Weblogue colectivo do projecto Mediascópio - CECS / Universidade do Minho | RSS: ATOM 0.3 |



Leituras no/do "Público" * O destaque do diário vai para os incêndios, que podem ganhar novo ímpeto, nos próximos dias. Não é caso para menos: o número de fogos "quase duplicou face à média dos últimos quatro anos". O jornal revisita as terras e as gentes mais afectadas, fornece dados sobre a situação, comparados com os de outros países da Europa, destaca os esforços de prevenção e combate, propõe conceitos como "ignição" e incendiarismo, mas, uma vez mais, na linha do discurso geral dos media, muito pouco sobre o sobressalto cívico e moral que esta calamidade deveria constituir. Estamos em época de fogos, como estamos em época de praia. E, no entanto, numa curta viagem, pelos últimos 50 km da A3 em direcção ao Porto e pelos primeiros da A4, contei eu, no dia de ontem, perto de meia centena de manchas ardidas - umas gigantescas, outras minúsculas. Tudo próprio desta quadra estival, como é evidente. * Um interessante trabalho de Adelino Gomes sobre os "70 anos da Emissora Nacional", que amanhã se assinalam. Em Como mais um soldado que se alista..., o jornalista conta-nos como, em 1 de Agosto de 1935, Salazar não compareceu. "Como mais um soldado que se alista", a Emissora Nacional passa a ser "uma força ao serviço do Estado Novo". Em Do falhanço de Salazar..., cita-nos as primeiras palavras do discurso inaugural do Presidente do Conselho: "Se não falha este pequeno aparelho, que parece estremecer às menores vibrações da minha voz, eu estarei falando neste momento para a maior assembleia que em Portugal alguma vez se congregou a escutar a palavra de alguém". (Pelos vistos a tecnologia falhou mesmo, de forma que o discurso não se conseguiu ouvir em muitas regiões do país). Finalmente, em Nomes e programas de uma escuta pessoal, alude a personalidades, programas, iniciativas e realizações que perduraram na memória de gerações de ouvintes daquela que é hoje a RDP. * O Público diz-nos ainda que a BBC lança amanhã uma novela online "com o intuito de estimular a aprendizagem da língua inglesa. Flatmates, drama sobre um grupo multi-cultural de jovens britânicos, pode ser visto ou lido semanalmente em www.bbclearningenglish.com. Os episódios serão acompanhados de aulas de inglês e de jogos auxiliares à aprendizagem. Os espectadores da série podem também decidir sobre o futuro das personagens, através do voto online. O argumentista e realizador da série, Nuala O"Sullivan, considera que "Flatmates apela às pessoas que querem aprender inglês da forma como ele é vivido e falado, em vez da maneira como, por vezes, ele é ensinado em manuais mais tradicionais." Aqui está uma excelente sugestão para o nosso serviço público. * Uma forma de enquadrar e formatar os factos e acontecimentos é esta pergunta do "Barómetro Público": "Acha que Mário Soares tem condições para ser de novo Presidente da República?". Consta que ele é maior de 35 anos, está no gozo dos seus direitos civis e políticos, tem experiência... Na mesma página, logo por baixo, Vasco Pulido Valente mostra-se pouco preocupado com as condições de Soares (ou de Cavaco). Para ele a pergunta é outra "Não há mais ninguém?"

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"O Comércio do Porto" em blogue O pessoal de O Comércio do Porto decidiu recorrer à blogosfera para manter viva a voz e criar um canal de comunicação directa com a sociedade. Apresenta-se assim: "Num período em que deixou de haver papel para a tinta correr, os jornalistas e demais trabalhadores de O COMÉRCIO DO PORTO encontram neste espaço a via para o exterior, por forma a manter viva a alma do jornal mais antigo de Portugal continental" Mas há quem se alegre com o possível fim do jornal e tenha também criado um blogue para manifestar satisfação pelo rumo das coisas. Quem o fez intitulou-o precisamente "Viva o fim". Direito a pensar claro que há; mas existe outro valor que não lhe fica atrás: o bom senso e o respeito pelo sofrimento dos outros.

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Direitos dos cidadãos nos media O Público noticia hoje que o Provedor de Justiça sugeriu ao Governo que propusesse uma emenda à Lei de Imprensa, no sentido de um cidadão poder exigir que seja noticiada a sua ilibação, se tiver sido previamente mediatizada a sua acusação. O caso que suscitou a diligência, curiosamente apresentado pelo Sindicato dos Jornalistas, diz "respeito a um cidadão constituído arguido pela prática de um crime e que foi objecto de notícia em vários órgãos de comunicação social. Posteriormente, a mesma pessoa foi absolvida e o facto não foi noticiado nos mesmos órgãos de comunicação social, apesar de terem sido solicitados a fazê-lo. Para Nascimento Rodrigues, é legítima a expectativa de um cidadão colocado na situação de arguido de querer divulgada a notícia da absolvição do crime de que havia sido acusado. Por isso, o provedor considera que deve ser introduzida na Lei de Imprensa 'a possibilidade de os interessados poderem, num determinado prazo após o trânsito em julgado' da absolvição, exigir que sejam noticiados os resultados finais da apreciação judicial". Parece razoável e mesmo desejável esta proposta de alteração.

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Sentença de morte * A Prensa Iberica concretizou hoje a anunciada intenção de suspender a publicação de dois títulos históricos da imprensa portuguesa, "O Comércio do Porto" e "A Capital". Continuo a não entender - e não vi ainda o assunto explicado - de onde veio esta pressa. De repente, tudo se precipita, parecendo ser impossível qualquer alternativa ao pior cenário. Se é verdade, como escreve o espanhol El Mundo, que o grupo Prensa Ibérica colocou os dois títulos à venda, interessaria perguntar: colocou quando? Esta semana? Há mais tempo? Quem sabia? * É preciso ser um lutador para fazer o jornal, sabendo que ele está a ir ao fundo. * O Sindicato dos Jornalistas aconselhou, em comunicado, todos os jornalistas daqueles dois órgãos, "a continuarem a comparecer nos seus postos de trabalho nos horários habituais. Esta recomendação tem em conta que: a) Da comunicação referida não resulta qualquer suspensão das obrigações contratuais dos trabalhadores destas empresas; b) A presença dos jornalistas nos seus postos de trabalho exprime uma atitude de defesa activa dos jornais que tão injustamente se encontram ameaçados". * Seria de todo impensável que, na busca de uma solução, se pusesse sobre a mesa um caminho do tipo Oh my news ou AgoraVox?

