Weblogue colectivo do projecto Mediascópio - CECS / Universidade do Minho | RSS: ATOM 0.3 |



Agenda para redacções independentes "(...) algo se perdeu na voracidade destes dias: o que é que obrigou Paes do Amaral a ceder no caso Marcelo? Qual foi a moeda de troca? O que é que só saberemos «daqui a seis, nove ou 12 meses»? Se existisse alguma racionalidade nisto, esta matéria não deveria estar já a ser investigada pelos media? " Armando Rafael, "Passarinhos de todo o mundo, univos", in DN, 31.10.2004

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Jornal histórico inglês adopta o formato tablóide Ao fim de 216 anos de vida, o jornal britânico "The Times" publica-se hoje, pela última vez, em formato grande (broadsheet). A partir de segunda-feira, passará a estar disponível nas bancas apenas em formato tablóide (no Reino Unido está-se a usar o termo compacto, para distinguir o formato dos jornais de conteúdo "tabloide"). Actualmente na posse do News International Newspaper Ltd., grupo do magnata dos media Rupert Murdoch, The Times segue assim os passos de The Independent, que adoptou esse formato em Maio passado. A este propósito,vale a pena ler, na última edição da newsletter do OBERCOM, o apontamento O formato dos jornais: a nova preocupação do sector assim como A importância da dimensão dos jornais. Neste último, salienta-se que "de acordo com a World Association of Newspapers, vinte dos maiores jornais mundiais (em termos de circulação) já mudaram ou pretendem mudar o seu formato".

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"Perguntar não ofende" O líder do CDS-PP, Paulo Portas, disse à Antena 1 que o caso Marcelo "é uma matéria que tem de ser resolvida no quadro de uma empresa privada, com accionistas privados". "A Assembleia da República não é a assembleia-geral dos accionistas da TVI. As instituições políticas não podem andar a toque de caixa da vida e das declarações de um comentador político", acrescentou. Se assim é, porque foi lá chamado Miguel Paes do Amaral?

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Recapitulando Foram até agora ouvidos, pela Alta Autoridade para a Comunicação Social, na sequência das "denúncias" do ministro dos Assuntos Parlamentares, as seguintes individualidades: - Rui Gomes da Silva (Governo- ministro dos Assuntos Parlamentares) - Miguel Paes do Amaral (Presidente daMedia Capital) - José António Saraiva (Director do Expresso) - José Manuel Fernandes (Director do Publico) - Marcelo Rebelo de Sousa (ex-comentador da TVI) Está já agendada para os próximos dias a audição das seguintes personalidades: - Clara Ferreira Alves (ex-futura directora do DN) - Fernando Lima (ex-director do DN) - Luís Delgado (presidente executivo da Lusomundo Media) - Miguel Horta e Costa (presidente do CA da da Lusomundo Media) - Miguel Paes do Amaral (pela segunda vez). O ministro Morais Sarmento, que tem a tutela da Comunicação Social, não está, tanto quanto se sabe, incuido na lista de pessoas a ouvir.

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É normal? Para uma revisão da "matéria dada", mas ainda muito longe de ser "digerida", sugiro a leitura deste post do Contrafactos e Argumentos, que começa 12 vezes pela interrogação "É normal que...?" e termina: "Tudo isto é normal? Em Portugal, é".

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O "Público" privatizou Já repararam que tanto ontem como hoje o "Público" encurtou enormemente na sua versão online? Problema conjuntural? Decisão editorial? Explicações a quem as souber e quiser dar. No jornal, mesmo em papel, não encontrei.

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Os proprietários dos media e o direito de comunicar A propósito das polémicas mais recentes sobre a relação entre os poderes mediático, político e económico, fica a sugestão da leitura de "Media owners' rights vs. the right to communicate", de Slavko Splichal, publicado este ano na revista Media Development. O resumo:

"In the late 1700s Jeremy Bentham conceived the principle of publicity as a critical impulse against the injustice caused by the secrecy and partiality of state actions, and by Immanuel Kant as an enlightening momentum substantiating human freedom and making citizens equal in the public use of reason. Bentham favoured a free press as an instrument for public control of government in the interest of general happiness.1 Kant respected free public discussion as an instrument for the development and expression of the autonomous rationality of citizens. With the constitutional guarantee of a free press in parliamentary democracies, discussions of freedom of the press were largely reduced to the pursuit of freedom by/for the media, thus neglecting the idea of publicity as the basis of democratic citizenship. Yet, as this article argues, a free press embodied in the property rights of the owners of the press may well fail to achieve either Benthamite or Kantian goals. Such goals should lead to a personal right to communicate rather than to a corporate right to press freedom".

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Nova Direcção do DN: para registo "(...) Neste seu já longo tempo de existência, o DN afirmou-se e permaneceu como marco inegável e indispensável do debate político, social e cultural. E, mesmo nos mais difíceis momentos, como referencial de credibilidade. E é assim que o DN vai continuar a ser, porque esse é o seu compromisso essencial com o leitor: noticiar o que tem de ser noticiado, de uma forma honesta, sem querer causar danos a ninguém, mas sem temer desafiar quem quer que seja - em nome da verdade que deve ao leitor. Respeitando, cada dia, o princípio de que a notícia é sagrada e a opinião livre - e plural. (...) Na sua linha editorial e noticiosa, o DN não terá outros amos. Não é, nem será, pássaro de asas cortadas. E, muito menos, escravo de governos, de oposições, de partidos, de interesses privados. Respeitará o contraditório, a diversidade das fontes, não centrará a notícia no umbigo do jornalista - mas sim no cerne da sociedade de que é espelho e a que se dirige. Ouvirá todos e a todas as vozes dará guarida." José Manuel Barroso, Editorial do DN, 29.10.2004 COMPLEMENTO: Já que estamos em maré de registo, julgo que, pelo seu valor documental, deve ficar também aqui transcrita na sua integralidade uma Nota da [então] Direcção do DN, publicada na passada quarta-feira, e que diz: "A Direcção do Diário de Notícias, face a alusões frequentes de vários órgãos de comunicação social à vida interna deste jornal, reafirma que o DN é feito por profissionais qualificados que asseguram aos seus leitores a melhor informação, no respeito por princípios de rigor e de ética".

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Tendências da Imprensa em Portugal Merece leitura o post do Indústrias Culturais sobre "Transformações e tendências dos media em Portugal: o caso da Imprensa" e que cita dados de Paulo Faustino. Retive este: os "jornais nacionais têm pouca penetração fora dos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto. O distrito de Lisboa é responsável por 37% do consumo deste tipo de jornais e o Porto por cerca de 25%. Estes dois mercados absorvem cerca de 63% do consumo total".

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Clube de Jornalistas: site finalmente aberto Entrou em grande forma o site do Clube de Jornalistas! Entre outros motivos de interesse, a informação sobre o programa de hoje, com o mesmo nome (em A Dois), sobre ?A Falta de Memória nas Redacções? (com Baptista-Bastos, João Mesquita e Rego Chaves) e a estreia da jornalista Paula Moura Pinheiro como moderadora do próximo, a ser emitido 5ª feira, dia 3 de Novembro, centrado no tema ?A Europa nos media portugueses?.

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O medo dos blogs Dan Gillmor discute no seu blog, partindo de uma mensagem que recebeu e de uma crónica do Washington Post, o receio que os jornalistas e as empresas parecem ter dos weblogs. Concordo com o que Gillmor diz: What he sees as a dreadful problem looks more to me like a chance for professionals to do a better job. No doubt, what's happening is messy. That makes everyone uncomfortable, especially those of us who grew up in a relatively centralized, top-down media environment. But complaining about it won't work. Dealing with it -- not as a threat but an opportunity -- is the only rational answer. Além do texto de Gillmor, vale a pena ler também os comentários dos leitores.

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Títulos "Correio da Manhã": Fernando Lima abandona DN "Público Última Hora": Fernando Lima demite-se da direcção do "Diário de Notícias" "Expresso online": Fernando Lima resiste no DN

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Lusomundo Media na visão de um administrador da PT Fernando Ulrich, administrador da PT e presidente executivo do Banco BPI, que detém 2,32% do grupo de telecomunicações, diz hoje, no Diário Económico, que, até agora, não surgiram ainda propostas de compra do sector de media da PT que fossem "suficientemente interessante[s]". O gestor garantiu também que a Impresa, onde o BPI detém uma posição de 41,4%, ?nunca fez nenhuma proposta de compra? dos activos media da PT. Sobre a mudança na gestão da Lusomundo Media, pela qual Luís Delgado foi substituir Henrique Granadeiro, Fernando Ulrich diz ter ficado ?com a sensação de que houve alguma pressa?. ?Não gostei da forma e do ?timing? em que as mudanças foram efectuadas?, confessou, alertando para o facto de estar a falar como cidadão e não como representante do accionista BPI na administração da PT. (ler a peça aqui).

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Pesquisa bibliográfica: Aveiro cria motor Uma notícia do Correio da Manhã: "Colcat" é o nome do mais recente motor de pesquisa de livros e documentos disponível na Internet, desenvolvido pelos Serviços de Documentação da Universidade de Aveiro (UA). (...) o novo site é um sistema de pesquisa meta-bibliográfica distribuída que permite fazer uma busca simultânea e integrada nos catálogos de um conjunto de bibliotecas nacionais e estrangeiras. Disponível em acesso livre e gratuito, o novo motor de pesquisa tem como mais-valias uma maior rapidez e eficácia no processo de procura de informação e a disponibilização de um leque bastante variado de fontes de informação. Para além da Biblioteca da UA, o sistema faculta ao utilizador uma busca nas bibliotecas das Universidades de Lisboa, Minho, Católica, Coimbra e das Faculdades de Letras, Economia, Engenharia e de Medicina da Universidade do Porto, na Biblioteca Nacional (Porbase) e Assembleia da República (Parlamento) e na California Digital Library (Melvyl), entre outras instituições estrangeiras. Após a busca, é apresentada numa única página uma lista com as bibliotecas onde existe o livro pretendido ou a quantidade de obras que cada biblioteca tem sobre um assunto, com um determinado título ou de um determinado autor, fazendo as ligações às respectivas páginas de resultados. Os docentes, investigadores e alunos de pós-graduação podem ainda consultar a obra no espaço de 15 dias, através do Serviço de Empréstimo Interbliotecas".

