Weblogue colectivo do projecto Mediascópio - CECS / Universidade do Minho | RSS: ATOM 0.3 |



Com a "trash TV", o que vai ser o Canal 2? Na "rentrée" televisiva que hoje arranca: - o Big Brother volta com a intenção de "pôr tudo a nu" (ao Socioblogue deixo esta pérola: "Mais que um programa de televisão, o Big Brother continua a ser uma experiência sociológica, retrato e denúncia da sociedade que somos e vivemos diariamente. Afinal, a vida em directo"); - as bateriais "jornalísticas" vão voltar-se para a sordidez da pedofilia, com o início do julgamento dos presumidos implicados no escândalo da Casa Pia; - um apresentador vai pegar um touro pelos cornos, em directo e por razões humanitárias; - um político-comentador vai procurar brilhar sozinho para onde possa dispor de mais margem estratégica e táctica; - os telejornais continuam penosamente a estender-se por períodos que variam entre uma e duas horas (ainda ninguém se lembrou de meter nisto o Guiness Book of Records?) Numa "saison" de tanto "frisson", vale a pena estar atento ao que se prepara para o Canal 2 da RTP. Dentro de dias, conheceremos o plano em pormenor, incluindo o novo nome com que a criança será rebaptizada. Ficam, para já, as indicações fornecidas por Manuel Falcão, responsável do projecto, numa entrevista dada à Visão de 14 deste mês: - O novo canal arranca na última semana de Outubro; - Vai ter a componente documental reforçada; - Mais produção documental portuguesa incidindo na língua, cultura e história; - "Externalização" de toda a produção; - Muito mais programas sobre as artes cénicas; - Telejornal mais breve e informativo; - Quatro blocos diários de programas para a infância; - Dois espaços de cinema por semana; - Magazine diário sobre informação cultural; - Novo programa de entrevistas; - Extinção do "Acontece" e de "O Lugar da História" - Continuação de "Por Outro Lado" e "2010" e a "Univ. Aberta". Direi em breve alguma coisa sobre a filosofia do canal e aspectos do seu financiamento.

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Pelos cornos O apresentador José Luís Goucha anuncia que, entre as novidades a incluir no seu programa recauchutado, nas manhãs da TVI, está a pega de um touro pelos cornos, em directo. O motivo é nobre e não tem nada que ver com a procura de atenções, audiências e milhões: diz o JN que a pega se insere num "plano que Goucha tem para a angariação de fundos para as pessoas mais carenciadas". Um plano, pois. Bonito, sem dúvida.

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Prémio de jornalismo da UNICEF Termina segunda-feira o prazo de entrega dos trabalhos para a terceira edição dos Prémios Ibero-americanos de Comunicação pelos Direitos da Infância e da Adolescência. Os Prémios, organizados pela UNICEF e pela Agência EFE, reconhecem o trabalho de comunicadores sociais da América Latina, da Espanha, de Portugal e meio latinos dos Estados Unidos nos seus esforços pela promoção e defesa dos direitos da infância e da adolescência dos respectivos países. O concurso abrange s trabalhos de imprensa, rádio, televisão, fotografia e impressos dirigidos a um público infantil e adolescente e divulgados nos meios de comunicação entre 23 de Setembro de 2001 e 31 de Agosto de 2003. Esta informação, conhecida através do Jornal Brasileiro de Ciências da Comunicação, não consta aparentemenmte do site do Comité Português para a Unicef.

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Alastair Campbell: um mestre do "spinning" O antigo jornalista e há nove anos chefe do serviço de comunicação de Tony Blair anunciou hoje a sua demissão do cargo, uma decisão esperada desde os dias subsequentes à morte do cientista David Kelly. O trabalho de relação com os media e de promoção das actividades do Governo, que realizou com reconhecida mestria, fazem dele, como refere hoje o Guardian, "o rei do spinning" ou, traduzindo à letra a expressão "spin doctor", um doutorado em spin. Enquanto ele anuncia a intenção de regressar àquela que já foi a sua profissão, certamente não hão-de faltar as teses académicas sobre a sua performance e o modo como contribuiu para o desenvolvimento das estratégias e das tácticas de manipulalção dos media. A pergunta que se pode fazer é esta: porquê sair agora, com o inquérito à morte de Kelly ainda em curso? Tom Happold responde, naquele jornal, com outra pergunta: "Is it an attempt to pre-empt possible criticism of the government's handling of David Kelly?". As próximas semanas esclarecerão talvez estas movimentações. O jornal Le Monde traz hoje um interessante perfil de Campbell. (Fica, para já, o exemplo de um processo célere e, para os nossos padrões, transparente. Nomeado em 21 de Julho para dirigir as investigações, Lord Hutton iniciou funções em 1 de Agosto, tendo as audiências decorrido a um ritmo intenso, com uma vastíssima documentação disponível no site entretanto criado.)