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IAMCR Participação portuguesa No congresso da International Association for Media and Communication Research, que hoje terminou em Taipei, foram apresentadas duas comunicações portuguesas. Aí ficam (imodestamente) os resumos: The mobilization of the "Lusophony" concept The Case of RTP International Channels Helena Sousa (UM) This article discusses the role Portuguese television international channels (RTP Internacional and RTP África) have played in the reconfiguration of an highly dispersed multi-continental cultural area ? the Lusophone Space (Brazil, Angola, Cape Verde, Guinea Bissau, Mozambique, S. Tomé and Príncipe, East-Timor). According to some authors (e.g. Lourenço, 1993; Baptista 2000), this post-colonial reconstruct fulfils an imaginary space of imperial nostalgia so the Portuguese can fell less isolated and more visible in the world. Eventually, it could be a term to abandon. Martins believes however that Lusophony is a territory of cultural archetypes, a mythic basis which nourishes collective dreams (2004). If myth is a discursive phenomenon and if language defines reality, it might be argued that Lusophony is fundamentally an operational classification which has practical functions and it is designed to produce social effects. In this paper we will try to demonstrate that political actors, from different party affiliations, assumed that - through the daily representation of a Lusophone linguistic and cultural area, RTP International and RTP África would play a significant role in the recognition of this cultural area and would contribute to the formal constitution and further development of a Lusophone Community. Though it is still early to assess the full relevance of RTP (Portuguese public service television operator) international channels to the political process which led to the formal foundation of the Portuguese Language Countries Community (CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) in 1996, we are convinced that attention should be given to these international channels. Reporting on pain: the power to transform fear in panic Madalena Oliveira (UM) The dramatic moments that we have lived at international level since 2001 have constituted a debate about the limits of media freedom, mainly when the question is the informative treatment of situations of social trauma. September 11, March 11, Afghanistan, Middle Orient and Iraq wars, as well as Asiatic tsunami of the end of 2004 are emblematic examples of how audiovisual media use the emotion strategically, endangering the quality of their work. To transform an individual pain into a collective feeling of suffering is a capacity of all mass media. Journalistic media have a real strong power to transform, as Karl Kraus previewed, moderated emotions and passions in hysteria and spree, the national pride in nationalist delirium and xenophobia and fear in panic. In this new context, coming as a consequence of globalisation phenomenon, the power of journalistic media to generate global emotions is one of the reasons why the reflection on journalists? activity is essential. Not only as an effort of vigilance, but also as a way of reinvent the role of them who report our lives. Metajournalism is my proposal to answer the challenges of the age of globalisation for journalism discourse.

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Ir além dos paliativos A presença dos grupos mediáticos espanhois no panorama dos media em Portugal tem sido, em geral, pouco tranquila. Enquanto se aguarda pelo novo cenário que representa o possível controlo da Media Capital pela Prisa (grupo que já andou pelo Público e que ainda recentemente quis adquirir a Lusomundo Media), perfila-se agora a debandada da Prensa Ibérica das empresas de O Comércio do Porto e de A Capital. Como observador dos media, torço por que se encontre uma solução que abra perspectivas de futuro a quantos trabalham nesses dois jornais. Um jornal que morre é um pouco da democracia que se esvai. Mas é necessário pensar em soluções que tenham consistência. Ao ler algumas declarações e apelos a este propósito, é-se levado a pensar que alguns actores desta cena, que conhecem bem as regras do jogo, acreditam que o problema se resolve com gestos caritativos ou com pressões do Estado. Os paliativos permitem ganhar tempo - e isso pode ser importante. Mas precisam das tais soluções. De outro modo, são apenas a forma de adiar ... as piores soluções.

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Reader's Digest nº 1000 grp_aug_05_toc_1 Com a edição de Agosto, a revista norte-americana Reader's Digest atinge o número 1000 e apresenta um dossier dedicado às "Espantosas tendências que irão modificar a sua vida". Um dos capítulos, intitulado "Me Me Media", sustenta que, no terreno dos media, "a iRevolução dá poder ao povo".

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IAMCR Curiosidades "mediáticas" de Taiwan O primeiro dia do congresso da International Association for Media and Communication Research (IAMCR), que está a decorrer em Taipei (Taiwan), é necessariamente marcado por dados curiosos apresentados pela chefe de redacção do Commonwealth Magazine Group. Apesar de ser apenas uma ilha asiática, de dependência chinesa, Taiwan é surpreendente. Em jeito de apontamento, anotam-se alguns dados sobre o panorama mediático da ilha: Extensão Geográfica: talvez metade, ou menos, de Portugal 23 milhões de habitantes (mais do dobro de Portugal - depois do Bangladesh, é o território mais densamente povoado do mundo) 27 fábricas de computadores 2500 jornais 4500 revistas 8000 editoras de livros, que produzem 40000 livros por ano (mais de 100 por dia) 143 canais de televisão 8 canais informativos de televisão que emitem 24 horas por dia (dizem a brincar que têm 8 CNN's). Em resumo, Taiwan tem a maior densidade de todas as formas de media do mundo! (nesta expedição pelo Oriente, estamos apenas duas portuguesas - eu e a Prof. Helena Sousa - , honrando a passagem lusa por estas bandas, que, em 1517, deu a Taiwan o nome de Ilha Formosa.)