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Redacção do DN exige clarificação O "Diário de Notícias" pronuncia-se, finalmente, sobre as peripécias que têm envolvido a Direcção do jornal. Num texto publicado hoje, às 23.03h, salienta-se que "a redacção do Diário de Notícias aprovou ontem uma moção na qual exige «à administração e à direcção em funções a necessária e urgente clarificação da actual situação do DN, de forma a estarem garantidas as condições de isenção, credibilidade e de jornalismo de qualidade que devem caracterizar um jornal que todos desejamos de referência». Alude a várias reuniões e comunicados do Conselho de Redacção, nomeadamente com Luís Delgado e Mário Betencourt Resendes e termina anunciando que a direcção do DN "publica, hoje, na última página, uma nota reafirmando que o DN informa os seus leitores «no respeito por princípios de rigor e de ética»". (NB: A peça está construída para ser publicada na edição impressa; daí a confusão com os "ontem" e "hoje")

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John Peel 1939-2004 Morreu hoje uma das grandes lendas da rádio no Reino Unido: John Peel. Com uma carreira radiofónica de quatro décadas e um papel inegável na divulgação musical e cultural - quer aos microfones da rádio quer noutras actividades paralelas ligadas ao universo musical -, John Peel conquistou ao longo dos anos um público fiel e era actualmente o mais antigo DJ da BBC Radio 1. No site da BBC podem ler-se vários artigos relativos a John Peel, bem como as reacções de diversos músicos e outras personalidades ligadas ao meio musical. A título de curiosidade, refira-se que, desde a edição da notícia que dá conta da morte de Peel (publicada a meio da tarde de hoje) até ao momento em que escrevo, a BBC News recebeu já algumas centenas de mensagens de ouvintes que prestam o seu tributo a este homem da rádio. A notícia pode ser consultada no site da BBC News (em inglês), ou no Público (em português), mas onde primeiro li esta informação foi no Juramento sem Bandeira.

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Superioridade moral No meio do "furacão", o Expresso "será um referencial de equilíbrio, de serenidade, de rigor, não se vergando à vontade do poder nem embarcando na paranóia por que enveredaram alguns meios de comunicação". Isto diz o seu director, a propósito das consequências de uma decantada estratégia de controlo de informação por parte do Governo e dos que, face a essa estratégia, "gritam que aí vem o fascismo". Esta é uma linha de conduta que não é nova, naquele semanário: quando mete, também ele, o pé na poça, vem assumir-se como referência de equilíbrio e de deontologia, batendo em tudo e em todos. Neste contexto, é interessante analisar a prosa de José António Saraiva. Escreve ele, no Expresso Online ("Calo democrático"): "O ambiente é de cortar à faca. Vários ministros referem-se a mudanças em órgãos de comunicação social, como se substituir o director de um jornal ou de uma estação de TV fosse o mesmo que mudar o responsável de uma fábrica de calçado". Só esquece que esta é, quanto ao seu jornal, apenas metade da verdade. A outra metade é que o seu jornal dá voz a tais fontes governamentais, como se fosse a coisa mais natural deste mundo, e, baseado nelas, dá como certas informações que se vem a verificar não serem verdadeiras. Custava assim tanto reconhecer que o jornal não andou bem? Não acontece a toda a gente? Só que a "superioridade da moral jornalística" do Expresso está para lá dessas bagatelas. Ele será "um referencial de equilíbrio, de serenidade, de rigor".

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"Jornalistas de pijama"

No "Monde" de hoje: Où est le quatrième pouvoir ?, de Sylvie Kauffmann, trata do "vazio deixado pelos media tradicionais dos EUA, acusados de autocensura e de falta de objectividade, depois do 11 de Setembro". E refere, a dado passo:

"(...)Cette nouvelle race de "journalistes en pyjama", les bloggers, plus commentateurs qu'informateurs, a eu sa consécration en gagnant cet été son espace réservé dans les tribunes de presse aux conventions démocrate et républicaine. Forme ultime de la démocratisation de l'information sur Internet, qui permet à quiconque de s'improviser rédacteur en chef en créant son site depuis son canapé-lit, les blogs (contraction de Web Log, littéralement carnet de bord sur la Toile) ont un effet d'appel d'air et de poil à gratter (technorati.com en dresse une liste)(...)".

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O ratinho e o elefante "Verdades de destruição maciça, resoluções de nações desunidas, ataques verbais preventivos. A arma é só uma palavra. Notícias, diferentes daquilo que se vislumbra à vista desarmada". Assim se apresenta o blog Kalashnikov. Define-se como "um blogue independente que se responsabiliza por todas as opiniões publicadas", sendo editado por José Miguel Sardo, Dulce Dias e Ricardo Figueira. Gostei particularmente do comentário sobre a decisão de A Capital de tomar partido nas eleições para os Estados Unidos da América, onde se escreve: "Esta faz-me lembrar a anedota do ratinho que corria ao lado do elefante e, às tantas, vira-se para o lado e diz: "já viste a poeira que estamos a fazer? "

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Ipsis Verbis "(...) Ora, no que à RTP diz respeito, o Governo tem o direito de decidir quem manda no restaurante, mas não quem é o chefe de cozinha, e muito menos o conteúdo da ementa. (...)". João Miguel Tavares, "Pecados Capitais", in DN, 26.10.2004

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A direcção do DN e a verdade do "Expresso" Vale a pena voltar a ler o "Expresso" de sábado, agora que Clara Ferreira Alves comunicou ter sido convidada para o cargo de directora do "Diário de Notícias", mas ter recusado exercer tais funções: "Clara Ferreira Alves vai ser directora do "Diário de Notícias". O "Expresso" confirmou junto de fonte governamental que a decisão está tomada, restando apenas saber quando é que a jornalista assumirá funções (...)". Uma fonte governamental? Confirmou? E o "Expresso" segue fontes governamentais, em matérias que não têm nem podem ter nada a ver com o Governo? Assim, sem pestanejar? Este caso parece-me de enorme gravidade e, até prova em contrário, constitui um exemplo vergonhoso para o jornalismo. O Governo, permanecendo silencioso, fica igualmente implicado. Quem quer dar palpites sobre o modo como o semanário vai "virar o bico ao prego" na próxima edição?

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"E os jornalistas, o que pensam disto"? (2) Reparo que não motivou qualquer comentário o texto que aqui foi inserido no sábado. Provavelmente era longo de mais. Fica, porém, a nota de um trabalho publicado hoje no DN, o qual vai de encontro, pelo menos em parte, a uma das questões que apontava no final. Intitula-se "Uma 'central' de dois bicos", é da autoria de Leonor Figueiredo e é complementado por várias peças que tratam o modo como os governos de vários países se organizam em termos de comunicação com a sociedade.

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Bush e Kerry contam ... jornais Se as posições dos jornais decidissem as eleições norte-americanas, o resultado eram "favas contadas" a favor de John Kerry. Segundo cálculos da Editor & Publisher, 125 jornais manifestaram o seu apoio ao candidato democrata, contra 96 para os republicanos. Em termos de circulação, os jornais pro-Kerry envolvem 16 milhões de exemplares, ao passo que o campo de Bush "dispõe" de 10 milhões. Este fim de semana, o Washington Post posicionou-se a favor de Kerry (facto tanto mais significativo quanto este diário foi um apoiante da guerra no Iraque), assim como o "The Wall Street Journal". Em contrapartida, Bush obteve o apoio do The Columbus Dispatch, no decisivo estado do Ohio.

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"Íntima Fracção" A "Íntima Fracção", um programa de rádio de Francisco Amaral, que pudemos ouvir durante largos anos na TSF, está de novo no ar. É aos fins de semana, nas noites de domingo para segunda, à meia-noite, na RUC (Rádio Universidade de Coimbra), na frequência 107.9 FM. poderá também ser ouvida via Internet. "Pouco para dizer, muito para escutar, tudo para sentir"... (via Memória Virtual)

