recomendações e orientações do chamado processo de Bolonha. Aqui quisemos colocar especialmente em foco as especificidaes da formação em jornalismo e noutros ramos das ciências e práticas da comunicação. O texto que o Jornal de Notícias publica hoje sobre o assunto, com declarações preocupantes do ex-reitor da Unievrsidade do Porto Alberto Amaral não merecerá comentários? Se as considerações que ele tece têm algum fundamento, não nos faltariam razões para emigrar...

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Mohamed Salah prémio da liberdade de imprensa O prémio anual da liberdade de imprensa acaba de ser atribuído a Mahjoub Mohamed Salah, co-fundador e chefe de redacção do mais antigo jornal independente do Sudão, Al-Ayyam, segundo noticia a France Presse. Este prémio da Associação Mundial de Jornais procura reconhecer a "luta pela oiberdade de expresão no Sudão durante mais de meio século. Centrados que estamos no nosso "primeiro mundo", vale a pena destacar alguns factos da justificação deste prémio e do percurso do premiado: "Dans un pays qui constitue un des environnements les plus restrictifs en matière de médias sur le continent africain, M. Salah fait figure de pionnier et de héros pour la presse indépendante", a déclaré le Conseil d'administration de l'AMJ, réuni à Londres. "Malgré d' énormes difficultés, il n' a jamais perdu la foi dans une presse libre et indépendante au Soudan, et son journal fut un terrain d' entraînement pour les journalistes de sa trempe. La communauté mondiale des journaux lui décerne cet honneur en reconnaissance du travail accompli durant toute une vie", a estimé l'AMJ. M. Salah a commencé sa carrière journalistique en 1949 et a fondé le journal Al-Ayma en 1958. Le journal a été fermé deux fois par le gouvernement militaire dans les années 1960, nationalisé en 1970, et restitué à ses propriétaires en 1986 seulement. Le titre a été fermé une nouvelle fois par le gouvernement en 1989 pendant 10 ans, rappelle l'AMJ. Rouvert en 2000, le journal a été confisqué et fermé et son personnel soumis à des emprisonnements et des amendes. En novembre 2003, poursuit l'Association, il est resté fermé trois mois. M. Salah a été emprisonné maintes fois pour ses activités journalistiques".

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Rotatividade Alguém sabe explicar em que consiste de facto a rotatividade a que se refere esta notícia de hoje do "Diário Económico", que diz, laconicamente: "Francisco Pinto Balsemão anunciou, no III Fórum Diário Económico, o início da implementação da política de rotatividade nos órgãos de comunicação detidos pelo grupo Impresa, a qual revela já os seus efeitos. A divisão de revistas femininas da Edimpresa foi alvo na última semana de inúmeras alterações nas respectivas equipas editoriais. Assim, houve mexidas nas direcções das revistas Telenovelas, Casa Cláudia, Arquitectura e Construção (edição especial da Casa Cláudia, com periodicidade bimestral) e nas redacções da Activa e da TV Mais, de acordo com informações recolhidas pelo Meios & Publicidade." ?

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Calar "O Governo, em resumo, acha (e diz em voz alta) que as pessoas que o criticam (ou simplesmente que não o apoiam) se deviam calar e faz o que pode para as calar. O que é preocupante e não deixa de o ser pela existência do veto presidencial. " José Vítor Malheiros, in Publico, 22.11.2004

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Liberdade de Imprensa na Universidade Na próxima quarta-feira, vai ter lugar na Universidade do Minho, em Braga, um acontecimento com o seu quê de inédito na universidade do pós-25 de Abril: uma manifestação pela liberdade de Imprensa. Um grupo de estudantes, maioritariamente do curso de Comunicação Social, criou há alguns anos, um semanário de informação académica, que funcionou, para muitos dees, como a primeira redacção em que trabalharam. O jornal viria a enfrentar dificuldades económicas e, numa fase posterior, foi assumido pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), vindo a converter-se num órgão oficial da ssociação. Recentemente desentendimentos quanto ao trabalho editorial realizado pelo semanário levaram a Direcção da Associação a demitir a Direcção com a qual toda a Redacção se solidarizou. Os que faziam o jornal consideram que foram vítimas de censura, por realizarem um trabalho independente e não ao gosto da Direcção da AAUM. Pelo menos dois blogs (Comunicação Social e Académico) dão conta dessas denúncias e da manifestação convocada para quarta-feira, junto à estátua de Prometeu...desagrilhoado, no campus da UM em Braga. A Direcção da Associação Académica não tomou ainda uma posição pública sobre o caso.

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Leituras O veto à 'central', de Luís Delgado O veto presidencial à «Central de Comunicação», de Estrela Serrano Saneamento Político, de Eduardo Cintra Torres Qualidade na resposta, de João César das Neves

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Novos membros do J&C Passam a integrar este blog dois novos membros: Helena Sousa e Madalena Oliveira. Ambas integram o project Mediascópio - Estudo da Reconfiguração do Campo da Comunicação e dos Media em portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Helena Sousa fez o doutoramento na City University, de Londres, sobre Communications policy in Portugal and its links with the European Union. É professora associada da Universidade do Minho e autora de numerosos estudos predominantemente ligados aos domínios das políticas de comunicação e economia política dos media. É, além disso, vice-presidente da secção de Economia Política da IAMCR - International Association of Media and Communication Research. Madalena Oliveira é investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, com uma bolsa de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Investiga sobre meta-jornalismo.

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Houve "Alta Autoridade Houve Rodrigues dos Santos" (Público online de hoje). Houve. Pelos vistos já não há. E "noz" que não sabíamos. Esperemos, ao menos, que a calinada não tenha passado ao papel. No melhor pano... ACTUALIZAÇÂO: o erro, que não passou para o papel, já foi, entretanto, corrigido.

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Desculpe o incómodo "Senhor Presidente da República, não só não critico o seu veto, como até o compreendo e aceito. E só não o louvo porque, bem vê, não me ficaria bem. De resto, sou muito claro: a criação da central de informação não é uma questão fundamental para a Pátria. Pode ficar absolutamente tranquilo que não será este piqueno fait divers que motivará qualquer tipo de tensão entre nós. Embora considere importante a comunicação pública, a central não justifica que se belisque o excelente entendimento que temos tido. Peço desculpa pelo incidente e desculpe o tempo que lhe roubei". Esta a impressão que fica da seguinte notícia hoje distribuída pela Lusa: "Porto, 21 Nov (Lusa) - O primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, afirmou hoje, no Porto, que compreende e aceita o veto do Presidente da República (PR) à criação da "central de informação" do Governo. "Compreendo e aceito a decisão do Presidente da República e não a critico, embora este tipo de organismo exista na maior parte dos países europeus", disse o primeiro-ministro. Santana Lopes considera que a matéria não justifica qualquer tensão no "excelente relacionamento institucional" existente entre o Governo e a Presidência da República. Acrescentou que, "embora considere importante a comunicação pública" sobre o que o Governo faz, "a matéria não justifica" a quebra da relação institucional entre os dois órgãos. "Não é uma questão fundamental para a Pátria", disse o primeiro-ministro." Até agora, o Governo tinha mantido o silêncio sobre o veto do Presidente da República. Segundo o Público online, o gabinete do primeiro-ministro tinha declarado que Pedro Santana Lopes "não comenta vetos presidenciais".