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Clube de Jornalistas debate auto-regulação O ministro Augusto Santos Silva é um dos convidados da edição do Clube de Jornalistas que a Dois transmite esta noite (23h30), para discutir a questão da auto-regulação. Em estúdio estão também Alfredo Maia, presidente do Sindicato dos Jornalistas, Eurico Reis, presidente da Carteira Profissional dos Jornalistas, e Albérico Fernandes, director da Confederação de Meios. (José Manuel Fernandes, director do Público, é um dos convidados para depoimentos gravados e escreve hoje no Público a propósito: "Responsabilidade dos jornalistas e polícias da liberdade")

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Comissão Europeia quer comunicar melhor com os cidadãos "The European Commission unveiled a 50-point action plan on Wednesday aimed at improving communication with the public, amid growing concern that the bloc has lost touch with its citizens. The plan establishes a set of guiding principles for the commission, the EU's executive, and will lead to a white paper being submitted to the 25 member governments in autumn.(...)". Os links para o plano, assim como outra documentação, podem ser acedidos por este link (o computador que, em viagem, estou a usar, não me dá acesso a certas funcionalidades do blogger.com): http://www.eubusiness.com/Media/050720150907.pa4qzr68

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Nova revista Vai surgir em Lisboa uma nova revista no âmbito das Ciências da Comunicação. Mais informações em breve.

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O fenómeno "Morangos com Açúcar" "Morangos com Açúcar" está a gerar um fenómeno digno de estudo. A telenovela é exibida na TVI ao final da tarde, antes do "Jornal Nacional" e é vista sobretudo por crianças e adolescentes. O enredo não é, seguramente, um retrato fiel da adolescência portuguesa, mas os mais novos vibram com a vida das personagens. O que é que fascina nesta telenovela? Serão as personagens aquilo que os adolescentes portugueses gostariam de ser? Meninos ricos, que podem ir para a praia no Verão, assistir a concertos dos D'Zirt e andar de mota? O certo é que o fenómeno já chegou à música e agora à literatura. Há dias, uma notícia da Lusa apontava o CD da telenovela para o segundo lugar no top de vendas nacionais. A "Oficina do Livro" também já tinha lançado o "Diário Morangos com Açúcar". Agora é a vez da Editorial Presença se associar ao sucesso da telenovela, com a edição do livro "Uma Viagem Inesperada", de Lígia Dias e Elisabete Moreira. As personagens e parte dos cenários são os mesmos da televisão, mas o enredo é um pouco diferente. Parece-me que é uma nova colecção que agora se inicia. Uma espécie de "Uma Aventura" na versão "Morangos com Açúcar".

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Tendências e futuro da TV, rádio e telecom Sugestão de leitura: o texto do discurso de Ed Richards, do OFCOM, a entidade reguladora dos media no Reino Unido, intitulada "Trends in Television, Radio & Telecoms" - The Future of Evolution of Television, Radio & Telecoms", proferido no Westminster Media Forum. Os slides de apoio estão também disponíveis.

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Sobre a verdade PÚBLICO: Narciso Miranda garante Exponor em Matosinhos: Narciso diz haver "sintonia total" com Ludgero Marques quanto à manutenção do complexo de exposições em Leça. JORNAL DE NOTÍCIAS: Exponor vai mudar para a Feira dentro de dois anos: A Câmara Municipal de Santa Maria aprovou ontem, por unanimidade, a minuta de um protocolo que deverá, em breve, ser rubricado pela autarquia e pela Associação Empresarial Portuguesa, (AEP), onde se prevê a criação de uma mega-área de exposições, com o objectivo de possibilitar a deslocalização dos serviços da Exponor para o Europarque.

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Quanto vale o Google? Recentemente, quando se noticiou que o Google se tornou no grupo de media mais valioso, à frente dos gigantes Time Warner ou Disney, vários foram aqueles que duvidaram da consistência do valor das suas acções. "Vale Google 300 dólares por acción?", pergunta uma peça de El País. E responde: "La mayor parte de los analistas de Wall Street cree que el valor del buscador está ajustado y puede subir aún más"

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Jornalismo narrativo Duas peças, escritas por Filipe Morais, no DN de hoje, tratam do jornalismo narrativo, a propósito da vinda a Lisboa de Mark Kramer, director da Nieman Foundation, da Universidade norte-americana de Harvard: - Jornalismo narrativo para recuperar leitores - Escrita está mais perto da narrativa .

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Uma cronologia das comunicações desde 35.000 A.C "A History of Communications 35,000 BC - 1998 AD": Há vários documentos deste tipo na Internet. Embora invariavel e inevitavelmente tecnocêntricas, servem, pelo menos, para perceber a aceleração tecnológica, nomeadamente desde o século XIX. Outros documentos análogos: 1, 2, 3 e 4.

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Futuro da imprensa: "Mais investigação, profundidade e cidadania" Num Curso de Verão realizado na semana passada na Universidade Rey Juan Carlos, em Espanha, um grupo de jornalistas de investigação traçou o diagnóstico e apontou o caminho para o futuro da imprensa. A jornalista Paloma Sotero, de El Mundo, fez em cinco pontos o resumo das conclusões: "1º. Que la demanda de información ha cambiado por parte de la ciudadanía y que ésta ha perdido la confianza en la prensa. 2º. Que la prensa escrita está abocada a la desaparición si no profundiza y no investiga para marcar la diferencia con las informaciones fugaces basadas en declaraciones. 3º. Que si no conecta con las inquietudes de los ciudadanos, está abocada a un fracaso parcial, ya que sólo conectaría con aquéllos interesados en el seguimiento de la actualidad política. 4º. Que ha llegado el momento de actuar. Algunos responsables de medios aseguraron estar en ello. 5º. Que es muy difícil actuar como es necesario. El inconveniente: la ausencia de grupos editores con verdadero espíritu periodístico, independientes de los consorcios empresariales que hoy dominan la comunicación y que además están vinculados al poder político".