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"E os jornalistas, que pensam disto?" FotoAugusto Santos Silva prossegue, na sua coluna semanal, no Público, uma reflexão já iniciada há 15 dias, sobre as tendências no campo mediático, em Portugal. Procura mostrar que não captam o alcance do que de facto se está a passar entre nós aqueles que se circunscrevem aos "casos" que têm agitado a actualidade, em torno do debate sobre as interferêncis do poder político no campo mediático. Segundo aquele sociólogo e deputado, o caso Marcelo ou as afirmações de Morais Sarmento sobre o serviço público não podem ser desligadas de outras movimentações, como as mudanças na administração Lusomundo Media e, sobretudo, a implementação de uma central de comunicação do governo: "A gente - observa Santos Silva - não pode deixar passar em claro o facto, que causaria desconforto em qualquer democracia viva, de o mesmo ministro controlar a central de propaganda do Governo e tutelar a televisão e a rádio públicas e o Instituto Nacional de Estatística." Indo mais longe, escreve: "O que dá um tom de podridão à circunstância presente é esta forma de condicionar politicamente o campo mediático, tão típica de Santana Lopes e Paulo Portas. Mas, insisto, as coisas vão mais além. Porque a resposta à pergunta que logicamente se sucede - como se explica a ascensão destes poderes e destes protagonistas vazios de qualquer substância? - encontra-se mais na convergência (na aliança?) entre o que hegemoniza agora a esfera mediática e o que hegemoniza agora a esfera política. As criaturas que hoje justificadamente assustam tantos jornalistas, e tornam "irrespirável" o ambiente vivido em tantas redacções, são, a maior parte delas, criações de jornalistas. Estejam, aliás, em que pólo partidário estiverem - no PSD e no PP, como no PS e no BE." O colunista termina apelando ao debate entre os jornalistas, envolvendo as suas associações, as escolas que os formam e "as variadas instâncias em que se exercita, ou deveria exercitar, a reflexividade colectiva sem a qual não constituiriam, verdadeiramente, uma profissão". Partilho destas preocupações e desafios de Augusto Santos Silva. Entendo, também, que o exame da situação, que se impõe, não pode nem ser circunscrito aos profissionais do jornalismo, nem ficar-se por um debate académico e deve alargar o leque de actores implicados e interessados nas matérias em questão. Tenho dúvidas da associação que me parece fazer Santos Silva entre a "podridão à circunstância presente" e a quebra de "regras de ouro da profissão jornalística e das empresas de comunicação social". A degradação da situação de muitas redacções pode aagravar-se com um clima de pressão política como o que vivemos; mas parece-me que a sua natureza e a sua lógica é mais antiga e mais complexa. Mas completamente de acordo quanto ao debate e, desde logo, quanto à necessidade de "informar sobre a informação". Ou seja: que se está então a passar nas redacções e que os cidadãos devem saber? Tomemos o editorial de anteontem José Manuel Fernandes, no qual alude a "um clima de pressão existente em muitos meios de comunicação social", que "tem vindo a criar ambientes irrespiráveis". Um leitor que não ande muito por dentro destas coisas lê uma afirmação destas e gostaria, certamente, que ela pudesse ser "traduzida em miúdos". O que é que , em concreto, se está a dizer? Que se passa? Se o jornalismo constitui uma alavanca e uma expressão fundamentais do espaço público, não será importante cuidar mais da informação sobre o próprio jornalismo e as condições do seu exercício?

Dois casos recentes: ::Tem andado a ser noticiada e dada como certa a substituição de Fernando Lima como director do "Diário de Notícias". Como é costume, em situações análogas, já estão a circular os nomes que, diz-se, o irão substituir. Isto é assim? Dá-se informação que se julga séria, nada acontece, ninguém se inquieta nem se interroga sobre o que se está a passar e o que significa o aparecimento destas notícias? :: Outro caso: a tão falada "central de comunicação" do governo ter-se-á tornado num assunto tabu para os jornalistas? Soube-se da decisão do Conselho de Ministros quanto à sua criação; soube-se que já tinha um montante atribuído no Orçamento do Estado. Depois, veio o silêncio. Não foram dados passos para a sua implementação? Já há pessoas a trabalhar? Onde? Há resultados desse trabalho? O assunto não será demasiado importante para ser escrutinado em permanência e ao pormenor?

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A verdade é... "(...) Ao explanar a continuidade das suas políticas para a Comunicação Social, e em particular para a dita de "serviço público", [Morais Sarmento] resvala para a confusão terrível de admitir que, tudo somado, a voz, em programação e informação, terá de ser sempre "a voz do dono". Será - como diz o povo - que "a boca lhe fugiu para a verdade", ou o ministro, ao expressar-se, foi infeliz ? O tempo - hoje em dia cada vez mais breve - o esclarecerá.(...)" Paquete de Oliveira, Jornal de Notícias, 22.10.2004

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Um jornal de referência é... "(...) Un "journal de référence" n'est ni le Journal officiel, ni un journal exhaustif. Mais c'est un journal fiable, dont on est sûr qu'il ne déforme pas la réalité, ne triche pas, ne force pas le trait et donne à chaque événement la place qu'il mérite. Comme l'écrivait Françoise Giroud à propos du Monde en 1956, c'est le journal "qu'il faut lire parce qu'il confère à l'information son authenticité et son exacte importance". Robert Solé, provedor do leitor de Le Monde, 22.10.2004

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DN online de cara nova O Diário de Notícias apresenta um novo layout na sua edição online. Com algumas semelhanças com o JN (a possibilidade de antever os títulos de cada rubrica do jornal e o desagradável destaque dado à zona do pequeno anúncio), introduz aparentemente melhorias na velocidade e facilidade de acesso (que estava insuportável) e, em geral, na apresentação. Por outro lado, cria uma ligação mais fácil com o provedor (não com aquilo que escreve) e arruma melhor a informação entre "artes" e "media". E acrescenta uma janela (mais parece um postigo)com informação de última hora, que é de saudar. Ah! e dá o devido destaque ao cartoonista Bandeira.

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Tudo coincide "(...) Tudo coincide e não há que ter ilusões. O processo está em curso, a intimidação e o medo estão instalados e o objectivo claro é garantir a reeleição deste Governo, não pelos seus méritos, mas pela propaganda maciça, e com menos "contraditório" quanto possível dos seus supostos ou reais méritos. É a "italianização" da vida política portuguesa, umas vezes feita subtilmente, outras vezes com a falta de jeito que caracteriza os ministros Gomes da Silva ou Morais Sarmento. A teia vai-se tecendo e não dispensa coisas tão rasteiras como o suborno de jornalistas e de chefias, os "avisos de amigos" ou as soluções finais de silenciamento e afastamento, quando nada mais resulta. Acreditem: sei do que falo, conheço esta gente e os seus métodos, sei o que os move e aquilo de que são capazes (...)". Miguel Sousa Tavares, in Público, 22.10.2004

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"Terapia de prevenção" "(...)Ao longo da última década, consolidou-se uma alteração estrutural no panorama mediático em Portugal. Tão ou mais importantes do que a independência do jornalismo face ao poder político passaram a ser o distanciamento e a capacidade crítica frente aos vários poderes económicos. Ora, num país em que prevalecem cruzamentos, nem sempre inequívocos, entre todos esses universos, é óbvio que o chamado «caso Marcelo» teve pelo menos um mérito evidente em matéria de «terapia de prevenção»." Mário Betencourt Resendes, in DN, 22.10.2004

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"Quinta das Celebridades": a sabedoria do serviço público É de domingo, mas ainda vale a leitura. Júlia Pinheiro, em entrevista a Isabel Faria, do Correio da Manhã, mostra-se incomodada com este Governo por não ter sido legitimado pelo voto assim como com o caso Marcelo. E depois elabora sobre "A Quinta". Textualmente: "estamos a valorizar um tipo de sabedoria que há muito não se via nem em ?prime-time?, nem em horário nenhum. Não é serviço público? O embrulho é que é diferente". Então não é?

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Mário Crespo atiça fogueira ...E por falar em "Correio da Manhã", vale a pena ler a entrevista que dá hoje Mário Crespo a este jornal. Intitula-se "Fui penalizado por interferência do poder". Mete ao barulho nomes da política e do jornalismo. Não espantaria que se acendesse nova fogueira.

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Breves JN confirmado líder de vendas - A auditoria feita pela Associação Portuguesa do Controlo de Tiragens (APCT) aos números de vendas (117.205 exemplares) do primeiro semestre deste ano confirmou o "Jornal de Notícias"como o primeiro diário do país. A auditoria fora pedida pelo "Correio da Manhã" e pela Lusomundo Media. Pulido Valente deixa DN - Vasco Pulido Valente apresentou ontem demissão de cronista do "Diário de Notícias?", informa hoje o "Correio da Manhã".

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Estratega de campanha As iniciativas dos media marcadas pela originalidade em torno da presente campanha presidencial norte-americana revelam cada dia mais sofisticação. Agora é The Christian Science Monitor que possibilita a descarga de um jogo - Power Politics III - que permite que cada jogador se torne um gestor da campanha de um dos candidatos. Ao jogar, pode-se definir uma estratégia de debate televisivo, organizar uma campanha de recolha de fundos, aprender a llidar com as sondagens, lidar com as posições de cada candidato e responder à argumentação do adversário, etc. (via E-Media Tidbits)

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Por decreto "(...) mais grave de tudo isto, em meu entender, é a ideia de que o Governo tem de ter quem o defenda, nos jornais e na televisão. Não lhe basta ter o Parlamento, a Maioria, as conferências de Imprensa, as provas dadas, as obras públicas, as comunicações ao país, as decisões dos ministros - não: como se não soubesse ao que vinha, o Governo quer também ter, por decreto, quem o defenda nos jornais, na "Caras" e na rua. (...)" Francisco José Viegas, in JN, 21.10.2004

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Independência do serviço público - II Sugiro a visita à zona de comentários do post anterior. Entretanto, considero ser de acrescentar o seguinte:

  • Não é aceitável que possa caber a um governo a definição de um modelo de programação, que tem a ver com critérios profissionais. O contrário redundaria necessariamente num paternalismo governamental / estatal ao nível de critérios de gosto e de bom senso. Há orientações e balizas na actual lei da televisão que parecem mais do que bastantes.
  • Que sucessivos governos tenham procurado influenciar a televisão não parece haver muitas dúvidas. Niguém se pode dizer inocente na matéria. Mas que isso não sirva de alibi para tirar a conclusão - a meu ver errada - de que o problema reside no domínio público no sector audiovisual. É justo reconhecer que os casos de verdadeira independência não são muitos, mas é possível encontrar e adoptar modelos de organização que atenuem os rsicos de controlo.
  • Finalmente, ou a comunicação social reportou deficientemente as palavras do ministro Morais Sarmento ou o que ele disse hoje constitui um recuo sobre o que afirmou ontem. É na verdade diferente definir um "modelo do serviço público de televisão" ou definir um "modelo de programação da RTP".
  • É dramática a incontinência verbal que afecta vários membros do governo, a começar pelo primeiro-ministro.