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Ipsis verbis o mesmo Governo que havia invocado a Alta- Autoridade para impedir a fiscalização parlamentar do caso Marcelo chama-lhe agora um "cadáver". Eis, pois, a teoria constitucional do santanismo: sim à liberdade de opinião, se não for contra nós; sim à independência dos órgãos de regulação, se deliberarem a nosso favor. E ainda há quem se sinta descansado... Augusto Santos Silva, Público, 20.11.2004 O ministro [Gomes da Silva] e alguns dos seus pares ganharam uma visibilidade que, a estas horas, já devem estar a amaldiçoar, de tal maneira o Governo foi sendo atingido. A Comunicação Social, essa, confirmou, uma vez mais, o protagonismo que lhe reservam os tempos que correm e sagrou-se como autêntico lugar geométrico de todas as ambições políticas. Diogo Pires Aurélio, in DN, 20.11.2004 Um Governo que se proclama ao serviço da verdade e quer infundir confiança nos portugueses não pode "brincar" com estes fogos-fátuos de cometer à Alta Autoridade da Comunicação Social o "julgamento" das "pressões" de que foi publicamente acusado e, depois, declarar que se trata de um órgão "sem legitimidade" nem "credibilidade". O povo (...) percebe que andam a fazer da AACS "gato-sapato" de uma instituição que já mandaram "morrer". Paquete de Oliveira, in JN, 20.11.2004

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Grupo de media pretende adquirir o Libération O grupo francês Bolloré, ligado ao sector da publicidade - detém 20 por cento do capital da Havas - pretende comprar o diário Libération. Os rumores apontavam para a participação no capital. Contudo, numa entrevista dada terça-feira ao jornal italizano 24 Ore, o próprio Vicent Bolloré reconheceu o interesse na aquisição. «Oui, cela nous intéresse. En premier lieu, parce que c'est l'un des trois titres qui comptent en France avec Le Monde et Le Figaro. En deuxième lieu car c'est un journal indépendant et nous le sommes aussi.» - foram as suas palavras, citadas pelo diário Le Figaro.

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Não se passou nada? Lido o Relatório da Alta Autoridade é preciso dizer que ele contém fragilidades e incongruências notórias. Partilho, em geral, os pontos salientados no Contrafactos e Argumentos. A AACS, levada pela ideia, que até é verosímil, de que uma série de factos, aparentemente desconexos, poderiam ter relações entre si e configurar uma estratégia global da parte do Governo, quis fazer agora aquilo que não fez nos anos passados. E a mistura, sem um fio lógico condutor, fragiliza o resultado final. Mas, dito isto, é razoável a posição adoptada pelos directores do Público e do Diário de Notícias (limito-me ao material disponível online)? Julgo que a posição aí defendendida esquece algumas coisas. Esquece que há muitos pontos do relatório que mereceram o consenso dos membros da AACS e que não podem ser menosprezados. Esquecem que vários depoimentos indiciam matéria que o órgão pode não ter sido capaz de apurar, mas que é preocupante. Sobretudo, faz o que fizeram alguns políticos da maioria: deslocar o foco das atenções para a própria entidade reguladora e a sua legitimidade, em vez de para os problemas que levaram a AACS a actuar neste caso. Daqui a pouco, iremos concluir que, afinal, em Portugal, nos últimos tempos, não se passou nada. Apenas uns episódios ligeiramente anormais em algumas empresas e grupos de comunicação social.

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Ipsis Verbis "(...) que a montanha da Alta Autoridade para a Comunicação Social acaba de fazer é parir um rato. (...) O que é que ficou, então? Um Evereste de palavras, um icebergue de considerandos, um Himalaia de interpretações e análise política superficial, uma cordilheira de doutrina de pacotilha, sem sustento jurisprudencial ou científico, e um emaranhado de ideias gerais. Para isto não seria preciso a acção solene de uma qualquer AACS. Bastaria a erupção de uma baixa autoridade para a oportunidade social." Nuno Rogeiro, JN de 19.11.2004 "(...) O elemento mais perturbador, no relatório da AACS, não é dizer que o Governo terá pressionado. Se fosse coerente, ela teria feito, todos os anos, relatório semelhante ou de mais graves conclusões. Com Soares, com Cavaco, com Guterres, com Barroso. O elemento grave de perturbação - para o leitor e para os jornalistas - é a declaração de voto do presidente da AACS, opondo-se à decisão maioritária dos seus membros.(...)" José Manuel Barroso, in DN, 19.11.2004 O relatório da Alta Autoridade para a Comunicação Social é um texto político medíocre. Mas se existe a culpa é de quem fugiu ao debate do caso Marcelo na AR (...). A AACS já devia ter desaparecido e se se mantém a responsabilidade principal é o do Governo. Com esta patética "prova de vida" é capaz é de ter conseguido adiar a sua morte (vai ser mais difícil um acordo com o PS), o que continuará a deixar o país, nesta área, sem um órgão regulador eficaz e competente." José Manuel Fernandes, Público de 19.11.2004 "Certo é que os resultados finais do caso Marcelo-TVI são notoriamente favoráveis aos objectivos anunciados pelo ministro Gomes da Silva. A eliminação (dos ecrãs), pura e simples, do incómodo e não contraditado (!) comentador da TVI foi o que se pode chamar de um tiro na "mouche". (...). Ponto final." Francisco Teixeira da Mota, Público de 19.11.2004 " (...) a Alta Autoridade decidiu mexer-se e antes tarde do que nunca. Até porque esta acção enérgica abre espaço para a definição do futuro órgão regulador dos media, que se deseja eficaz e liberto dos vícios que afectaram o funcionamento da AACS. Isto é o mais importante, uma vez que há pouca informação pública sobre o que os dois principais partidos já terão negociado nesta matéria." s/a, in DN, 19.11.2004

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"Repórteres de esperança" Acaba de sair em França a revista "Reporters d'espoir" (tiragem de 200 mil exemplares), cujo objecto é difundir sobretudo informação de conteúdo "positivo". Editada pela associação Positive-Network, a revista retoma os textos premiados num concurso da organização que visa contrariar a "mediatização das derivas" em prol da "valorização das iniciativas". Apresentando esses prémios, que foram este ano atribuídos pela primeira vez, explicam os promotores: "Nous vivons souvent les problèmes soulevés par l?actualité avec un sentiment d?impuissance. Or, les réponses à leur apporter existent déjà en germe, un peu partout dans le monde. Certains journalistes savent détecter ces solutions, ces sources d'espoir, ces initiatives. Leurs articles et leurs reportages nous incitent à devenir acteurs à notre tour. C'est cette volonté et le talent de ces journalistes que Positive Network souhaite valoriser. De ce constat est né le prix Reporters d'Espoirs [qui] récompense les journalistes qui médiatisent les réponses concrètes, face aux enjeux actuels."

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Relatório da Alta Autoridade já está online Foi esta tarde colocado online, no site da Alta Autoridade para a Comunicação Social a DELIBERAÇÃO SOBRE PROCESSO REFERENTE ÀS RELAÇÕES ENTRE OS PODERES POLÍTICO E ECONÓMICO E OS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, aprovada ontem em reunião plenária da AACS e também ontem divulgada à comunicação social.