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Expresso ausente Coisa rara: quatro da tarde e o Expresso ainda não chegou às bancas. Ignoro a extensão do problema. O site do jornal está quedo e mudo sobre o assunto.

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Clube de Jornalistas debate a agenda mediática "Quem marca a agenda dos jornais, rádios e televisões? Por que é que as notícias são tão semelhantes em todos os media? E o que explica que as mesmas notícias sejam tantas vezes repetidas em diversos espaços informativos, nos mesmos canais de televisão? Por que é que o jornalismo de investigação quase desapareceu das redacções?" Para debater estas e outras questões, o Clube de Jornalistas e Estrela Serrano, que é a moderadora, convidaram, para o programa de segunda-feira, em A Dois, o jornalista e investigador Dinis Alves, o editor da RTP Fernando Barata e o editor do "Jornal de Notícias" Paulo Martins. Durante o debate serão apresentados depoimentos gravados de Ricardo Costa, director de Informação da SIC Notícias, e de António Pratas, chefe de Redacção da TVI. Recorde-se que Dinis Alves defendeu recentemente uma tese de doutoramento na Universidade de Coimbra sobre esta matéria.

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Os diários gratuitos e o futuro do jornal São os jornais gratuitos distribuídos diairiamente nos principais centros urbanos uma ameaça ou uma oportunidade para a Imprensa? O número de Junho (vol. 4, nº 4) de "Strategy Report - Shaping the Future of Newspapers", da Associação Mundial de Jornais, trata o assunto, propondo modos de lidar com esta "ameaça". O gráfico seguinte foi construído pelo OBERCOM, que na sua mais recente newsletter dá a conhecer uma súmula deste documento:

Análise SWOT

Forças

Fraquezas

Oportunidades

Ameaças

Jornais gratuitos

Económico; leitura fácil; publicidade eficaz; mobilidade.

Conteúdo pouco original; limitado a notícias locais; limitações ao nível da distribuição.

Alcance de leitores ocasionais; publicidade.

Jornais pagos com produtos gratuitos; novos sistemas audiovisuais.

Jornais pagosFidelização; reputação; interpretação de acontecimentos; classificados.Dispendiosos; leitura difícil.Alcance de leitores ocasionais; lançamento de produtos gratuitos complementares.Perca de publicidade e de leitores.

Fonte: SFN /OBERCOM

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A (a)normalidade das notícias dos incêndios O Diário de Notícias traz hoje um dossier sobre a tragédia dos incêndios em Portugal. Gostava de começar por dizer que é um trabalho interessante e meritório. Mas não podia ser mais ilustrativo daquilo que ontem aqui escrevi. Está lá tudo: o número de incêndios, os hectares que arderam, os meios de combate (ou a falta deles), os danos humanos, os prejuizos materiais, etc. Mas falta algo de importante e decisivo: é o calor que gera os fogos? Para além do óbvio - limpar, vigiar - está a ser feito o que deveria ser para que este deprimente quadro desapareça ou, pelo menos, se atenue de forma drástica? Dir-se-á que esta preocupação é obvia e que toda a gente a conhece. Não é verdade. Ao calá-la, ao não perguntar-se pela origem dos fogos, ao dar como normal que se destrua a floresta e a paisagem, limitando as preocupações aos meios (materiais e humanos) para prevenir e combater, estamos a alimentar o clima que gera os incêndios.

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Novo código de ética no "Los Angeles Times" Limitação do uso de fontes confidenciais, conflitos de interesse e precisão de linguagem são alguns dos pontos sobre os quais incide um código de ética, que o jornal Los Angeles Times acaba de pôr a vigorar. O documento, de nove páginas, resultou de mais de um ano de discussões entre a direcção e mais de uma dúzia de jornalistas. Uma primeira consequência vem já noticiada nas páginas do próprio jornal: "One of the most immediate outcomes of the guidelines may be in stopping Times sportswriters from voting for a variety of honors and awards, including college football's Heisman Trophy, college basketball's John R. Wooden Award and membership in Major League Baseball's Hall of Fame". O editor de Desporto refere, na mesma peça, que não concorda com todos os pontos do novo regulamento, mas que o vai cumprir.

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A quadra dos incêndios e os media Em Lisboa talvez não se tenha muita noção do facto, mas houve dias seguidos, no Grande Porto e na zona de Braga, por exemplo, em que uma barreira de fumo fazia escurecer o dia, tornava o sol um pálido ou mesmo invisível ponto amarelo no céu e em que um cheiro a queimado entrava pelas casas dentro. Muitíssimo pior, está bom de ver, era o cenário nos arredores. De resto, um pouco por todo o Norte e Centro. O que surpreende e preocupa, neste quadro, é que os incêndios se tornaram uma espécie de normalidade. Como a epoca balnear. Como as filas nos acessos aos grandes centros. Como as festas da aldeia. Como comer um gelado ou preencher o totoloto. Hoje aqui, amanhã ali. É assim mesmo. Uma banalidade. Uma normalidade. Os bombeiros não têm suficientes meios aéreos? O Governo deve provê-los. Os "soldados da paz" não têm os adequados capacetes e fatos de trabalho? O ministro da tutela deve ministrá-los. Já não se pergunta pela origem (irresponsável, criminosa) do fogo. Tudo está no seu sítio. É tudo normal. Tão normal que uns miúdos que passem as tardes sozinhos, sem nada de empolgante para fazer, poderão entender que, depois de um gelado ou de uns desenhos animados, poderão perfeitamente ir brincar a atear uns foguitos. Porque não? É tudo tão normal, tão quotidiano! (Uma excepção é este trabalho do JN que - vale uma aposta? - não vai ter consequências).