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Independência do serviço público "Deve haver uma definição por parte do poder político acerca do modelo de programação do operador de serviço público", terá afirmado Morais Sarmento, durante o primeiro colóquio da Rádio e Televisão de Portugal, que ontem decorreu em Lisboa. Apesar de sublinhar que o papel do Governo "não pode envolver o que são as competências da administração, como seja a escolha dos responsáveis" pelas áreas de programas ou de informação, o ministro que tutela a pasta da Comunicação Social lembrou serem "os responsáveis políticos que respondem perante o povo"."Não são os jornalistas nem as administrações que vão responder perante os eleitores" pela informação ou pela programação da estação pública, salientou o ministro.Por isso, disse, é necessário "haver limites à independência" dos operadores públicos sob pena de ser adoptado "um modelo perverso" que exige responsabilidades a quem não toma as decisões. (Fonte: Público Ultima Hora) Algumas notas: :: É necessário haver limites à independência dos operadores públicos? Ninguém imagina estes operadores a funcionar em roda livre. Mas, se cabe ao Governo escolher os administradores... :: A gravidade das afirmações do ministro com a tutela da comunicação social decorre de colocar no Governo como que um dever de interferência nos modelos de programação. As declarações têm o mérito de clarificar quais as ideias e os projectos governamentais para o sector público da comunicação social, mas deixam no ar interrogações preocupantes. :: Era interessante debater a ideia de que o Governo (ou o poder político) é que deve responder pela programação do operador público. Há outras soluções que asseguram a "accountability". E que têm a vantagem de não fazer a programação flutuar ao sabor das vicissitudes político-partidárias. Por isso, o argumento de Morais Sarmento, sendo compreensível, não é aceitável.

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Responsabilidades "Entre Rui Gomes da Silva, José Veiga, Pinto da Costa, Alberto João Jardim e Luís Filipe Vieira pode não haver mais nada em comum senão a boçalidade e a intolerância. Mas as suas intervenções por estes dias - e toda a agitação que provocaram - justificam que todos nos interroguemos e reflictamos: como é possível que estas figuras tenham adquirido a projecção e o poder de que dispõem na nossa vida pública? Qual a responsabilidade dos «media» na construção da sua imagem? Quais os riscos, para a democracia e para a sociedade, de os discursos e os métodos que já vigoram no mundo do futebol se generalizarem ainda mais ao mundo da política?" Fernando Madrinha, in Expresso online, 19.10.2004 Avaliações "(...)enganam-se os comentadores que, numa ilusão agradável ao seu «ego», porventura julguem poder virar a opinião pública contra Santana Lopes. Também se engana o visado, ao recear as críticas e ao contra-atacar tentando calá-las. Há uma exagerada avaliação da influência da comunicação social em geral e dos comentadores em particular (contra mim falo). Ronald Reagan cumpriu dois mandatos como Presidente dos Estados Unidos contra a maioria da comunicação social americana. Cavaco Silva ganhou três eleições, duas com maioria absoluta, apesar da hostilidade de muitos jornalistas portugueses. E não só de esquerda: recorde-se que o Independente elegeu Cavaco como principal alvo a abater." Francisco Sarsfield Cabral, in DN, 20.10.2004

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BloggerCon Ao visitar o site da BloggerCon, que se realiza a 6 de Novembro na Stanford Law School, encontrei este post de Dave Winer: Here's something I'd like to take a look at at BloggerCon, possibly at the journalism session... Think about Jon Stewart's appearance on CNN Crossfire. Wasn't he a customer saying he wasn't satisfied with the service? Should journalists listen to their customers? (I don't mean advertisers, I mean the people who read, listen to, or watch their reports.) Should they try to give them what they want? If not, why not? Would journalism get better? Some journalists say they give the customers what they want, but I wonder about that. Eu também me questiono sobre o assunto... E não é fácil chegar a uma conclusão final. Já agora, fica o programa da conferência.

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Novos media: mais emprego, piores condições Duas grandes conclusões decorrem do relatório sobre o campo dos media e das novas tecnologias de comunicação e informação, que acaba de ser divulgado pela Organização Internacional do Trabalho: os novos media estão a favorecer a criação de postos de trabalho para jornalistas, editores, artistas e outras profissões, mas estão também a pôr em causa a qualidade e as condições desse mesmo trabalho. Intitulado "The Future of Work and Quality in the Information Society: The Media, Culture, Graphical Sector", o relatório, com mais de uma centena de páginas, serve de documento de referência de um encontro tripartido que esta semana decorre em Genebra, promovido pela OIT. O encontro foi pensado para se situar entre os dois grandes momentos de reunião da Cimeira Mundial da Sociedade da Informação, que teve o seu primeiro tempo no final de 2003 e que terá a segunda etapa dentro de sensivelmente um ano, na Tunísia. Refere um press release da OIT, que apresenta o relatório: "Computerization is tending to create jobs in the sector rather than killing them, although some segments are experiencing serious declines in employment. Conversely, the report also observes that the explosion of new and multi-media is prompting growing concerns over the level of quality of working conditions and of output in the media, cultural and graphical sectors, and presents new challenges in terms of training for jobs in the media and entertainment industry".

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Ir além da "espuma dos dias" "Os jornais portugueses podem e devem deixar de limitar[-se] a ser porta-vozes da espuma dos dias, assumindo e defendendo as suas causas», afirma Luís Osório, director de "A Capital", ao justificar o inédito e pioneiro apoio de um jornal português a um dos candidatos à presidência dos EUA, neste caso a John Kerry. "Não assumimos esta posição enquanto opção de direita ou esquerda, mas sim enquanto europeus que acreditam num mundo mais tolerante, mais democrático e menos perigoso", escreve Luís Osório, em editorial. Em declarações à TSF, o director do diário lisboeta salienta que esta tomada de posição não indicia que o jornal possa assumir o mesmo tipo de posição perante, por exemplo, as eleições legislativas, em Portugal.

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Enrique Bustamante em debate da RTP Enrique Bustamante, que integra a equipa de peritos que está a preparar a reforma do serviço público de televisão em Espanha, intervém hoje, em Lisboa, num debate promovido pela RTP. Integrado num ciclo, o debate de hoje versa o tema "A Televisão e a Rádio de Serviço Público: Experiências de Mudança".

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Jornalismo em tempos de cólera Juan Luís Cebrián publica no nº dez mil de El País, de hoje, o texto "El periodismo en los tiempos de cólera". Destaco este excerto:

"(...)Las tecnologías avanzadas, de alguna manera, nos devuelven a la prehistoria del periodismo. En la sociedad de la información los canard parisinos y los gazzetanti venecianos campan por sus respetos. En la Red, las noticias se mezclan con los rumores, los engaños o las fantasías, y se venden por menos de una gaceta, porque se ofrecen de forma gratuita, buscando refugio económico en las prácticas de la antigüedad clásica: como Horacio, aspiran al mecenazgo de algún emperador, aunque tenga el aspecto de una botella de Coca-Cola. Descubrimos, también, el retorno a los tiempos épicos del periodismo en los que un hombre solo, con una pluma y una resma de cuartillas, se disponía a desafiar al mundo. Así nació el Herald de Nueva York. Su fundador, James Gordon Vennett, hacía las veces de reportero, director, cajista, impresor, distribuidor, agente de publicidad y experto en mercadotecnia. La Red permite también el periódico hecho por un solo redactor, e incluso, dirigido específicamente a un solo lector: propicia la personalización de la información, su especialización al máximo. Algunos se preguntan sobre el futuro del soporte papel para libros y diarios, al que Bill Gates ha vaticinado una supervivencia breve. Es todavía pronto para establecer previsiones de ese tipo, que tienen que ver no sólo con los avances de la tecnología y las demandas de racionalidad económica o ambiental sino, sobre todo, con los hábitos de los consumidores. Pero no debe haber sitio para el temor ni la desesperanza. Al cabo, ¿no será mejor leer en una pantalla de cristal líquido, flexible, bien iluminada, con grandes letras, y capacidad de enlaces a otros temas a través del hipertexto, que hacerlo en un papel con cara de añoso, mal impreso y lleno de imperfecciones? Lo que sucede es que un periódico en la Red no es un periódico: no sale periódicamente, sino que se renueva de continuo; disfruta de la convergencia entre textos, vídeo y audio; y puede dirigirse a un mercado planetario, sin fronteras geográficas ni temporales que lo impidan. En la sociedad de la información, la humanidad se adentra en un mundo desconocido y sorprendente para ella: es necesario comenzar a construir casi desde los cimientos."

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"El País" nº 10.000 Os que conseguirem adquirir hoje o diário espanhol "El País" encontrarão uma edição com motivos especiais de interesse. O jornal assinala a edição dez mil com um número especial de 290 páginas e uma primeira página concebida e realizada por Miquel Barceló. Além disso, o jornal vai procurar atingir um máximo histórico da imprensa diária espanhola, batendo-se pelos 500 mil exemplares de difusão media (esse valor tem estado nos 475 mil). Neste número especial incluem-se textos de Juan Luis Cebrián, Joaquín Estefanía, Javier Solana, Mario Vargas Llosa, Carlos Fuentes, Ernesto Ekaizer, Baltasar Garzón, Manuel Vicent, Vicente Verdú, Fernando Savater, Jorge Edwards, Guillermo Cabrera Infante, Gabriel García Márquez, Juan Antonio Samaranch, Miguel Induráin, Pedro Solbes y Juan José Millás. (Fonte: El Mundo) ACTUALIZAÇÃO: EL PAIS edici?n impresa O diário El País abre, até à meia noite de hoje, o seu site à visita livre dos leitores, incluindo a sua hemeroteca. Esta é uma forma de assinalar o número 10.000 do jornal impresso (e, ao mesmo tempo, de mostrar a potenciais clientes da versão digital paga aquilo que a assinatura lhes pode oferecer!). Disponível está também o ficheiro (em .pdf) com as páginas especiais com que o diário evoca a sua edição 10.000.