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Cinco notas e três perguntas 1. A Alta Autoridade para a Comunicação Social produziu um extenso relatório, depois de ouvir os depoimentos de um leque significativo de actores do panorama político e mediático. Pode-se discutir o caminho adoptado para recolher informação. Não se pode é colocar em causa a legitimidade daquele órgão constitucional para se pronunciar. Isso, além de feio, desacredita as instituições e põe em causa as regras da democracia. 2. De resto, deve ser sublinhado, a crédito da AACS, o empenho que pôs neste processo e o modo expedito como desenvolveu as diligências e apresentou as conclusões. Pena é que não tenha actuado sempre assim, no passado, mesmo relativamente a casos que agora apreciou. 3. O Governo sai deste processo profundamente tocado. E não apenas pelas declarações de Gomes da Silva e, noutro plano, de Morais Sarmento. Mas porque o próprio primeiro-ministro caucionou o comportamento dos seus ministros. Todos nos recordamos das declarações de Pedro Santana Lopes à saída do Palácio de Belém. 4. Cai pela base a tentativa que vem sendo sistematicamente feita, nomeadamente por Paulo Portas, mas também por diversos dirigentes da maioria, de situar o "caso Marcelo" como da esfera interna de uma empresa privada. 5. O sinal de vida dado pela Alta Autoridade, quando todos tinham já decretado a sua morte, constitui um legado para a nova entidade reguladora que aí vem. Infelizmente, os tempos e as cirunstâncias aprensentam-se de molde a fazer temer o pior cenário neste terreno. Oxalá esteja enganado. 6. A maioria tem utilizado como argumento, e com razão, que foi um Governo PS que configurou o grupo PT como ele existe actualmente. Mas já se viram sinais de disponibilidade para alterar esse quadro? Qual das alternativas colocadas pela Alta Autoridade virá a ser seguida? 7. As recomendações da AACS incluem um ponto que diz respeito aos jornalistas: a criação de um período de "nojo" para o rgresso à profissão, depois do exercício de funções de assessoria e relações públicas (isto encontra-se já previsto para o caso de exercício de actividade publicitária). Que vão fazer os profissionais? Irão esperar que a medida seja imposta por via legal? 8. O Presidente da República pareceu preocupado quando Marcelo anunciou o abandono da TVI. Terá já esclarecido as dúvidas? Registe-se que um documento da importância que tem o relatório da AACS ainda não foi disponibilizado no site da instituição.

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Conclusões e recomendações da Alta Autoridade A Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) que procedeu nas últimas semanas a um conjunto de audições sobre as relações entre os poderes político, económico e mediático, considerou, no relatório final, ontem apresentado, que

* As declarações do ministro Gomes da Silva sobre os comentários de Marcelo Rebelo de Sousa "configuram uma tentativa ilegítima de pressão sobre a TVI". A AACS faz notar ao Governo que um comentário não está obrigado ao princípio do contraditório e que o administrador da TVI tentou condicionar o comentador ao falar-lhe de questões estratégicas e editoriais, imediatamente a seguir aos comentários críticos do ministro Gomes da Silva.

* O processo que envolveu a demissão de Fernando Lima, do Diário de Notícias, constitui um episódio de promiscuidade entre o poder político e económico. A promiscuidade verifica-se pela circunstância de ter sido uma fonte governamental ("relativamente colocada") a dar a notícia a um jornal e é potenciada pelo facto de Fernando Lima ter saído de uma assessoria política directamente para a direcção de um órgão de Comunicação Social. Acresce, segundo a AACS, que a carta enviada pela administração aos directores de todas as publicações do grupo PT, sobre a obrigatoriedade de participação prévia das investigações jornalísticas relativas a accionista de referência do grupo, "colide" com o estatuto do jornalista.

* Relativamente às declarações do ministro Morais Sarmento, sobre a legitimidade do poder político interferir na programação do serviço público, aquele órgão regulador defende que as mesmas afectam a independência dos órgãos de comunicação, em geral. A AACS recorda ao ministro que a definição dos conteúdos é da exclusiva responsabilidade dos directores de informação e programação.

* Estes três casos aparecem juntos no mesmo relatório porque foram protagonizados por ministros do mesmo Governo, e levantam "questões de fundo", como o papel do Estado na articulação entre os sectores público e privado; a presença do Estado num grupo accionista detentor de órgãos de Comunicação Social; a concentração; ou a independência dos órgãos de Comunicação Social e dos jornalistas perante os poderes político e económico.

* Dada a significativa presença do Estado na PT, a Alta Autoridade para a Comunicação Social recomenda ao poder político duas alternativas: ou a empresa vende os órgãos de Comunicação Social que detém; ou coloca-os na área das atribuições e competências do órgão regulador, tal como acontece em relação ao serviço público. Sugere, mesmo, que, enquanto não se proceder a essa venda, a AACS seja chamada a pronunciar-se sobre a nomeação e destituição dos directores de publicações, garantindo, assim ,o rigor e independência das mesmas.

* Nas recomendações com que a Alta Autoridade termina o relatório, propõe-se também que a regulação das operações de concentração passe a ser uma atribuição daquele órgão regulador e não só da Autoridade para a Concorrência. E que se estabeleça, legalmente, um período de impossibilidade dos jornalistas exercerem cargos de assessoria e vice-versa.

* O relatório ontem divulgado foi dividido em seis capítulos, sendo o penúltimo de "conclusões" e o último de "recomendação". Nas "conclusões", o presidente da AACS, o juiz conselheiro Armando Torres Paulo, votou sistematicamente contra, dizendo, por exemplo, que "não foi possível concluir, com um mínimo de segurança", que foi uma intervenção do Governo que levou Marcelo a deixar a TVI. Já a parte da "recomendação" foi aprovada por unanimidade.

(Fonte: Jornal de Notícias e Público)

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AACS acusa Governo de "pressão ilegítima" no caso Marcelo Público - Ultima Hora: "A Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) concluiu que as declarações do ministro dos Assuntos Parlamentares sobre os comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI constituem "uma tentativa de pressão ilegítima" sobre a Media Capital e colidem com a "liberdade de imprensa". Da agência Lusa: "A AACS concluiu ainda que "não se aplica a um comentário político, tal como a uma coluna de opinião num jornal, a exigência técnica e deontológica do contraditório", referiu Artur Portela." ACTUALIZAÇÃO - um despacho da agência France Presse: "Deux ministres épinglés pour non respect de l'indépendance des médias. LISBONNE, 17 nov (AFP) - 21h42 - La Haute autorité de la communication sociale (AACS), organe de régulation des medias au Portugal, a épinglé mercredi deux ministres du gouvernement portugais de centre droit pour non respect de l'indépendance des médias. La Haute autorité a estimé que le ministre des Affaires parlementaires Rui Gomes da Silva avait exercé des "tentatives de pression illégitime" en attaquant avec virulence un éminent commentateur de la télévision privée TVI, Marcelo Rebelo de Sousa, pourtant membre du parti au pouvoir. (...) Par ailleurs l'AACS a estimé que des déclarations récentes du ministre en charge du dossier des médias, Nuno Morais Sarmento, portaient atteinte "à l'indépendance des médias en général par rapport au pouvoir politique et en particulier à l'indépendance des médias contrôlés par l'Etat". M. Morais Sarmento avait estimé en octobre dernier que le gouvernement avait vocation à définir le modèle de programmation de la télévision publique RTP, car "ni les journalistes ni les directions ne répondent devant les électeurs". Il avait ajouté qu'il y avait "des limites à l'indépendance" de la télévision publique."