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"É um fenômeno, essa nossa mídia" "A mídia ligou os holofotes, mas detesta holofotes em cima dela. Acionou o ventilador giratório, mas esconde que a lama respingou nela. Adora fazer barulho, desde que o barulho não seja sobre ela. É um fenômeno, essa nossa mídia. Ágil, criativa e ousada mas, ao mesmo tempo, penosa, omissa e pusilânime. A transfiguração da bela em fera dá-se apenas em uma circunstância: quando lhe oferecem um espelho. Basta ver-se equiparada às instituições dos comuns mortais, nossa alada mídia vira bruxa. Ou um tiranossauro." Alberto Dines, in Observatório da Imprensa, 12.7.2005

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Helena Sousa no Euromedia Research Group A Helena Sousa, docente e investigadora da Universidade do Minho e membro da equipa deste blogue, acaba de ser convidada para integrar como "full member" o Euromedia Research Group, um grupo internacional de investigação que tem sede na Universidade de Zurique. O grupo, que reúne alguns dos mais prestigiados investigadores europeus em políticas da comunicação e dos media, pretende, com o alargamento agora decidido, ampliar o seu âmbito e imagem

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Por detrás da resposta londrina aos atentados Os ingleses não evitaram a ocorrência dos atentados terroristas do pasado dia 7, mas responderam de um modo que tornou evidente o que significa estar preparado para responder à situação. Incluindo no relativo à informação. Basta dar uma vista de olhos a este "Strategic Emergency Plan - An overview of the Strategic London response to emergencies; summaries and highlights of pan-London arrangements" (a imagem abaixo vem publicada na p. 15 desse relatório). (Um complemento: Attentats de Londres: prévisions et préparation) London coord

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Jogos Olímpicos 2012, a ETA e os media Um caso já da semana passada, ocorrido em Espanha, relatado pelo Periodistas XXI: jornais como El País, ABC e La Vanguardia (acesso por prévia inscrição) noticiaram que a ETA dirigiu cartas ao Comité Olímpico Internacional, pressionando para que não fosse escolhida a cidade de Madrid para sede dos Jogos de 2012. Afinal, o assunto figurava num boletim interno da organização terrorista, mas os jornalistas esqueceram-se de averiguar um aspecto relevante para o caso: se os membros do COI receberam alguma mensagem. A agência Europa Press fê-lo e concluiu que, se a ETA teve tal intenção, não chegou a concretizá-la, segundo depoimentos de vários elementos do COI. Nem sempre o que é lógico e expectável que ocorra acontece efectivamente.

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Um momento importante Foi um programa interessante o do Clube de Jornalistas de ontem, dedicado ao "arrastão" de Carcavelos. Dos debates havidos guardei duas notas. A primeira diz respeito ao reconhecimento de que os media "meteram água". Mas não deixa de ser irritante o "mas" que vem logo a seguir, que acaba por esvaziar e descredibilizar em boa medida, a assunção do erro e desviar o foco de atenção da responsabilidade dos media. Para lá da questão de saber se houve ou não houve arrastão - e esta é a segunda nota - há um problema grave, com o qual os media precisam de lidar com muito mais cautela e sabedoria, que é a relação insegurança-xenofobia. Em todo o caso, este foi o momento em que uma questão indubitavelmente importante foi finalmente objecto de debate. ACTUALIZAÇÃO: O "Diário de Notícias" faz hoje o seu trabalho de casa sobre este assunto. São quatro peças importantes para o dossier: O estranho caso do arrastão que morreu na praia... - em que Miguel Gaspar pergunta: "Se a própria PSP negou a primeira versão dos incidentes que divulgou, como é possível que o desmentido tenha sido arrastado para o silêncio?" "Se não fosse candidata, teria feito tudo igual", entrevista de Diana Andringa dada a Nuno Azinheira, em que a jornalista, depois de observar que não critica os jornalistas no terreno, comenta que "faltam é editores com experiência e sangue frio, que pensem". O documentário e a entrevista da polémica , sobre o papel do documentário "Era uma vez um arrastão", coordenado por Diana Andringa A memória futura de um arrastão, em que, na sua coluna de opinião, de novo Miguel Gaspar reflecte sobre "uma cadeia diabólica de intepretações que substituiu e dispensou a veracidade dos acontecimentos". "Um erro que fica para memória futura" e sbre o qual o autor pergunta: "Terá emenda?"

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"Arrastão" hoje em A Dois Depois de a PSP ter assumido o manifesto empolamento dos acontecimentos da praia de Carcavelos, em 10 de Junho último, vai ser interessante ver o esgrimir de argumentos entre Luís Osório (ex-director de A Capital) e Eduardo Dâmaso (sub-director do Público). Ambos defenderam posições antagónicas a propósito do caso batizado pelos media como "arrastão". O debate, em que participa também o sociólogo da comunicação José Barreiros e que conta com a moderação de Estrela Serrano, ocorre hoje no programa "Clube de Jornalistas", a partir das 23.30, em A Dois.

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Dois novos blogs no campo jornalístico "Ponto de Análises" é um novo blogue colectivo criado por Sérgio Denicoli, jornalista, mestrando de Informação e Jornalismo e bolseiro de investigação na Universidade do Minho. Acompanha-o uma equipa de jornalistas do Estado de Espírito Santo, Brasil, de onde Sérgio é proveniente. A ideia, segundo o criador e principal animador deste espaço é acompanhar o jornalismo como fenómeno global, com um olhar e sensibilidade regionais. "Estudos Jornalísticos" - outro espaço cujo nome delineia todo um programa. Abriu portas a meio da semana passada e é animado por Nelson Silva. Anuncia ter em conclusão "um documento com algumas orientações de interesse" para o blogue.