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Um blogger silenciado ... e despedido O criador de um blog que tratava de assuntos relacionados com o concelho de Pombal, onde reside e trabalha, acusa o presidente do município local de o ter calado. A história chegou-me via e-mail, e só depois reparei que ela veio publicada no "Público" (Local Lisboa) de há dias. O blogger era director de marketing numa empresa local e terá sido despedido na sequência de uma queixa da edilidade junto da empresa, segundo a qual o site era actualizado nas horas de serviço. A empresa teria seguido as recomendações da autarquia. Ouvidos pelo "Público", tanto o presidente da Câmara como o responsável da empresa desmentem a versão divulgada, salientando que foi a empresa que contatou a autarquia, para "lamentar" o sucedido [uma versão que o jornal dá sem pestanejar - de facto, é de perguntar a que propósito a empresa contacta a Câmara para lamentar o conteúdo de um blog de um funcionário seu].

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Editorial do New York Times: "John Kerry for President" As manifestações institucionais de apoio aos principais candidatos na corrida presidencial norte-americana , por parte dos principais media do país (os chamados "endorsements"), são uma tradição e têm estado a surgir desde há semanas. Hoje foi a vez do diário The New York Times, que, em editorial, se declara a favor da vitória de Kerry. Excertos:

"There is no denying that this race is mainly about Mr. Bush's disastrous tenure. (...) over the last year we have come to know Mr. Kerry as more than just an alternative to the status quo. We like what we've seen. He has qualities that could be the basis for a great chief executive, not just a modest improvement on the incumbent."
Na mesma edição, o provedor do leitor, Daniel Okrent, prossegue a reflexão sobre "Political Bias at The Times", dando a palavra a dois críticos do jornal: Todd Gitlin, professor da Columbia University, que faz uma crítica pela esquerda, e Bob Kohn, um advogrado californiano, que considera o NY sistematicamente enviesado em desfavor de Bush. Actualização (18.12): Editorial do Chicago Tribune: George W. Bush for president:
"For three years, Bush has kept Americans, and their government, focused--effectively--on this nation's security. The experience, dating from Sept. 11, 2001, has readied him for the next four years, a period that could prove as pivotal in this nation's history as were the four years of World War II".

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Desktop Search, nova criação do Google Já alguém fez o download e começou a utilizar o novo brinquedo do Google, o Desktop Search? A um primeiro contacto, parece uma pequena revolução na gestão da informação ao nível do computador pessoal, só comparável ao que foi o surgimento desta máquina de pesquisa para a web. Em termos de velocidade e de eficácia a procurar mails, documentos do office, sites recentemente visitados, etc, é um espectáculo. Há, contudo, que estar atento àquilo para que, a este propósito, alertava ontem o Contrafactos e Argumentos (cf. A Closer Look At Privacy & Desktop Search, de Danny Sullivan).

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Revelar as fontes A saga dos jornalistas norte-americanos que se encontram na iminência de ir parar à prisão por se recusarem a revelar em tribunal as suas fontes de informação continua a fazer correr tinta. Alerto hoje para duas posições diametralmente opostas: Arthur Ochs Sulzberger and Russell Lewis, respectivamente patrão e presidente executivo do New York Times, por um lado, e Dave Winer, do BloggerCon, por outro. Arthur Ochs Sulzberger and Russell Lewis, no editorial The Promise of the First Amendment, publicado no NYT da passada segunda-feira:

"Although the federal government has no shield law, the vast majority of states, as well as the District of Columbia, have by now put in place legal protections for reporters. While many of these laws are regarded as providing an "absolute privilege" for journalists, others set out a strict test that the government must meet before it can have a reporter thrown into jail. Perhaps it is a function of the age we live in or perhaps it is something more insidious, but the incidence of reporters being threatened with jail by the federal government is on the rise. To reverse this trend, to give meaning to the guarantees of the First Amendment and to thereby strengthen our democracy, it is now time for Congress to follow the lead of the states and enact a federal shield law for journalists. Without one, reporters like Judy Miller may be imprisoned. More important, the public will be in the dark about the actions of its elected and appointed government officials. That is not what our nation's founders had in mind."
Dave Winer:

"If a Times reporter, because she is doing her job, as Sulzberger argues, can say no to the court, why can't you or I? The Constitution (wisely, imho) doesn't create a branch of government for journalism, but reporters often act as if it did. In the age of citizen journalism and blogging, can the austere and distinguished Times ask for and receive special protection under the law?

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Objectividade "Eu não aceito o argumento que um par de editores do Times usa de que, como as acusações de parcialidade vêm de liberais e conservadores, o jornal deve estar fazendo as coisas da forma certa. Isso faz tanto sentido quanto dizer que um homem que tem um pé sobre um bloco de gelo e outro num recipiente com carvão em brasa deve estar se sentindo bem" in Observatório da Imprensa, citando Daniel Okrent, ombudsman do New York Times

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Um problema novo "(...)A geometria variável - e cada vez mais fluida - do espaço público trouxe agora um novo campo de combate político: os reality shows. Avelino Ferreira Torres iniciou, na Quinta das Celebridades, a sua campanha para a presidência da Câmara de Amarante. Não há, aqui, obviamente, qualquer ilegalidade - apenas a esperteza do truculento autarca, combinada com a lógica comercial de conquista de audiências que é direito de uma estação privada de televisão. Mas há, no mínimo, um problema novo para todos os que se preocupam com os sistemas de equilíbrios e de contrapesos numa democracia". Mário Betencourt Resendes, in DN

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Quer "participar" nas eleições dos EUA? O jornal The Guardian lançou ontem a "Operation Clark County", uma iniciativa que visa dar a possibilidade a qualquer cidadão do mundo de intervir no processo eleitoral norte-americano. A ideia é identificar, com a ajuda do diário, um eleitor norte-americano (foi escolhido para a experiência, o condado de Clark, do decisivo Estado do Ohio) e dirigir-lhe uma carta cordata e credível, explicando-lhe o ponto de vista de alguém que não vive nos Estados Unidos da América acerca das repercussões da política norte-americana no mundo. Desta "campanha de cidadão a cidadão" The Guardian anuncia a publciação das cartas mais persuasivas e argumentadas, na sua edição de 20 de Outubro próximo. (Mais informações sobre a "Operation Clark County" aqui).

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Pressões do Governo? "Nem pensar" A Visão tem no seu site uma sondagem cujos resultados deixam pouca margem para dúvidas quanto à opinião maioritária dos mais de oito mil (!) "votantes". A pergunta "Na sua opinião, houve, ou não, pressões do Governo para tentar silenciar o Professor Marcelo Rebelo de Sousa?" tem hoje as seguintes percentagens: É óbvio - 17.2 %; Talvez sim - 2.0; Não sei - 0.5; Talvez não - 24.2; Nem pensar - 56.0.

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Conceito de pluralismo "(...) Quem tiver alguma familiaridade com as questões da liberdade de opinião nos meios de comunicação social sabe da distinção entre pluralismo externo -- aquele que se observa entre uma pluralidade de órgãos de comunicação social, cada um deles podendo ter a sua linha de orientação própria -- e pluralismo interno, ou seja, aquele que deve existir dentro de cada meio de comunicação social (...)". Vital Moreira, in Causa Nossa

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A ler De Mark Glaser: Will Satellite, 'Podcasting' Bring a Renaissance to Radio Journalism?, na Online Journalism Review. "People are using RSS feeds to get radio shows on their portable MP3 players. It's a new day in radio, but will journalism flourish?" (via Ponto Media). La Derrota de los Medios, de Javier del Pino, em contraposição a "APME Report Shows Newspaper Readers Still Trust Mainstream Media, Mostly", de Joe Strupp, este na Editor & Publisher.

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O ruído do silêncio "Há momentos em que o Presidente da República tem que saber estar calado". O presidente da República a falar em 12.10.2004 1. No princípio (desta "crise") foi o silenciamento. De Marcelo. Depois, veio o medo do silenciamento. De outros: no passado, no presente, no futuro. A seguir instalou-se o silêncio. Das televisões, em primeiro lugar. Superada a "crise", o problema foi-se. As TV's não falam, logo não há problema. É o silêncio. 2. Marcelo calou-se. Calculista. O silêncio não tem de ser o contrário da fala, mas uma outra maneira de falar. Uma espécie de oráculo que intervém sem dizer nada, depois de se ter desbordado em palavras, durante mais de quatro anos. 3. Sampaio fala para dizer que deve estar calado. Diz que a inclinação que sente é para falar (sobre as "ameaças" veladas de Santana), mas que o seu comentário é precisamente o silêncio (de quem está incomodado). 4. Ruidosos silêncios, pois. Jogos de sombras. Guerras de silêncios e bastidores. Sinais da fragilidade da nossa democracia.

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Internamento Luís Delgado, no Diário Digital, a respeito de Eduardo Cintra Torres e dos comentários deste no texto de segunda-feira, "A Brutalidade Dum Governo Perigoso": "Um vendedor de antenas parabólicas, que se acha crítico de televisão, e da Imprensa em geral, passou aos insultos pessoais. Diz tudo do seu carácter e estatura mental. Trate-se, ECT. Interne-se, num hospital psiquiátrico." Resposta de Luciano Alvarez, no "Público" de hoje : Os Métodos e Os Avisos de Luís Delgado : "Interne-se, num hospital psiquiátrico". Talvez a memória falhe a Delgado, mais coisas deste género faziam-se na ex-URSS."

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"O ruído que vai à nossa volta" "Não dêem importância ao ruído que vai à nossa volta. O importante é o rumo que juntos traçamos para Portugal" Pedro Santana Lopes, comunicação ao país, 11.10.2004 Duas ou três notas a propósito do modo como o primeiro ministro procurou classificar o debate público da última semana, reduzindo-o a um ruído:

  • Em bom rigor, não há som ou discurso que não possa ser apresentado ou entendido como ruído. Incluindo, naturalmente, o daquele que classifica o som e o discurso de outrem como ruído.
  • Desde a teoria matemática da informação, formulada por Shannon e Weaver, nos finais dos anos 40 do passado século, o ruído associa-se à entropia, ao índice de ineficiência no processo de transmissão de uma mensagem. Remete, pois, para um modelo transmissivo e funcionalista de comunicação, perfeitamente adaptável ao modelo de propaganda.
  • Dentro desta concepção, o ruído pode ser entendido como tudo aquilo que perturba a comunicação. Ou seja: tudo e todos o(s) que oferecem resistência à circulação da mensagem do emissor ao receptor.