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"Missão Cumprida na RTP" Em "Missão Cumprida na RTP", Luciano Alvarez recorda, no Público, alguns passos que, aparentemente, não podem ser dissociados da demissão de José Rodrigues dos Santos e da sua equipa: a notícia largada para a primeira página do Expresso de que se encontrava "sob avaliação", as declarações posteriores de Morais Sarmento de que tem de haver "limites à independência" nos operadores públicos de media. Poder-se-ia acrescentar as palavras cuidadosas, mas reveladoras, do próprio Rodrigues dos Santos, há dias, à saída da Alta Autoridade para a Comunicação Social. Mas, sobretudo, julgo ser de acrescentar algumas notícias postas a circular no sentido de que o substituto já estava encontrado e que era Luís Marinho. É só ler a entrevista que lhe fez há pouco mais de uma semana o Correio da Manhã: a insistência das perguntas que lhe são feitas sobre essa possibilidade e o tipo de respostas que ele dá. Ainda a este propósito, é de registar o que escreve Alvarez, na parte final da sua nota: "A TVI do amigo Paes do Amaral está parcialmente tratada; o "Diário Notícias" já está controlado; na RTP o assunto acabou de ficar resolvido. Segue-se o "Jornal de Notícias", a TSF e a imprensa regional do grupo PT, que se não entrarem na linha por iniciativa própria as administrações tratam do assunto, como aconteceu agora na RTP e já tinha acontecido no "DN". E tudo isto tem de ficar concluído com alguma rapidez. É que Santana Lopes quer ficar mais dez anos no poder e, por isso, tem de resolver estas questões até 2006, ano em que há eleições presidenciais e legislativas." As palavras de Alvarez tomo-as como um apelo à vigilância. Importa, contudo, ser rigoroso na denúncia. Vamos ver, para já, o que conclui a AACS, das numerosas audições que tem estado a fazer. Neste momento não podemos senão falar de indícios, de sinais preocupantes, relativamente convergentes. Mas há muita poeira no ar. E muitos interesses em jogo. A demagogia barata o tempo encarrega-se de a desfazer numa próxima curva da estrada.

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Recapitulando Recapitulando: - Sai uma notícia no Expresso a dizer que o Governo tem Rodrigues dos Santos sob avaliação; - Morais Sarmento afirma que o Governo, que responde perante o país, tem o dever de interferir no modelo dos conteúdos do serviço público - É lançado no Correio da Manhã o nome de Luís Marinho para substituir Rodrigues dos Santos - Demite-se a Direcção de Informação em bloco, sem adiantar razões (circula o motivo de que a Administração teria imposto um nome para correspondente da RTP em Madrid) - O Conselho de Redacção da RTP diz não ter dados que levem a associar esse facto a pressões do poder político - A Administração refuta "a hipótese de o nome da jornalista [Rosa Veloso] ter sido indicado para correspondente em Madrid por pressão de José Luís Arnaut, ministro das Cidades, de quem é "muito próxima" ( fonte: Correio da Manhã de hoje). Acrescenta, segundo o mesmo diário, que não houve concurso interno, mas convites a jornalistas. Rosa Veloso - diz o mesmo jornal, não quis tecer comentários, referindo apenas que "mais tarde vai saber-se toda a verdade. - Fontes não identificadas da redacção da RTP disseram ao CM que o motivo alegadamente invocado por Rodrigues dos Santos é uma "desculpa", "já que existiram outras situações de clara desautorização que não mereceram qualquer reacção". Confuso? Vamos aguardar as audições na Alta Autoridade e no Parlamento. O dossier será mais embrulhado do que parece, como se pode ler no site do Clube de Jornalistas.

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"Conselho de Ministros" "Conselho de Ministros" é o título da foto junta, hoje distribuído pela Lusa. Para onde olham os líderes da coligação? Compare-se com esta outra foto. (Actualização: links desactivados)

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Dez anos de estudos jornalísticos em Coimbra O Instituto de Estudos Jornalísticos da Universidade de Coimbra promove no próximo dia 24 uma "jornada comemorativa do 10º Aniversário da Licenciatura em Jornalismo". A iniciativa começa de manhã, com a intervenção de António Granado e João Figueira sobre «O Jornalismo na FLUC (passado e presente)». Segue-se uma mesa-redonda sobre «o jornalismo visto pelos seus profissionais», com a participação de João Fonseca, Alfredo Maia, Estrela Serrano e António José Teixeira, com moderação de José Manuel Portugal. Da parte de tarde, haverá uma mesa-redonda com «olhares sobre o jornalismo», moderada por Carlos Camponez e com participação de Paulo Mota Pinto (Justiça), Vicente Jorge Silva (Política), António Sousa Ribeiro (Cultura) e Eduardo Dâmaso (Comunicação Social). Os trabalhos incluem ainda uma conferência de Mário Mesquita sobre «As notícias e as histórias ? reflexões sobre o jornalismo da fase industrial ao ciberpespaço». O conferencista é apresentado por Isabel Nobre Vargues e contará com os comentários de Maria João Silveirinha.

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Diagnóstico e terapia para o DN João Miguel Tavares faz o diagnóstico e propõe a terapia: "(...) Se na opinião pública se instalou a dúvida sobre a independência do DN, de nada vale ao jornal pôr-se aos gritinhos de «sou independente, sou independente». Essa é uma batalha que vai ter de ser ganha dia a dia, em cada manchete, em cada notícia. Se se quiser evitar a queda do avião anunciada pelo profeta Saraiva no Expresso, há pelo menos três manobras de emergência que convém efectuar (...)": 1. Assegurar que o jornal seja gerido por critérios estritamente económicos. 2. Definir para quem se está a escrever. 3. Investir na criatividade.

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As melhores campanhas de 2003 O diário espanhol El Mundo disponibiliza sequências de imagens das melhores campanhas publicitárias em imprensa, rádio, televisão e internet, as quais constam do V Anuário da Criatividade. O Anuário acaba de ser publicado por uma associação vonstituída exclusivamente por criativos publicitários, o Clube de Criativos.

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José Rodrigues dos Santos: que significa a demissão? José Rodrigues dos Santos Foto©Arquivo DNQuando prestou declarações na Alta Autoridade para a Comunicação Social, José Rodrigues dos Santos disse à TSF não ter «medo de não ser director de informação da RTP», apesar de demonstrar vontade de continuar no cargo que ocupa. «Realizo-me profissionalmente sendo ou não sendo director de Informação da RTP. Mas essa intenção depende de mim e do Conselho de Administração. Basta uma das partes não querer para eu deixar de ser director de Informação», esclareceu. Vamos, pois, ver o que está em jogo nesta demissão: se um cansaço de quem não está para aturar mais a "situação", se o corolário de manobras de bastidores que tinham este desenlace pré-anunciado. (crédito da foto: Arquivo DN). ACTUALIZAÇÃO 1 : "José Rodrigues dos Santos, director de informação da RTP, demitiu-se esta tarde. A decisão foi seguida de imediato pela restante equipa que compõe a direcção de informação do canal do Estado. Judite de Sousa, Miguel Barroso, Carlos Daniel, Maria José Nunes e Manuel da Costa acompanharam Rodrigues dos Santos, por uma questão de solidariedade. A decisão de José Rodrigues dos Santos foi tomada depois de uma longa reunião com a administração da RTP. Até ao momento desconhecem-se os motivos para esta demissão." ACTUALIZAÇÃO 2. Em "Le Monde": Démission de la direction de l'information de la télévision publique: "Cette démission survient alors que le monde des médias portugais est agité par les polémiques, notamment après la démission de la chaîne privée TVI d'un éminent commentateur politique, Marcelo Rebelo de Sousa, ancien responsable du principal parti au pouvoir qui ne ménageait pas le gouvernement dans ses commentaires acérés. (...) L'hebdomadaire de référence Expresso avait de son côté révélé au mois d'octobre que le gouvernement cherchait à remodeler la direction de la RTP et à changer son directeur de l'information.Le ministre de la Présidence, Nuno Morais Sarmento, en charge du dossier des médias avait ensuite indiqué que le gouvernement avait vocation à définir le modèle de programmation de la télévision publique, mais pas à s'immiscer dans les choix de la direction en matière de responsables.Mais il s'était également attiré les foudres de l'opposition en déclarant qu'il y avait "des limites à l'indépendance" du service public de télévision." ACTUALIZAÇÃO 3 - No ABC: "Crisis en la TV pública portuguesa por la elección de la nueva corresponsal en Madrid".