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"Arrastão": apenas a PSP assumiu responsabilidades Exactamente um mês depois dos acontecimentos da praia de Carcavelos, que levaram os media a falar de um "arrastão" e a criar um clime de insegurança no país, a PSP veio esclarecer o seu papel no processo. A posição pode ser lida no Público e no JN, em páginas interiores. Destaco, da peça do Público:

"O comandante da PSP de Lisboa, Oliveira Pereira, afirmou que, ao contrário do que foi divulgado pela polícia num comunicado no dia 10 de Junho, não se verificou qualquer 'arrastão' na praia de Carcavelos. Oliveira Pereira declarou ter sido influenciado, no dia dos acontecimentos, por uma descrição errada de um agente que se encontrava na praia e pelos relatos e "pressão" exercidos por jornalistas que o contactaram logo a seguir. (...)".
Um dado da peça do JN, relativo a declarações do comandante da PSP a Diana Andringa, para o vídeo "Era uma vez um arrastão" merece aqui ser citado:
"Oliveira Pereira assume que foi 'pressionado' por alguns jornalistas e algumas testemunhas para dizer que os incidentes de 10 de Junho, em Carcavelos, envolveram 400 pessoas. (...)".
Em qualquer país decente, em qualquer associação profissional decente, uma afirmação destas nunca passaria impune. Ou o comandante está a mentir e merece a repulsa dos jornalistas, ou fala verdade e alguém deveria ser chamado à pedra(*). Mas dá-se também o caso que, num comunicado do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, datado de 21 de Junho passado, se fazem, a este propósito, três exigências (cf. pág.3):
"1. Solicitar aos Meios de comunicação social que corrijam, com o necessário destaque, as informações erradas entretanto veiculadas, repondo a verdade dos acontecimentos. 2. Solicitar à PSP um cabal esclarecimento dos factos ocorridos, da proporcionalidade da intervenção, bem como da origem das informações para a Comunicação Social quanto à dimensão do acontecimento e do seu carácter de 'crime organizado'. 3. Solicitar a intervenção da Alta Autoridade para a Comunicação Social para que promova com urgência uma avaliação crítica da cobertura mediática destes acontecimentos e, na sequência, promova um Acordo de Princípios entre os Meios de comunicação em relação a notícias com potencial leitura xenófoba e racista".
A PSP cumpriu, em boa medida, a sua parte. Dos media e da Alta Autoridade, continuamos à espera. (*) O Aviz pergunta também, com toda a pertinência: "Desde quando é que a polícia é pressionada para dizer que houve um 'arrastão'?"

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Jornalismo em situações de trauma O Royal College of Psychiatrists e a British Psychological Society, do Reino Unido, publicaram há menos de um mês um guia para lidar com as situações de trauma, como aquela que se vive actualmente em Londres. Intitulado Post-traumatic stress disorder in adults and children in primary and secondary care (vários apêndices aqui), o documento foi objecto, antes de ser lançado, de um forum em que se debateu as implicações do guia para os jornalistas no seu trabalho de reportagem sobre o trauma e sobre as respostas a ele. O Dart Centre for Journalism and Trauma publicou uma trabalho sobre as discussões havidas.

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Sobriedade dos media nos atentados de Londres Já se disse neste blogue (post de ontem assinado por Manuel Pinto) que a contenção das televisões marcou a cobertura dos atentados na capital britânica. Opiniões publicadas nos jornais de hoje corroboram esta primeira impressão. Diário de Notícias - Ruben de Carvalho: «Não pode deixar de merecer reflexão a sobriedade de imagens e textos que caracterizou a cobertura pelas televisões britânicas dos atentados terroristas de Londres. (...) § Mas não é afinal bem mais rigorosa e verdadeira a consciência do horror vivido transmitida por esta sobriedade do que pela doentia exploração da- tragédia?» Jornal de Notícias - Judite de Sousa: «Tal como já tinha sucedido em 2001, nos Estados Unidos, também agora, em Londres, os órgaõs de Comunicação Social, com especial relevo para as televisões, não divulgaram imagens de cadáveres, de corpos desmembrados e, mesmo, as imagens que poderiam exacerbar as emoções não foram mostradas. A gestão da informação foi feita de forma muito prudente, quer ao nível da imagem, quer ao nível da palavra. A morte não foi exibida pela televisão e os números dos mortos não foram lançados para o "ar" como se de um totoloto se tratasse. O terrorismo impõe uma nova deontologia e uma nova prática jornalística. Mais importante do que mostrar o que aconteceu é pensar nas consequências do acontecimento até para evitar que os terroristas utilizem os media como instrumentos da sua cruzada contra o ocidente.»

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Cobertura dos atentados: notas para pensar

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Londres abalada - televisões contidas Ainda é cedo para uma percepção da acção dos média na cobertura dos atentados de Londres. Alguns tópicos começam a recortar-se e a emergir: - a contenção das televisões (de resto, em sintonia com a aparente contenção da população, sendo difícil saber o que, nestes casos, é causa ou consequência de quê). - mais do que o papel dos telemóveis 3D ou das câmaras digitais, o lugar do "jornalismo dos cidadãos" - não só tomando a iniciativa de colher informações e imagens, mas difundindo-as nos blogues, no Flickr, na Wikipedia. Algumas notas a considerar: - a natureza "subterrânea" deste mega-acontecimento, tornando-o invisível de fora das zonas delimitadas pela policia, ao contrário do que, em parte aconteceu no 11 de Setembro; - esta invisibilidade à "vista desarmada" permitiu um maior controlo da informação por parte das autoridades, a ponto de Luís Costa Ribas, na SIC, aparentemente dando conta do sentir de jornalistas dos EUA, acusar as autoridades londrinas de censura e os jornalistas ingleses de submissos a tal imposição. Com os dados em presença, que não são muitos, não estou nada certo de que essa opinião seja a mais avisada. Mas aguardemos. - Importa não esquecer os debates que no final de 2004 surgiram no Reino Unido, a propósito do sensacionalismo das imagens televisivas , na cobertura do massacre terrorista de Beslan. Ainda há dias a BBC anunciava uma nova carta deontológica (para entrar em vigor em 24 deste mês), em que o cuidado neste tipo de situações (em particular nas emissões em directo) era um dos motes mais significativos. Continuemos atentos e prossigamos a conversa.