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II Congresso Online do Observatório para a Cibersociedade Ainda estão abertas inscrições para a apresentação de comunicações deste segundo congresso online. O prazo termina a 14, 5ª Feira. Trata-se, como o nome indica, de um congresso que se desenvolve online. Já estão constituídos vários grupos de trabalho e o congresso deverá iniciar-se no dia 2 de Novembro. Entre os vários grupos, destaco: :: As utopias do jornalismo digital :: Jornalismo e internet: novos meios ou velhos paradigmas? :: Marshall McLuhan: contribuição ao desenvolvimento da Sociedade da Informação. :: Meios digitais: entre o local e o global :: Weblogs. Um novo gênero de comunicação? Dica de JornalismoPortoNet.

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"Caso Marcelo" além-fronteiras A agência Europa Press distribuiu o serviço e El Mundo publicou: "Sampaio pide el fin de la censura - Aumenta la polémica sobre las presiones del Gobierno portugués a los medios de comunicación". Também Le Monde aborda o assunto, fazendo já eco da intervenção de Santana Lopes: "Le Premier ministre portugais réaffirme la stabilité de son gouvernement".

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Os cidadãos têm o direito de conhecer Num comunicado hoje divulgado, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) adverte para o facto de nem a maioria parlamentar nem o Partido Socialista terem esclarecido, até este momento, ?os termos do acordo relativo à futura entidade reguladora, designadamente quanto às competências e à composição desse órgão?. Ora essa é uma matéria que os cidadãos têm o direito de não só conhecer em pormenor como de acompanhar e debater. Ela é demasiado importante para ser mantida no estrito campo do jogo (inter-)partidário. Neste contexto, o SJ ?exorta o Presidente da República a acompanhar o mais directamente possível o processo de criação da nova entidade reguladora?. É importante que o PR acompanhe o assunto, mas é tão ou mais importante que as instituições ligadas e preocupadas com este assunto o tomem em mãos. Não para contornar o papel dos partidos, mas para assegurar que os partidos dêem expressão às aspirações da sociedade.

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Regulação dos media: uma questão central A questão que está sobre a mesa é a da regulação dos media. Não é a única, mas é, seguramente, uma questão central. Ainda esta manhã, Óscar Mascarenhas manifestava reticências, entendendo que o melhor regulador é o público e que, na melhor das hipóteses, o tipo de instituição mais aceitável seria algo do tipo do que foi o Conselho de Imprensa, nos anos 70 e 80. Esse debate pode alimentar-se indefinidamente, mas uma vez aprovada a revisão da Constituição e remetido o figurino institucional da autoridade reguladora para um acordo entre a maioria e o PS, de cujos termos não se conhecem pormenores, é aí, antes de mais nada, que é necessário fazer incidir a atenção. É para esse aspecto que o presidente da República tem vindo a chamar a atenção nos últimos dias, sem que, todavia, o tema se converta em ponto obrigatório da agenda do debate público. Compreende-se que uma parte dos actores esteja mais (pre)ocupada com as incidências político-partidárias da crise entretanto aberta. Não será, porém, preocupante esta fuga para a frente, que não considera uma das questões-chave que o ?caso Marcelo? veio colocar sobre a mesa?

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"El País" online: acesso continuará a ser pago Em complemento a algumas reflexões apresentadas por Juan Luís Cebrián, na entrevista que deu ontem a Adelino Gomes (in "Pública"), a que a Sara Moutinho aqui se referiu, vem hoje no Libération um trabalho mais circunstanciado sobre a decisão da Prisa de fazer pagar pelo acesso ao jornal e respectivo arquivo digital. Cito:

"Certes, Elpais.com aurait perdu 500 000 lecteurs mensuels sur les 3 millions par mois recensés en 2002. Alors que la très dynamique version numérique du concurrent El Mundo est montée en flèche, décrochant un confortable leadership (4,6 millions de lecteurs en septembre, selon l'OJD). En contrepartie Elpais.com a gagné 38 000 abonnés payants, et ses ventes papier sont restées soutenues grâce à la vente de produits dérivés (DVD, livres...).«Dans l'ensemble, on n'a pas perdu d'argent», dit Mario Tascon, cette affirmation étant contestée par certains concurrents. «Le plus encourageant, poursuit-il, c'est que 85 % des abonnés ont resouscrit d'une année sur l'autre, et que leur nombre va augmentant.» Selon lui, les revenus publicitaires n'ont pas baissé non plus".

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Salas de cinema mais pequenas O número médio de lugares por sala de cinema (ou por ecrã) registou um decréscimo nos anos mais recentes, segundo dados de âmbito mundial divulgados pela Screen Digest que figuram na última newsletter do Obercom. Entre 2001 e 2003, a lotação média de cada sala passou de 210 para 200, situando-se Portugal acima da média, com 224 lugares por ecrã. Ao mesmo tempo, e de acordo com a mesma fonte, o volume global de receitas de bilheteira atingiu, em 2003, 21,8 mil milhões de dólares ? um crescimento de 6,3% relativamente ao ano anterior.

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Online Journalism Awards Já são conhecidos os finalistas dos Online Journalism Awards, promovidos pela Online News Association (ONA) e a USC Annenberg School for Communication. Destaco a presença de Dan Gillmor e de Jay Rosen na lista, ambos nomeados na categoria Online Coment Small Sites.

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Se fazem isto a Marcelo... Mário Mesquita, no Público: "Se uma personalidade poderosa do "establishment", como Marcelo, pode ser forçada a afastar-se, muitíssimo maior é a fragilidade de outros comentadores e jornalistas destituídos de influência semelhante ou sequer aproximada à do Professor..."

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Entrevista a Juan Luís Cebrián A revista Pública apresenta hoje uma entrevista de Adelino Gomes a Juan Luís Cebrián, fundador e primeiro director do jornal espanhol El País. A evolução da imprensa na era digital, o "telelixo", o panorama mediático espanhol, o processo Casa Pia e as oportunidades de expansão da comunicação social portuguesa são alguns dos temas abordados. Aqui fica um excerto: "Há uma espécie de gueto constituído por governantes, políticos e jornalistas, o qual não se dá conta de que a democracia representativa ameaça afastar-se da realidade social. Penso que este é um grande desafio. Os "media" adquiriram uma grande posição na mediação social. Por isso os governos têm tanto medo dos "media", que em muitíssimos aspectos são mais importantes do que os partidos políticos. Ao mesmo tempo, há uma desvalorização da política produzida pelos mesmos "media" e pelos mesmos jornalistas".

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Morreu Derrida Le philosophe français Jacques Derrida, le 17 juin 2004 à Paris. Photo AFP/Pierre Verdy

Com a idade de 74 anos, faleceu na noite de ontem para hoje o filósofo francês Jacques Derrida. Nascido na Argélia, numa família judia, Derrida foi uma das figuras marcantes do pensamento filosófico francês e internacional, dividindo o seu magistério, nas últimas décadas, entre a França e os Estados Unidos da América. Um dos conceitos propostos por este filósofo foi o de "desconstrução", assim explicado no diário Le Monde, de hoje, através das palavras de Franz-Olivier Giesbert: "La 'déconstruction', c'est prendre une idée, une institution ou une valeur et en comprendre les mécanismes en enlevant le ciment qui la constitue. Au-delà de cette expression, qui peut intriguer ou faire fuir, c'est un philosophe qui peut aider à la compréhension de la société". Sobre os media, e em particular a televisão, disse, não há muito, à revista Inrockuptibles: "Tous les discours apparemment compliqués, sophistiqués, prudents, ceux qui font des plis, se sont en quelque sorte trouvés exclus de la télévision. Cette évolution, que j'ai vu se produire au fil des ans, n'épargne d'ailleurs pas la presse écrite : combien de fois m'a t-on expliqué que c'était trop compliqué, qu'il fallait couper parce que les gens ne "suivaient pas". Les responsables des médias qui structurent le champ de l'espace public français mènent une véritable chasse à l'intelligence, une offensive contre tout ce qui manifeste de l'intelligence et qui est nécessairement compliqué, plié, circonspect, qui procède à son rythme, demande du temps et de la lenteur". Sobre o 11 de Setembro, vale a pena ler uma entrevista dada a "Le Monde Diplomatique", em Fevereiro deste ano, em que reflecte sobre o que é o terrorismo.

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"Contra-Informação" fora de horas O programa "Contra-Informação" que era emitido habitualmente logo a seguir ao Telejornal, tem sido passado para horas mais tardias. Na semana finda, teve, segundo o JN, o seguinte horário: na segunda-feira, foi exibido às 21.10 horas; na terça às 22.59; na quarta às 00.37 e, na quinta-feira, às 23.23. Ontem estava previsto começar às 22.15 horas.