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Como vêem os correspondentes estrangeiros o nosso jornalismo? "O jornalismo português visto pelos correspondentes internacionais" é o tem de uma mesa-redonda que decorre dia 17, a partir das 17 horas, na Universidade Lusófona, em Lisboa. Na iniciativa, promovida pela área de Jornalismo do Departamento de Ciências da Comunicação, intervêm Alison Roberts (free-lancer, colaboradora da BBC); Jair Ratner (Estado de São Paulo); Mário Dujisi(Ansa); e Ricardo Carucci (vice-presidente da Associação da Imprensa Estrangeira). Os comentários estarão a cargo dos docentes da instituição anfitriã Carla Martins e Fernando Correia e da finalista Ana Rita Dinis. O moderador da sessão é Mário Mesquita, também professor da Lusófona.

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Público: coluna masculina e sem uma vértebra Na publicidade que o "Público" preparou para promover a entrada de Vasco Pulido Valente na sua equipa de colunistas (cf. "Pública" de ontem, p. 73) joga-se com uma "bela metáfora de integridade": a ideia de que "O 'Público' tem coluna". É verdade que é uma coluna muito masculina: em 27 colunistas, apenas quatro são mulheres e todas jornalistas, três delas dos quadros redactoriais do jornal. Nada que seja muito novo no ramo. Mas uma dúvida que fica a pairar ao percorrer o anúncio é esta: não fará Joaquim Furtado parte da coluna do "Público"? É verdade que se insere lá um "entre outras" que indicia que há mais. É caso para dizer que falta uma vértebra à coluna do "Público". Sempre se trata do provedor.

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Obras de restauro da democracia mediática De um texto de Rui Teixeira da Mota, no Diário Económico de sexta-feira, sobre as vias para "obras de restauro" da democracia no terreno mediático: "E essa reconstrução tem de passar por: - Em primeira linha, o represtigiamento dos jornalistas e dos vários agentes editoriais o que, por seu turno, implica uma clara e inequívoca responsabilização do acto de informar e opinar, pois só se pode respeitar quem é responsável e responsabilizável ? de forma expedita ? perante um órgão regulador, insuspeito, e os tribunais. - A construção acelerada e, de uma vez por todas, encarada seriamente, de um sistema de auto-regulação, de que temos, aliás, em Portugal efectivos e funcionantes exemplos, caso do ICAP, (Instituto Civil da Auto-Disciplina da Publicidade) cujo modelo, pode e deve ser aproveitado. (...). - Apesar da sua enorme importância seria, porém, estultícia, pensar que a auto-regulação sendo necessária, seja suficiente. Por isso, impõe-se chamar a terreiro a figura do futuro órgão regulador, sua conformação, constituição e competências. Neste particular, é com apreensão que se regista o paradigma encontrado pelo legislador constitucional, aquando da recente revisão, fixando, ao que se sabe, uma composição de quatro membros eleitos pela Assembleia da República e um quinto a cooptar.À partida, não são bons os augúrios: apontam para uma excessiva parlamentarização do órgão, cuja independência parece ficar refém do quinto elemento, uma espécie de quinta-essência, que venha desempatar alguns eventuais calores políticos.Importante seria a constituição, junto do órgão regulador, de um conselho de opinião ou conselho social que, dando voz à sociedade civil, e ainda que sem poderes deliberativos, granjeasse um prestígio e autoridade, conducentes a uma vinculação ética e valorativa das decisões do órgão regulador. A não ser assim a nova entidade reguladora poderá, facilmente, resvalar para nada mais do que uma sofisticada comissão parlamentar permanente. - Por último, o fortalecimento da entidade associativa representante das empresas de comunicação social ? a CMCS (Confederação dos Meios de Comunicação Social), perfila-se como desejável a curto prazo, permitindo o exercício legítimo da defesa dos interesses de cada um, num terreiro público e identificável, afastando, assim, fantasmagóricos manobrismos e ocultismos que, sejamos frontais, a ninguém devem interessar ou servem. Por relançar a discussão sobre tão importantes matérias, sim, obrigado, senhor ministro".

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"Da concentração dos media" Nicolau Santos publicou nesta última edição do Expresso, no caderno de Economia, um texto de fundo sobre a concentração no sector dos media (link disponível apenas a assinantes). Além da proposta de uma periodização que faz para o período pós-25 de Abril, coloca uma questão de fundo:

"(...) Parece cristalino que uma maior concentração dos media em Portugal será boa do ponto de vista económico para os grupos, mas má para a produção de uma informação não condicionada. Em qualquer caso, a resistência a presões vai depender essencialmente da cultura da redacção, do director e, em última e decisiva instância, do presidente do grupo. É ele que, pelo seu exemplo, mantém um grupo como um espaço de liberdade. É ele que, pela sua cedência, desmoraliza as tropas".
O que defende Nicolau Santos não oferecerá, em tese, discordância fundamental. Adapta-se excelentemente ao modo como ele próprio vê o grupo a que pertence o Expresso e como vê actuações recentes em outros grupos. A afirmada descrença no papel de uma entidade reguladora tem sido, também ela, assumida pelo presidente da Impresa . Eu acrescentaria esse papel. Até porque o argumento de que a Alta Autoridade é "muito pouco respeitada na classe jornalística" e se encontra "a caminho da extinção" é fraco como argumento anti-regulação. Não se sabe o que aí vem, em substituição. Mas algo virá - decorre da Constituição. E acresce que o problema da liberdade de imprensa está longe de ser um mero problema dos jornalistas e da sua relação com os seus gestores das empresas e dos grupos.

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Um novo espaço de reflexão O novo site do Clube de Jornalistas é o motivo de um texto publicado no Diário de Notícias. Concordo com a ideia de fundo: este novo sítio "reforça o espaço de reflexão sobre os media" Assim como concordo com a orientação explicitada pelo director editorial do site, Ribeiro Cardoso: "este espaço é «destinado aos jornalistas», mesmo aos que não são sócios do CJ. Mas, «como não foi feito do ponto de vista corporativo», outros profissionais podem e devem colaborar, enviando os seus textos para o site. Por exemplo, professores, sociólogos, políticos ou cidadãos anónimos".

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Escola de Jornalismo de Lille: 80 anos Dá-nos bem a noção do nosso lugar e da nossa fragilidade: a Escola Superior de Jornalismo de Lille (França) encerrou ontem as celebrações dos seus 80 anos de vida, com cerca de 3000 profissionais formados, não apenas em França, mas também em várias dezenas de países. O acto solene decorreu sexta-feira, na Câmara Municipal da cidade, presidida por Martine Aubry, e teve como conferencista convidado o ex-presidente do Senegal Abdou Diouf e actul presidente da organização Internacional da Francofonia. O projecto de formação de jornalistas, apresentado pelo Sindicato português, em 1970, era primeiro ministro Marcelo Caetano, incorporou na comissão que o elaborou pelo menos um ex-estudante de Lille.