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Blogues que acompanham os atentados de Londres Reporter's log (BBC) - Jornalistas dão conta, em permanência, do que se está a passar, nos distintos locais do acontecimento. Newsblog at G8 - estava a acompanhar a cimeira dos líderes do G8; passou a publicar relatos de testemunhas das explosões. ACT.: Londres 7-J - Blogue do jornalista Roberto Bécares, a caminho de Londres, em serviço para El Mundo.

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Dignidade A jornalista Judith Miller, do The New York Times, iniciou ontem o cumprimento de uma pena de prisão por se recusar a revelar as suas fontes de informação. No jornal, um caso parecido não ocorria desde 1978. Para a análise e compreensão do que está por detrás deste caso, veja-se o dossier preparado pelo Clube de Jornalistas (Crédito da foto: Doug Mills/The New York Times).

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Sete horas diárias de notícias na TV Os telejornais dos nossos canais generalistas emitiram em média cerca de sete horas diárias de informação, nos primeiros seis meses de 2005, segundo dados acabados de divulgar pela Marktest. O número médio de notícias por dia andou em cerca de 235. O mês de Fevereiro, em que tiveram lugar a campanha eleitoral e as legislativas, foi aquele que registou maior número (252) e mais tempo (cerca de sete horas e 40 minutos). Segundo a newsletter da Marktest, "a RTP1 foi o canal que mais notícias e mais tempo deu à informação neste período, emitindo 13 801 notícias (32.5% do total) em perto de 420 horas de duração (33.3% do total). Na Sic foi onde a informação teve mais audiência média, embora com um valor muito próximo da RTP1. A informação veiculada por ambas as estações registou 9.0% de audiência média, mas em número de espectadores a SIC ficou um pouco acima, com 851 100 indivíduos, contra os 850 200 da RTP1. Mas em visibilidade (audiência média ponderada pela duração da informação), foi no canal público que ela foi maior. De toda a informação vista no primeiro semestre, 36.5% foi vista na RTP1."

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Condições de trabalho dos jornalistas na América Latina "Pressão do tempo, apertos e pouco conhecimento especializado" "Como trabalham os jornalistas na América Latina" é o título de um extenso estudo que a Fundação Konrad Adenaur acaba de divulgar, incidindo sobre a realidade de 11 países de expressão hispânica da América do Sul. Com base num inquérito feito a cerca de 200 jornalistas, o estudo, realizado em colaboração com o Instituto Prensa y Socieda, é constituído por uma visão panorâmica das questões analisadas e por uma análsie país a país. "Presión de tiempo, cuellos de botella y poco conocimiento especializado", eis como se poderia resumir o retrato das condições de trabalho descritras no relatório. Apesar de tudo, a mensagem geral é esperançosa: "Sería posible modificar los procesos de trabajo con miras a una mejor calidad periodística. Ello implica como condición interna que los medios puedan disponer del número apropiado de 'cocineros tres estrellas' para poder garantizar un periodismo crítico, sólido y en lo posible objetivo".

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Comprar uma revista para arranjar uns chinelos ... cor-de-rosa Sob o título "A feira", escreve Joaquim Fidalgo, no Público: "Isto da imprensa escrita, desculparão o desabafo, anda muito mal organizado. Então outro dia fui comprar uma revista porque precisava de uns chinelos de praia, e eles só tinham chinelos azuis?... Azuis já eu tenho, que comprei noutra revista aqui há umas semanas; o que eu queria agora uns chinelos cor-de-rosa, para poder variar (...)".

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"Era uma vez um arrastão": o site e o vídeo Como se pode ver na zona de comentários do post que aqui coloquei no domingo, quer o João Paulo Meneses quer o Pedro Fonseca se esforçaram por nos proporcionar o acesso ao trabalho de Diana Andringa - "Era uma vez um arrastão". Era difícil abrir ontem o site. Hoje foi fácil. Esperemos que continue.

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Jornais em campanha Já vimos algo disto entre nós: na gigantesca operação de lobbying pela realização dos Jogos Olímpicos de 2012 em Madrid, jornais como o desportivo Marca e o generalista El Mundo chegam a alterar o logotipo dos seus títulos. O primeiro convertendo o M de Marca no "mil" de 2012 e o segundo mudando de côr e incluindo o logotipo da candidatura da capital espanhola. Este último criou incluivamente um blogue - "Buscando los anillos" - que acompanha as peripécias do processo a partir de Singapura (via de Periodismo XXI). Só para se ter uma ideia dos interesses económicos, políticos e desportivos em jogo, bastará referir que as outras capitais que se encontram na liça são, nada mais nada menos que Nova Iorque, Moscovo, Paris e Londres e que no local, e para o simples anúncio, encontram-se credenciados cerca de milhar e meio de jornalistas. O site da sessão do Comité Olimpico Internacional que decorre desde ontem e até dia 9 em Singapura inclui os links para as diferentes candidaturas. A cerimónia de anúncio da cidade e país organizador dos jogos terá lugar amanhã pelas 19.30 horas de Singapura (ao fim da manhã em Portugal).

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História de (pouco) proveito e exemplo "Autarca está a pagar multa diária até entregar documentos a jornalista ", escreve o Público online. Motivo: "não acatamento" de uma decisão de 28 de Maio em que o tribunal fixava em dez dias o prazo para a entrega dos documentos a José António Cerejo"..