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Marcelo era um caso comunicacional único Numa conferência que conduziu sozinho, graças à ausência de Ignacio Ramonet e Ramon Font, José Pacheco Pereira considerou ontem à noite, no Porto, que o afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI não vai ser rapidamente esquecido. Alertando para o facto de ser necessário distinguir entre debate e comentário, Pacheco Pereira rejeitou a invocação do princípio do contraditório como questão válida para criticar o espaço daquele comentador na televisão, até porque o princípio do contraditório é infinito. À margem do tema central da conferência, Democracia e Mediocracia, Pacheco Pereira classificou os comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI de caso comunicacional único, visto por mais de um milhão de pessoas. No entanto, reconheceu que o problema daquele espaço no Jornal Nacional era fundamentalmente não haver separação clara entre informação e opinião, uma vez que, salvo poucas excepções, raramente o Professor de Direito era questionado pelo jornalista pivot que, pelo contrário, se limitava a conversar amigavelmente e a ?trocar presentes? com o comentador. "Ler, escrever, contar e ver televisão" Convidado a reflectir sobre o papel dos meios de comunicação social em democracia, Pacheco Pereira confessou à partida que o seu interesse nestas matérias é essencialmente um interesse de cidadania. Por isso, ocupando-se essencialmente da questão mediática no contexto de sociedades democráticas ocidentais, assentes no urbanismo e na industrialização, Pacheco Pereira considerou que o problema dos nossos tempos é que a forma como a sociedade evolui e a revolução tecnológica do último século nos tornou dependentes dos meios de comunicação. «A própria socialização das crianças é também cada vez mais feita pela televisão», afirmou, acrescentando que há disfunções na percepção do tempo e do espaço que decorrem desta dependência. Na opinião do ex-euro-deputado, as pessoas estão habituadas a ritmos mais acelerados do que ao tempo lento da leitura e da escrita. Por conseguinte, para além de ser necessário aprender a ?ler, escrever e contar?, é também imperativo aprender a ?ver televisão?. Alertando para outras distorções do tempo e do espaço, nomeadamente para o facto de os media nos criarem a ilusão de que se conhece toda a realidade, Pacheco Pereira disse ainda que «o Big Brother é uma excelente metáfora das democracias contemporâneas». O ímpeto de escrutinar a democracia e o poder em directo fez com que se tivessem deslocado as decisões para lugares obscuros do poder que não são escrutináveis, à semelhança da equipa de produção do Big Brother que decidia, por detrás dos vidros espelhados, o que e como filmar. Finalmente, reflectindo sobre os efeitos da tecnologia, Pacheco Pereira considerou que «estamos a chegar a uma fase em que as diferenças de literacia se vão manifestar nas nossas escolhas». Os aparelhos estão a colar-se ao nosso corpo, a biologizar-se, a dominar os nossos sentidos, diminuindo a capacidade de mediação. Caminhamos, rematou o conferencista, para um mundo em que o incremento das sociedades mediáticas não leva o logos, o ethos e o pathos; leva antes apenas o pathos, a emoção, manifestamente insuficiente a uma democracia plena. Estas notas de reportagem sobre o debate ontem realizado na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, devem-se a Madalena Oliveira, que é investigadora sobre meta-jornalismo, na Universidade do Minho e a quem agradecemos o trabalho.

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Formatar os acontecimentos e definir a agenda Quando António Guterres anunciou, em Dezembro de 2001, que se demitia por entender que os resultados das autárquicas criavam uma situação susceptível de arrastar o país para um pântano, comentadores políticos e os media em geral encarregaram-se de consagrar a a versão de que o então primeiro-ministro se demitia porque Portugal se encontrava num pântano. A diferença entre as duas versões - entre os dois modos de enquadrar a realidade - são notórias, mas a segunda é que ficará registada para a história. Agora, com as sequelas do "caso Marcelo", os media começam a dar sinais de um comportamento análogo. Cavaco Silva, que fala poucas vezes, entendeu pronunciar-se. O tom foi contundente e duro, mas prudente: ouvi alguns "ses" que são de elementar bom senso: se se confirmar que... se for verdade que... então isto é "muito, muito grave". Pois já vejo hoje a pequena distorção que consiste em retirar os "ses". No Público, por exemplo, já leio que "ontem o ex-primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva quebrou o silêncio para lamentar o afastamento de Marcelo, considerando que Portugal está perante um caso "muito grave". Procurando cavalgar os acontecimentos, o mesmo jornal declara aberta uma "crise política" e o "O Independente" avança em antetítulo da sua manchete, que "Presidente da República pondera dissolução". Para o quadro ficar completo, falta organizar tribunas e debates sobre cenários eleitorais e nomes de ministeriáveis.

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Liberdade "(...)A única vantagem que existe naqueles indivíduos fuinhas que fazem a vigilância policial da consciência de cada um de nós é que, por glorioso contraste, eles mostram o que é um homem livre(...)". Eduardo Prado Coelho, in Público

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O grande mal português "(...) O grande mal português é que temos, verdadeiramente, poucos homens livres. Pouca gente, poucos cidadãos, que estejam dispostos a viver a sua vida, a construir o seu caminho, sem terem de prestar vassalagem a várias formas de poder. Os arquitectos não são livres, porque dependem dos interesses económicos do dono da obra. Os médicos não são livres, porque, regra geral, querem ser simultaneamente profissionais liberais e assalariados do Estado. Os advogados de sucesso não são livres, porque dependem da consultadoria dos governos e do tráfico de influências entre os negócios, o poder e o patrocínio. Os empresários não são livres, porque dependem dos subsídios, das isenções fiscais e da atenção do governo nos concursos públicos. Os intelectuais não são livres, porque estão quase sempre dependentes de empregos, bolsas ou subsídios públicos, os quais acabam inevitavelmente por pagar com simples fretes de propaganda partidária. Os jornalistas, quase todos, não são livres, porque dependem do pequeno chefe, o qual reporta ao editor principal, o qual deve satisfações ao proprietário, o qual tem de prestar atenção aos humores e sensibilidades do poder da hora. (...)" Miguel Sousa Tavares, in Público Nota à margem: não há arquitecto, médico, advogado, empresário ou intelectual que seja livre. Há apenas um "quase" que faz com que também todos os jornalistas não sejam livres. Isto não tira que este texto de MST seja para guardar. Ceausescu "(...)Esta semana, porém, a sem-vergonha do regime madeirense chegou ao extremo de o PSD-Madeira (um eufemismo do dr. Jardim) protestar oficialmente pelo facto de a RTP nacional ter enviado equipas de reportagem à Madeira para cobrirem (para o continente, exclusivamente) as eleições locais - o que, segundo eles, constitui um "insulto à alta capacidade dos profissionais da RTP-Madeira". E mais, indignaram-se eles com o facto de os jornalistas idos de Lisboa "se terem instalado num hotel", a partir do qual "transmitem para Lisboa aquilo que em segredo montam, com máquinas que trouxeram e aí colocaram". Por mais que puxe pela memória, só consigo lembrar-me de coisa semelhante comigo ocorrida na antiga Roménia de Ceausescu (...)". Miguel Sousa Tavares, ibidem

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Pode o poder económico comprar tudo? Não pode. Pode assegurar um império mediático, mas não o amor ou a amizade, por exemplo. "O mundo a seus pés" (Citizen Kane, de Orson Welles, 1941), que alguns consideram a obra-prima do cinema, é hoje distribuído com o "Público".

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"Petit à petit..." Nas últimas horas, o caso Marcelo fez emergir mais alguns dados interessantes que importa registar:

  • Um deles vai bater em cheio no grupo PT. Já ontem à noite, no último programa noticioso da Rádio Renascença a jornalista que entrevistava dois convidados adiantou a ligação entre a saída de Marcelo e os interesses da Media Capital na tv por cabo. Hoje, e segundo o "Público", "entre os accionistas da TVI havia quem não gostasse do tom dos comentários de Marcelo, uma vez que o grupo Media Capital está interessado noutros negócios cujo desfecho depende directa ou indirectamente do Governo. O desenlace dessas negociações, nomeadamente com o Grupo PT, poderia depender da estação ser mais ou menos crítica, nos seus espaços informativos, relativamente ao Governo".
  • O outro aspecto que vale a pena seguir refere-se ao impacte do caso na TVI. Para já, salienta-se um aspecto para o qual alertou ontem o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Alfredo Maia: o facto de, aparentemente, o abandono da TVI por parte de Marcelo ocorrer completamente à margem da sua direcção e da redacção. Enquanto Miguel Sousa Tavares é dado como estando a considerar igualmente a saída do canal, corre já, segundo o "Público" um abaixo-assinado em que se exigem esclarecimentos a Paes do Amaral sobre o caso.
No meio de tudo isto e como enquadramento, é de ler a coluna semanal de Pacheco Pereira, intitulada "A resposta da fraqueza".

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Marcelo: a carta fora do baralho Há esclarecimentos importantes que ainda faltam para uma percepção mais aproximada do que se passou em torno dos comentários do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa na TVI. Desde logo, os esclarecimentos do próprio. É, porém, possível propor, desde já, as seguintes notas sobre o caso:

  • Há mais de um ano que manifestei, neste blogue, reticências sobre os comentadores televisivos, quer actuem a solo quer em duo. Não pelas opiniões que emitem, mas pelo facto de, em vários casos, eles serem comentadores de uma realidade de que são também actores e interessados. Mantenho essa reserva de princípio.
  • Os comentários do ministro dos Assuntos Parlamentares, que para o efeito pode ser considerado um porta-voz de Santana Lopes, são a todos os títulos lamentáveis e inaceitáveis em democracia. A gravidade amplifica-se quando vemos as mesmas posições corroboradas pelo secretário-geral do PSD e, já hoje, ao fim do dia, pelo primeiro ministro. Esses comentários são inaceitáveis porque inibem o exercício da crítica política livre e reduzem, consequentemente, o campo da lberdade de expressão. Além disso, não fazem sentido, porquanto contradizem a própria natureza do que criticam: de facto, os comentários definem-se precisamente por serem pontos de vista, perspectivas discutíveis como quaisquer outras.
  • A alusão à (falta de) posição da Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) é risível: o mesmo argumento não foi utilizado quando Marcelo, justa ou injustamente, desancava Guterres, semana após semana, o que retira força ao argumento. Por outro lado, as observações em tempos feitas pela AACS sobre o pluralismo dos comentadores políticos referiam-se ao canal de televisão pública, a quem cabe uma responsabilidade apesar de tudo distinta da de um canal privado.
  • É grave e preocupante, por outro lado, que Miguel Relvas tenha invocado, para este caso, a nova entidade reguladora dos media, actualmente em fase de gestação, na sequência da revisão constitucional. Não começaria bem a nova entidade se viesse pautada (e peada) por uma filosofia reguladora como a que foi explicitada em torno deste caso.
  • É também caricato que a AACS tenha decidido instaurar um processo para averiguar a fundamentação das queixas do Governo relativamente ao programa de Marcelo rebelo de Sousa. Averiguar o equilíbrio de comentários?
  • Até prova em contrário, não se pode deixar de estabelecer uma relação de causa-efeito entre o ataque governamental ao programa de Marcelo Rebelo de Sousa e o desaparecimento desse espaço. De que forma se montaram as pressões e por que via elas foram exercidas são questões menores. Nada disto deve ser desligado da máquina de comunicação estratégica que o Governo está a instalar e relativamente à qual Marcelo era e prometia continua a ser "uma carta fora do baralho".
Com casos destes os tempos que correm não são de molde a entusiasmar quem quer que queira andar de cabeça erguida.