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Debater a blogosfera e os blogues

  • No Mediabriefing: El fenómeno moblog precipita definitivamente el cambio en la producción, distribución y necesidades de la información. Cito o lead: "La audiencia convertida en productora, editora y distribuidora de información. Internet unido a las posibilidades de la telefonía móvil -ahora capacitada con cámaras digitales- hace que el usuario adquiera un nuevo papel, que las necesidades de información sean diferentes y la posición de quienes antes eran espectadores pasivos se convierta en algo muy interesante para las organizaciones periodísticas, que pueden tener a su disposición a millones de reporteros. Aunque a mayor facilidad, mayor exigencia... Toda una revolución".
  • Quando ao texto Blogging As Typing, Not Journalism, de Eric Engberg, vi muito citada a ideia do autor, segundo a qual "one of the verdicts rendered by election night 2004 is that, given their lack of expertise, standards and, yes, humility, the chances of the bloggers replacing mainstream journalism are about as good as the parasite replacing the dog it fastens on." Mas não vi referência a esta ideia de Andrew Sullivan, citada no mesmo artigo: "Critics of blogs cite their lack of professionalism. Piffle. The dirty little secret of journalism is that it really isn't a profession, it's a craft. All you need is a telephone and a conscience and you're all set."

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Independência das autoridades reguladoras Documento para memória presente Lignes directrices concernant l'indépendance et les fonctions des autorités de régulation du secteur de la radiodiffusion (Recommandation Rec(2000)23 du Comité des Ministres aux Etats membres du Conseil de l'Europe...adoptée par le Comité des Ministres le 20 décembre 2000) I. Cadre législatif général 1. Les Etats membres devraient assurer la mise en place et le fonctionnement sans entraves d'autorités de régulation du secteur de la radiodiffusion, en élaborant à cette fin un cadre législatif approprié. Les règles et procédures régissant ou affectant le fonctionnement des autorités de régulation devraient clairement affirmer et protéger leur indépendance. 2. Les devoirs et les pouvoirs des autorités de régulation du secteur de la radiodiffusion, ainsi que les moyens de les rendre responsables, les procédures de nomination de leurs membres et les modalités de leur financement devraient être clairement définis par la loi. II. Nomination, composition et fonctionnement 3. Les règles régissant les autorités de régulation du secteur de la radiodiffusion, en particulier leur composition, sont un élément clé de leur indépendance. Elles devraient donc être définies de manière à les protéger contre toute ingérence, en particulier de la part de forces politiques ou d'intérêts économiques. 4. A cet effet, des règles précises devraient être définies en matière d'incompatibilités de manière à éviter : - que les autorités de régulation soient sous l'influence du pouvoir politique ; - que les membres des autorités de régulation exercent des fonctions ou détiennent des intérêts dans des entreprises ou d'autres organismes du secteur des médias, ou de secteurs connexes, qui pourraient conduire à un conflit d'intérêt avec la qualité de membre de l'autorité de régulation. 5. Par ailleurs, des règles devraient garantir que les membres de ces autorités : - sont désignés de manière démocratique et transparente ; - ne peuvent recevoir de mandat ni prendre d'instructions auprès de quelque personne ou instance que ce soit ; - s?abstiennent d'effectuer toute déclaration ou d'entreprendre toute action susceptible de nuire à l'indépendance de leurs fonctions ou d'en tirer un quelconque profit. 6. Enfin, des règles précises devraient être définies en ce qui concerne la possibilité de révoquer les membres des autorités de régulation, de manière à éviter que la révocation ne puisse être utilisée comme moyen de pression politique. 7. En particulier, la révocation ne devrait être possible qu'en cas de non-respect des règles en matière d'incompatibilité s'imposant à eux ou d?incapacité à exercer leurs fonctions dûment constatée, sans préjudice de la possibilité pour la personne concernée de faire appel auprès des tribunaux contre sa révocation. Par ailleurs, la révocation au motif d?un délit lié ou non à l'exercice de leurs fonctions ne devrait être possible que dans des cas graves clairement définis par la loi, sous réserve d?une condamnation définitive par un tribunal. 8. Etant donné le caractère spécifique du secteur de la radiodiffusion et les particularités de leurs missions, les autorités de régulation devraient inclure des experts dans les domaines relevant de leur compétence. III. Indépendance financière 9. Les modalités de financement des autorités de régulation - autre élément clé de l'indépendance de ces autorités - devraient être établies par la loi selon un schéma clairement établi, en tenant compte du coût estimé des activités des autorités de régulation du secteur de la radiodiffusion, afin de leur permettre de remplir pleinement et de manière indépendante leurs fonctions. 10. Les autorités publiques ne devraient pas utiliser leur pouvoir de décision financière pour interférer avec l'indépendance des autorités de régulation. Par ailleurs, le recours aux services et à l'expertise de l'administration nationale ou de tiers ne devrait pas affecter leur indépendance. 11. Les systèmes de financement devraient mettre à profit, si approprié, des mécanismes qui ne dépendent pas des décisions ad hoc d?organismes publics ou privés. IV. Pouvoirs et compétences Pouvoirs en matière de régulation 12. Sous réserve d'une délégation clairement définie par le législateur, les autorités de régulation devraient avoir le pouvoir d?adopter des normes et lignes directrices de régulation concernant les activités des radiodiffuseurs. Dans le cadre de la loi, elles devraient également avoir le pouvoir d?adopter des règles internes. L'octroi de licences 13. Une des tâches essentielles des autorités de régulation du secteur de la radiodiffusion est normalement l'octroi de licences de radiodiffusion. Les conditions fondamentales et les critères régissant l'octroi et le renouvellement des licences de radiodiffusion devraient être clairement définis par la loi. 14. Les règles régissant les procédures d?octroi de licences de radiodiffusion devraient être claires et précises et devraient être appliquées de manière ouverte, transparente et impartiale. Les décisions prises en la matière par les autorités de régulation devraient faire l'objet d'une publicité appropriée. 15. Les autorités de régulation du secteur de la radiodiffusion devraient être impliquées dans le processus de planification des fréquences nationales attribuées aux services de radiodiffusion. Elles devraient avoir le pouvoir d'autoriser les radiodiffuseurs à fournir des services de programmes sur les fréquences attribuées à la radiodiffusion. Ceci n'a aucun effet sur l'attribution de fréquences à des opérateurs de réseaux de transmission en application de la législation sur les télécommunications. 16. Après l'établissement de la liste des fréquences, un appel à candidatures devrait être rendu public par tous moyens appropriés par les autorités de régulation. L'appel devrait définir un ensemble de spécifications telles que le type de service, la durée minimale des programmes, la zone géographique de couverture du service, le type de financement, les éventuels droits de licence et, pour autant que cela est nécessaire pour ces candidatures, les paramètres techniques à satisfaire par les candidats. Etant donné l'intérêt général en cause, les Etats membres peuvent suivre différentes procédures en ce qui concerne l'attribution de fréquences de radiodiffusion aux radiodiffuseurs de service public. 17. Le même appel devrait spécifier le contenu de la demande de licence et les documents qui doivent être présentés par les concurrents. En particulier, les concurrents devraient spécifier la structure de leur société, les propriétaires et le capital de l'entreprise, ainsi que le contenu et la durée des programmes proposés. Suivi du respect des engagements et obligations des radiodiffuseurs 18. Une autre fonction essentielle des autorités de régulation devrait être de surveiller le respect des conditions énoncées par la législation et les licences accordées aux radiodiffuseurs. Elles devraient, en particulier, veiller au respect par les radiodiffuseurs relevant de leur compétence des principes de base énoncés dans la Convention européenne sur la Télévision Transfrontière, et en particulier de ceux définis à l'article 7. 19. Les autorités de régulation ne devraient pas exercer de contrôle a priori sur les programmes et la surveillance de ceux-ci devrait de ce fait être toujours effectuée après la diffusion des programmes. 20. Les autorités de régulation devraient avoir le droit de solliciter et de recevoir des informations des radiodiffuseurs, lorsque cela est nécessaire pour l'exercice de leurs tâches. 21. Les autorités de régulation devraient avoir la compétence d'examiner toute plainte concernant les activités des radiodiffuseurs dans leur domaine de compétence et de publier de façon régulière leurs conclusions en la matière. 22. Lorsqu'un radiodiffuseur ne se conforme pas aux termes de la loi ou aux conditions spécifiques de sa licence, les autorités de régulation devraient avoir le pouvoir d?imposer des sanctions conformément à la loi. 23. Un éventail de sanctions devant être prévues par la loi devraient être disponibles, en commençant par l'avertissement. Toute sanction devrait être proportionnée et la décision de son application ne devrait pas être prise avant que le radiodiffuseur en question ait eu la possibilité de s'expliquer. Toute sanction devrait par ailleurs être susceptible de contrôle par les juridictions compétentes selon la loi nationale. Compétences vis-à-vis des radiodiffuseurs de service public 24. Les autorités de régulation du secteur de la radiodiffusion peuvent aussi être chargées de remplir des tâches relevant souvent des organes spécifiques de surveillance des organismes de radiodiffusion de service public, tout en respectant dans le même temps leur indépendance éditoriale et leur autonomie institutionnelle. V. Responsabilité 25. Les autorités de régulation devraient être redevables de l'exercice de leurs fonctions auprès du public, par exemple à travers la publication de rapports réguliers ou ad hoc concernant leurs activités ou l'exercice de leurs missions. 26. Afin d?assurer l?indépendance des autorités de régulation tout en les rendant dans le même temps redevables de leurs activités, il est nécessaire qu?elles soient supervisées uniquement en ce qui concerne la légalité de leurs activités, ainsi qu?en ce qui concerne la correction et la transparence de leurs activités financières. S?agissant de la légalité de leurs activités, cette supervision devrait seulement être effectuée a posteriori. Les dispositions relatives à la responsabilité et à la surveillance des autorités de régulation devraient être clairement définies par le cadre juridique régissant ces autorités. 27. Toute décision prise et norme de régulation adoptée par les autorités de régulation devrait être : - dûment motivée conformément au droit national ; - susceptible de contrôle par les juridictions compétentes selon la loi nationale ; - mise à la disposition du public.