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Entrevista jornalística em debate no CJ O programa Clube de Jornalistas, a emitir hoje às 23 e 30, na Dois, com repetição na 5.ª feira, às 15 horas, é dedicado à entrevista jornalística. Judite de Sousa, Orlando Raimundo e Paula Moura Pinheiro debaterão o tema, com moderação de Estrela Serrano. Durante a emissão, haverá ainda um depoimento de Mário Mesquita. De entre os pontos a abordar, o Clube pré-anuncia os seguintes: - Quais são as regras que orientam uma entrevista? - Quais os critérios de escolha dos entrevistados? - Para além da imagem, o que separa a entrevista na televisão, da entrevista na rádio e na imprensa? - Porque razão os espaços "nobres" da entrevista televisiva, em Portugal, estão, em geral, entregues a mulheres, de que são exemplo, Judite de Sousa, Ana Sousa Dias, Margarida Marante, Maria Elisa, Maria João Avillez, entre outras? Será que a capacidade de sedução é um elemento forte da entrevista televisiva? - O que acontece quando um entrevistado tenta ?condicionar? ou "intimidar" o/a entrevistador/a, invocando pormenores da vida privada, como foi o caso recente de Valentim Loureiro a Judite de Sousa? - E quando o/a entrevistador/a impõe as suas opiniões ao entrevistado? - Como é que uma jornalista especializada na entrevista política, casada com um dirigente político, como é o caso de Judite de Sousa, gere esse potencial de conflitualidade? - Será que os espaços de comentário na RTP, de Marcelo Rebelo de Sousa e de António Vitorino são espaços jornalísticos? - Que diferença há entre uma "conversa" em torno das "escolhas" de Marcelo ou das "notas soltas" de Vitorino e uma entrevista jornalística a Marcelo e a Vitorino? Qual o papel das jornalistas que "contracenam" com cada um destes comentadores, na RTP?"

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Breves O estudo "Entertainment and Media Outlook: 2005-2009", apresentado pela Pricewaterhouse Coopers, inclui um capítulo prospectivo sobre jogos vídeo, que prevê um crescimento acentuado deste mercado, a partir de 2006, ligado à difusão de uma nova geração de consolas. Um outro estudo, feito na Primavera deste ano, sobre a prática de jogos vídeo pode ser consultado aqui (via newsletter do Obercom). *** O Times, de Londres, vai lançar uma edição internacional em Madrid, Marselha e Charleroi, segundo anuncia hoje a newsletter Press Gazette. *** Os jornais locais continuam a ser a melhor solução para encontrar emprego. É o que se conclui de um estudo feito junto de oito mil pessoas que andavam à procura de trabalho, referenciado na Personnel Today.

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Vídeo de Diana Andringa sobre o "arrastão" A jornalista Diana Andringa elaborou um vídeo no qual desmonta "a ligeireza com que os canais generalistas - e os jornais, no seu rasto - construíram um acontecimento [o "arrastão"] que esteve muito longe de assumir a dimensão que os media lhe imprimiram". A informação é dada numa nota do jornalista Adelino Gomes, que vem no Público de hoje. Esse trabalho de investigação foi apresentado quarta-feira num debate na Videoteca de Lisboa. Adelino Gomes lembra que o Clube de Jornalistas vai organizar um debate sobre o assunto e pergunta: "É possível que nenhum canal se disponha a passar o traba­lho na íntegra?". Deixo outra pergunta: a existência deste trabalho de Diana Andringa já tinha sido divulgada em algum sítio?

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O acessório "Queremos ensinar os portugueses? Ensinemos os professores dos portugueses. Cursos de Adultos precisam-se. Eduquemo-nos. Ensinemos os políticos, ensinemos os jornalistas, ensinemos os funcionários públicos, ensinemos os gestores privados, ensinemos o serviço público de televisão. Ensinemo-nos a nós mesmos. Como? Ensinando-nos a ler, a estudar, a respeitarmo-nos, operação difícil num instante histórico em que perdemos esse respeito. Todos os dias abrimos um jornal e é uma tristeza. O que se discute? O acessório". Clara Ferreira Alves, na Única/Expresso de 2.7.2005

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Fontes: águas toldadas O dia 30 de Junho ficará provavelmente na história do jornalismo norte-americano como um dia negro. O dia em que os responsáveis da revista Time decidiram trair o compromisso ético assumido com os seus leitores e revelar uma fonte de informação. Em nome da superioridade da lei. Humano, dir-se-á. O advogado, que o director da revista também é, sobrelevou sobre o jornalista. Contra a vontade dos dois profissionais envolvidos, que têm mantido a decisão de não revelar as fontes, correndo o risco de pasar uns meses na prisão. "But if presidents are not above the law, how is it that journalists are?" - comentou ele ao diário The New York Times, curiosamente o mesmo jornal em que trabalha outra jornalista envolvida neste caso. No espaço de menos de um mês, duas atitudes diametralmente opostas: a dos jornalistas (e responsáveis editoriais do Washington Post) sobre o escândalo Watergate e a deste caso, do qual a Time pode sair airosamente dos tribunais mas de que sai queimada, ou pelo menos bem chamuscada, no plano ético-deontológico. São estes os tempos que vivemos. É provável que nada disto seja alheio a uma lógica de infotainment, que cada vez parece prevalecer mais no grupo mediático a que pertence a Time. Como diz álguém citado pela newsletter da Columbia Jornalism Review, a Time "is a strange company and it's a different company now, and it is really part of an entertainment complex. The journalism part is smaller and smaller. There is a great question out there: is this a journalistic company or an entertainment company?"

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Sobre a a actualidade da água A revista "Science et Société" dedica um dos seus números (Nº 64, Fev. 2005) ao actualíssimo tema "Société civile et marchandisation de l'eau. Expériences internationales". Disponíveis estão os resumos dos artigos. Mas também o texto integral da introdução: Figures d'eau, de Catherine Baron e Pierre Bauby: "Il convient au préalable d'insister sur les ambiguïtés inhérentes à la définition de l'eau. L'eau doit-elle être considérée comme un bien économique, un bien commun, un patrimoine commun de l'humanité ou comme un droit ? Au-delà des termes, une caractéristique la distingue de tout autre ressource : l'eau est source de vie."

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