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Notícias, panelas e sonhos Lê-se, no Terras do Nunca: "(...)E, agora, diga-me lá - há quanto tempo não lê uma boa reportagem feita por portugueses num jornal português. Daquelas reportagens que levam mais que três horas a investigar e mais de duas a escrever. Que não se fazem ao fundo da rua, na casa da vizinha, num canto da redacção? Pois, jornalismo. É disso que se têm esquecido de fazer as empresas de jornalismo.(...)" E ainda: "É verdade - antes de venderem tachos e panelas, botões para as lapelas, os jornais vendiam notícias, histórias, sonhos até". Ainda bem que há quem lembre e avise. Não vá os responsáveis editoriais (e os dirigentes empresariais), assoberbados pelas operações de marketing e perdidos na panóplia dos gadgets, esquecerem-se da ordem das prioridades. Contudo, do meu ponto de vista, um ponto problemático, nesta história toda, é o "porém" da "sociedade portuguesa", isto é de todos nós. Trocando por miúdos: quem não acreditou que, quando nasceu o "Público", a qualidade do jornalismo ia tornar este novo título um caso de sucesso, um "El País" à escala lusa? E, no entanto, comprando, aqui e ali, uns livros ou uns cd's, eu sou dos que suspiram por uma boa reportagem, daquelas que "levam mais que três horas a investigar e mais de duas a escrever".

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25 anos de imprensa diária nos EUA Faz este mês 25 anos que começou a publicar-se a revista Presstime, da Newspaper Association of America (NAA), então designada American Newspaper Publishers Association. O presidente da altura era Al Neubarth, o qual dirigia a Gannett Co. que viria a lançar, três anos depois, o USA Today. Em número de aniversário, a Presstime convidou Al Neubarth a reflectir sobre o período de tempo entretanto transcorrido, e que foi também um tempo de decréscimo da circulação de jornais diários. São de destacar três tempos no seu texto: 1. dados da evolução da imprensa; 2.reflexão sobre as causas dessa evolução; 3. linhas para a acção futura: 1. Dados da evolução da imprensa: Then, there were 1,763 daily newspapers in the United States. Now, there are 1,456. Then, the combined circulation of daily newspapers was 62.2 million. Now, it is 55.1 million. Then, the country?s population was 220 million. Now, it is 294 million. Then, most daily newspapers sold for 25 cents. Now, most cost 50 cents. But 42 dailies sell for 75 cents, and 21 cost a dollar. 2. Reflexão sobre esta evolução Why has daily newspaper circulation decreased by more than 7 million while population has increased by 74 million? Consolidation of evening papers with morning where both were under the same ownership. Generally, that resulted in a better bottom line for owners and a better single newspaper for readers, rather than two that were so-so. But circulation took a big hit. Many newspapers, especially in major cities, simply weren?t considered as good by readers as their editors and publishers thought. So they died. Many newspaper owners have spent too much time, energy and money hedging their bets and dividing their attention on radio, TV, the Internet. Some have wasted time on ownership of sports teams and other unrelated diversions. Many newspaper owners and editors still want to be kingmakers, trying to determine who should be elected to city hall, the governor?s office or the White House. No matter their choice, most readers resent being told how to vote, and those who think we are politically biased often cancel subscriptions. 3. Linhas para o futuro: We must make regular newspaper readers out of minorities?Hispanic Americans, Asian Americans and African Americans. They are the most rapidly growing segment of our society. We must attract kids of all races to newspapers from the time they start to read or are being read to.

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Sobre a manchete da última edição do "Expresso" 1º CadernoQuais as fontes que conferiam suporte à manchete do "Expresso" de sábado, sobre a existência de um "pacto secreto Santana-Portas"? Na peça aparece vagamente citada uma "fonte próxima do primeiro ministro". De resto, quem dá a cara são as jornalistas que assinam o trabalho (Ângela Silva e Sofia Rainho) e, evidentemente, o próprio jornal. Os dois partidos envolvidos desmentiram categórica e formalmente o pacto - o que, em si mesmo, não garante que a informação do "Expresso" seja falsa. Entretanto, Vasco Pulido Valente escreveu no domingo, no "Diário de Notícias" que esta informação do semanário de Balsemão constitui uma "invenção irresponsável" e "uma mentira" "provavelmente fabricada por um inimigo de Santana". Por sua vez, Luís Delgado escreve, ainda no DN, que "não sendo um pacto, nem secreto, a verdade é que se nota uma movimentação activa, que vem de dentro de alguns sectores do PSD, os normais «has been», com tradicionais aspirações conspirativas, e compulsões destruidoras". O "Expresso" pode ter sido involuntariamente utilizado ou ter sido conivente ou estar bem informado. Resta aguardar pelos desenvolvimentos. Aquilo que, contudo, não deixa de ser sintomático é que se questione a veracidade da informação e quem possa estar eventualmente interessado em que essa informação circule e ninguém se atreva, aparentemente, a questionar o comportamento do "Expresso" que a veicula. A ser verdade, isso diria muito do estatuto de credibilidade em que é tido esse semanário.

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Notícias online: entre o potencial e o real A mais recente edição do ?Journal of Computer-Mediated Communication? (vol. 9, n.4, de Julho deste ano) publica o artigo ?Online News Production in Flanders: How Flemish Online Journalists Perceive and Explore the Internet's Potential?, da autoria de Steve Paulussen, da Universidade de Ghent (Bélgica). A principal conclusão é a de que existe um desfasamento entre o potencial percebido e o uso efectivo das mais-valias da Internet na produção digital das notícias. Aqui ficam alguns tópicos do resumo: ?This study examines how online journalists take advantage of the 'added values' of the Internet: interactivity, hypertextuality and multimediality. After a discussion of these key features of online media, the article presents a general profile of online journalists in Flanders (the Dutch-speaking part of Belgium) as well as a first understanding of their perceptions of their role. A Web survey was conducted in spring 2001 among 73 Flemish online journalists. The survey results show, among other things, that most respondents believe that the future of online journalism lies in interactivity, hypertext and multimedia. Building on this suggestion, a second study explores the ways in which 20 Flemish news Websites actively use the added values of the Internet. A checklist was developed to analyse the use of the aforementioned Internet-specific facilities by Flemish online media professionals?.

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Foto digital: as máquinas "reflex" Rui Jorge Cruz escreve no suplemento Computadores, do Público, sobre a a edição deste ano da Photokina, que decorreu em Colónia (Alemanha), até ontem, e onde a fotografia digital este em plano de destaque. Um excerto:

"(...) embora essa explosão da fotografia digital já não se verifique como nos primeiros anos - em que o número de unidades vendidas duplicava de ano para ano -, o que é certo é que já há muito que as máquinas fotográficas digitais ultrapassaram as suas "irmãs mais velhas" analógicas, tanto em unidades vendidas como em valor de vendas anuais. Só no mercado alemão - um dos mais amadurecidos em termos de fotografia digital -, 2003 viu surgirem 450 novos modelos de máquinas fotográficas digitais, para já não falar dos telemóveis e dos computadores de bolso (os chamados PDA) com câmaras digitais... E, neste mercado, como noutros europeus, as máquinas "reflex" de alta qualidade já baixaram da marca dos 1000 euros. E, a nível mundial, as vendas esperadas em 2004 de telemóveis com câmara digital embutida deverão situar-se nos 200 milhões de unidades! (...)"

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Debate Bush-Kerry: "lufada de ar fresco" "Even a format controlled by handlers and spin doctors seemed like a breath of fresh air" - assim escreve o New York Times, no editorial sobre o primeiro debate que ontem se realizou entre os dois principais candidatos a presidente dos Estados Unidos. Apesar de ter ouvido, ao início desta manhã, uma estação de rádio portuguesa afirmar que o debate não tinha tido grande história, a verdade é que diversas análises já disponíveis indicam que, pelo menos, houve debate e foi clara a diferença de perspectivas entre Bush e Kerry e, pelos vistos, também a diferença de atitudes, com o actual presidente mais na defensiva e diversas vezes dando sinais de irritação, a prop´soito da geurra no Iraque. Para quem queira ver ou rever este primeiro frente-a-frente, diários como o Washington Post e New York Times disponibilizam quer a transcrição quer o ficheiro vídeo. No início do debate, o moderador Jim Lehrer, da PBS, explicitou as regras: The umbrella topic is foreign policy and homeland security, but the specific subjects were chosen by me, the questions were composed by me, the candidates have not been told what they are nor has anyone else". (Créditos da foto: Rick Wilking, via NYT) Sobre a foto, muito haveria para dizer: esta parece ser suficientemente polissémica para poder ser lida tanto do ponto de vista do ângulo e do enquadramento (que parecem favorecer Kerry) como do ponto de vista da situação e cena retratadas (em que Kerry parece escutar quem tem a palavra). Este poderia ser um tema interessante: analisar as imagens do debate e o modo como elas constroem sentido e veiculam posicionamentos.

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