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Blogs: estratégias para os Media Através do E-Media Tidbits cheguei a um interessante texto de Steve Ruebel sobre a forma como os Media e os Marketeers poderão utilizar os weblogs. No artigo são apresentadas 4 sugestões: :: Publishers and advertisers are experimenting with unique custom blog sponsorships. :: Some media outlets are openly embracing bloggers -- either by buying them out entirely or by signing them to joint operating ventures that include revenue sharing. :: The media will turn themselves into blog-like online aggregators that link readers to all relevant content in their area of focus, whether it?s a blog or a news site. :: Media Web sites will morph into social sites, employing comments, trackbacks, RSS feeds and other blog-like structures in order to create community.

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Spielberg "obsceno"

front_pic.JPG (8528 bytes)A paranoia dos "valores" e o medo de infringir os regulamentos acerca da obscenidadea está a levar a extremos até há pouco impensáveis, nos EUA. Ontem, diversas estações vinculadas à cadeia ABC desencadearam um movimento de recusa de emitir "O resgate do Soldado Ryan", de Steven Spielberg (1998), premiado com vários óscares. Motivo: as cenas de violência extrema e a linguagem "adulta" dos soldados. Embora a ABC se tenha comprometido a pagar as multas, caso elas viessem a ser impostas na sequência da emissão, vários canais mantiveram a recusa, com receio de que a Federal Communications Commission lhes recusasse o alvará, em chegando o momento da renovação. O mais caricato é que, segundo o Washington Post, a maior parte dessas estações já emitiu o filme, em 2001 e 2002. A cartilha das obscenidades vai sendo traçada. Veja-se, por exemplo, este glossário.

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O PM equaciona possibilidades de comunicar Vejamos esta pérola da governação: "O primeiro-ministro Santana Lopes está a equacionar a possibilidade de comunicar ao país, eventualmente por carta, as opções políticas decorrentes do Orçamento do Estado para 2005" (fonte: Diário Económico). O Contrafactos já fez, sobre a matéria, um dos comentários mais hilariantes dos últimos dias, citando ... o Código da Publicidade. Mas repare-se nestes detalhes, que enunciam toda uma metodologia da "arte de bem cavalgar toda a sela": a obviamente anónima fonte governamental comunica ao país que o PM "está a equacionar a possibilidade de comunicar ao país". Mais comunica que equaciona fazê-lo "eventualmente por carta". Consulte-se, sobre o assunto, o "Bartoon" de hoje, no "Público".

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Pornografia Lemos no Expresso online: "O chefe dos serviços secretos israelitas, Avi Dichter, disse hoje perante o gabinete de segurança do governo de Israel que o funeral de Yasser Arafat deverá realizar-se quinta-feira no Cairo e o enterro sexta-feira em Ramallah." Esta notícia pode ser dada, sem dar uma outra, antes desta? Que é que se pode chamar a isto? (Confronte-se, sobre o mesmo assunto, com a notícia de Le Monde e de The New York Times. Leia-se, igualmente, a nota de José Peite Pereira, no JN de hoje, não disponível online).

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Para que serve "blogar"? Na reflexão post factum sobre o terceiro encontro de bloggers (BloggerCon), que teve lugar no último fim de semana, na Escola de Direito de Harvard (EUA), Jay Rosen tem algumas observações de grande interesse sobre o alcance cívico e político desta coisa dos blogs. Continuo a ver, entre nós, menos aquilo a que Rosen alude - a ideia de que a blogosfera ou um encontro de bloggers é assunto, antes de mais, para os que têm o bichinho das máquinas, das tecnologias, da Internet - e mais a ideia de que os blogs são uma espécie de brincadeira, de coisa do domínio do ócio, de quem não tem mais nada para fazer. Ora, na educação, na empresa, no jornalismo,

" (...) blogging is not fundamentally for "techies," it is for citizens, for everyone, by which we mean a good blogger could be anyone. And of course techies heartily agree with this. (That's another thing I like about them; democrats about their own inventions.) BloggerCon is primarily for the producers of blogs, who find they have to gather now and then in order to understand what they're doing , pool their knowledge, look ahead-- and chat each other up. When the tech industry is the base line for normal discussion , these people are called users, because that is how they stand toward the technology. But blogging is about how people stand toward their democracy, toward the public square, toward the First Amendment. Suddenly, when they start to blog, or comment at weblogs, they become producers of argument, of information, of social criticism and civic connection-- producers of media in the same online space as Big Media. And if freedom of the press belongs to those who own one, bloggers own one. A producer democracy is altogether differerent thing from the consumer-driven democracy most of us were raised on. It has a different media system. Dan Gilmor's essential book, We the Media, expresses and inscribes this idea. (...)" (Ler o texto completo de Rosen AQUI.)

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O outro lado do DN Um jornal é muito mais do que o vendaval de um inverno qualquer. Por isso sabe tão bem ler o texto que lhe dedica hoje Medeiros Ferreira. Articula na perfeição duas dimensões caras a quem "sente" um jornal: a intimidade e a cidadania. A intimidade está no título da peça: "Meu Caro DN". A cidadania é programática e transparece no título da coluna: "Cidadania Activa". (Crédito da imagem: DN) ACTUALIZAÇÃO: Ainda a propósito da situação do DN, é instrutivo ler o texto da ex-provedora, Estrela Serrano, no site do Clube de Jornalistas. Intitula-se "O 'DN' está vivo. Só precisa é de mudar de rota" e sintetiza, a dado passo: "A 'agonia' do DN, a que se refere o director do Expresso, não será irreversível se os seus jornalistas forem capazes de "ouvir" os leitores porque, como sempre acontece, eles são o melhor seguro de vida do jornal."

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Miguel Sousa Tavares "sem papas na língua" ...quem o diz é o novo portal do Clube de Jornalistas (um sítio cuja visita se faz com cada vez mais proveito). O pretexto é a próxima edição do programa que o Clube tem na Dois, que vai para o ar na quinta-feira próxima, por volta da meia-noite. Algumas transcrições: Sobre o caso Marcelo-TVI: "(...) Estamos a evoluir para uma situação mexicana, em que do favor político dependem muitas coisas, não apenas nomeações, mas sobretudo, oportunidades de negócios (...). O caso Marcelo pôs a nu a fragilidade das nossas instituições civis, neste caso de uma televisão totalmente privada (...)". Sobre o pós-Marcelo na TVI: "Sinto-me, hoje, muito mais seguro e livre (na TVI). A operação foi de tal modo mal conduzida que reforçou o poder do J.E. Moniz e também o meu (...). O Moniz tem servido de guarda-chuva para a Redacção. Ele trava os combates que tem de travar e isso não chega a nós (...)" Sobre o controle governamental da informação: "(...) Eu sei que existe, além da central de informação (...), uma central de desinformação ao serviço do Governo que não só desinforma mas lança calúnias, subtilmente, e boatos sobre pessoas (...). Sobre a concentração dos media: "(...) alguma concentração é inevitável e, se calhar, até é saudável (...). "Os jornalistas não têm capacidade para deterem os próprios meios de comunicação social. (...) É preciso que haja um grupo económico sólido que o queira fazer. (...) Vai ter sempre que haver alguém que nos pague o ordenado para fazer jornalismo. (...) Tem de haver uma cultura de patrões de imprensa (...) é preciso ter valores, ter como adquirido que o Governo não intervém (...) não é patrão de imprensa qualquer pessoa, tem de ser alguém que faça da liberdade de imprensa um princípio". Mais: aqui.

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Quando a deontologia não joga com a lei A propósito do jornalista Manso Preto, que amanhã começa a ser ouvido no 4.º Juízo Criminal de Lisboa, por se recusar a divulgar as suas fontes de informação, vale a pena olhar para algumas reflexões que têm sido feitas num país - os EUA - onde idêntico problema afecta outros profissionais. Num texto publicado ontem no Miami Herald, intititulado "1st Amendment: Time to stop feeding 'gators", David Kidwell comenta: "How could this happen in a country where freedom of the press and freedom of speech are fundamental civil rights vital to keep government accountable? In a country where a bedrock tenet is a media free from government interference?(...) Journalism's most important responsibility is to challenge authority, not to allow itself to be co-opted by it; to expose the mistakes of those in power, not to help them".

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Caso Casa Pia: MP vira-se para os jornalistas Cinquenta e três jornalistas de 11 redacções estão para ser ou já foram ouvidos pelo procurador-geral adjunto Domingos de Sá, todos pelo mesmo motivo: alegada violação do segredo de Justiça devido às notícias que assinaram sobre o processo Casa Pia. A notícia, para que fui alertado pelo Contrafactos e Argumentos, faz a manchete de hoje do "Correio da Manhã" . E adianta ainda que o Ministério Público pondera pedir indemnizações aos órgãos de Comunicação Social, alegando que a investigação do caso de pedofilia foi prejudicada com a cobertura noticiosa.

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Andar na autoestrada quase de borla "Novas portagens vão custar cinco cêntimos", titula hoje o Expresso online. Lendo o corpo da notícia, podemos confirmar que as coisas são bastante diferentes, contendo uma parte boa e uma parte má (sendo estes qualificativos obviamente relativos não a quem cobra mas a quem paga). A parte má: os cinco cêntimos são cobrados ... por cada quilómetro de auto-estrada. A parte boa: o valor ainda será um pouco abaixo dos cinco cêntimos.

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"O DN e o futuro" O texto de Mário Bettencourt Resendes, no "Diário de Notícias", é daqueles que vale a pena ser guardado. Os recados seguem em numerosas direcções, para dentro e para fora do grupo. Na parte em que responde ao que aqui escrevi na sexta-feira, relativamente ao depoimento de Fernando Lima na AACS, vale a pena citar o ponto de vista de Resendes:

"Como não se quer pôr em causa a inteligência dos envolvidos, declarações posteriores feitas a jornais ou perante a Alta Autoridade para a Comunicação Social só podem ser classificadas como desonestidade intelectual e tentativa de vitimização destinada a mascarar um caso de óbvia incompetência, atestada e sentida pela Redacção do jornal. Esta explicação, adiada por um esforço de contenção recomendado por uma responsabilidade específica, era agora devida à opinião pública e, em particular, aos leitores e aos jornalistas do DN. Foi, por sinal, prestada, nos mesmos termos, perante a Alta Autoridade para a Comunicação Social, pelo presidente da comissão executiva da Lusomundo Media. E tornou-se inevitável quando profissionais que me merecem especial consideração, como é o caso de Fernando Madrinha, se viram obrigados a escrever sobre a matéria apenas com base nas versões conhecidas."

A este propósito escreve igualmente o provedor do leitor do mesmo jornal, José Carlos Abrantes, desejando "longa vida" ao DN. De facto, só malvados é que se poderiam congratular com as dificuldades e encrencas num diário como o "Diário de Notícias".

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"A liberdade de expressão na Internet": colóquio no ICS "Promovido pelo Instituto da Comunicação Social, realiza-se em 9 de Novembro, no Palácio Foz, um colóquio organizado pela Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (APDSI). Espera-se que a acuidade da temática a tratar (blogs, sites, e-mails, responsabilidade jurídica e outras, regulação, direito de resposta...) bem como a qualidade dos intervenientes previstos, poderão contribuir para o êxito desta iniciativa. O acesso é livre, embora se faça mediante inscrição, efectuada atempadamente, para garantir a boa gestão do espaço disponível". (Fonte: site da ACMedia. Alguém sabe dar mais elementos?)

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O quarto poder "(...) Desde mi modesta posición sólo puedo dejar constancia de que el cuarto poder no es tan poderoso como a veces se supone. (...) Josep Maria Casasús, ombudsman de La Vanguardia, sobre o apoio de muitos e prestigiados jornais norte-americanos ao candidato derrotado, John Kerry. Sobre o mesmo assunto, no DN, a "6ª coluna", de Armando Rafael, que interroga: " Será que televisões, imprensa e rádio estão a perder influência?"

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