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Políticos franceses entram em reality show Face ao convite da francesa TF1 para que os políticos aceitem "mergulhar" em famílias de acolhimento que se disponham a recebê-los, instalou-se a polémica: as forças políticas no poder estão em parte, aparentemente, entusiasmadas com a ideia, enquanto que a oposição mantém as suas distâncias. Segundo Etienne Mougeotte, vice-presidente da TF1, o objectivo do programa é nobre: aproximar os políticos dos cidadãos. Para isso, uma vez por mês, um político aceita passar dois ou três dias numa família, sob os flashes das câmaras de televisão. Um primeiro ensaio foi já realizado, com a participação de um secretário de Estado, que se inseriu na casa de uma senhora de Argenteuil. Mas, nesse caso, preferiu não pernoitar, uma vez que, sendo a dama solteira, o membro do Executivo entendeu não dar trabalho às "más-linguas". Para já, vedeta do primeiro programa a sério será nada mais nada menos que o porta-voz do governo de Raffarin. De acordo com o jornal La Vanguardia, "el Gobierno, que bajo la hábil batuta del comunicólogo Raffarin juega sin arredrarse la baza mediática - hasta el punto de amonestar por escrito a France Press o abroncar vía telefónica a TF2 por los ´excesos` de sus redactores(*) - , parece encantado con la novedad." Assim vai o mundo. ... (*) Ver o texto Raffarin rêve de médias policés, no Libération de hoje.

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Tudo tem um fim ... e um significado Vão caindo uns atrás dos outros, todos do mesmo modo: primeiro o Acontece, na RTP2; agora os programas de debate Flashback e Grande Júri, na TSF; e corre já um abaixo-assinado contra a extinção do Feira Franca, na RDP. (Sobre este último, alerta o texto do abaixo-assinado que "querem matar o único programa de rádio que todas as semanas percorre uma terra de Língua Portuguesa. E que, em directo integral e ao vivo, viaja sons, músicas, sonhos, projectos, artes e sabores da Lusofonia. E que... é uma festa (num largo ou numa praça) sempre com muita gente à volta. E que... dá a palavra ao Portugal que habita fora dos grandes centros de decisão política e económica. E que... assume os valores das terras e das gentes, misturando canções da etnografia, com os acordes das bandas, os sons eruditos, o rock ou o jazz, as vozes dos corais, as palavras da poesia popular e os gestos das artes tradicionais...".) Como se disse relativamente ao Acontece, também no caso da TSF o novo director, José Fragoso, anuncia, no Público, que "os dois programas vão dar lugar a outros também informativos com protagonistas e formatos diferentes". É provável que assim venha a suceder. Mas é estranha, do ponto de vista da estratégia das instituições em causa, esta prática, que parece estar a tornar-se hábito, de exterminar sem nada em troca, a não ser uma vaga promessa de que algo virá em substituição. "Com novos protagonistas", claro! Tudo tem um fim. É duro aceitá-lo, mas é a lei da vida. Mas tudo tem também um significado. Também é a lei da vida.

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AACS "amuada" com protocolo das televisões A Alta Autoridade para a Comunicação Social decidiu rejeitar quaisquer responsabilidades de fiscalização do protocolo assinado há dias entre a televisão do Estado, RTP, e os dois operadores privados, SIC e TVI. A AACS diz desconhecer o conteúdo integral do "dito protocolo de co-regulação", queixa-se de não ter sido consultada e de só ter sabido do assunto pela comunicação social. Pelo que percebi, esta decisão tomada hoje em plenário (maioria de votos, duas abstenções) resultou de iniciativa própria da AACS e não de um pedido dos três operadores para que fosse fiscalizadora do acordo. Será que vão pedir?

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Casa Pia: lavar e durar Encontrei na blogosfera a referência ao blog "Muito Mentiroso". É uma entrada forte (para não dizer de outro modo) do(s) blog(s) no escândalo da Casa Pia. Trata-se, ao que tudo indica, de uma manobra. Com muita pista, muito nome, muito peixe graúdo, muita insinuação. Sob a capa do anonimato. Não fico entusiasmado com esta vereda da blogosfera. Anunciam-se desenvolvimentos. Actualização: Retirei as referências que conduziam ao blog referido. Não defendo, por princípio esta prática, mas assumo-a, neste caso. Reflectindo melhor no que escreve JPP no Abrupto e concordando como o essencial do que diz, concluí que, aqui, não é o o direito à informação que está em causa, uma vez que se trata fundamentalmente de factos e de insinuações anónimas, não verificadas por instâncias credíveis, que colocam em risco direitos de terceiros. Reafirmo a inquietação de ver abrir-se esta forma de utilização dos blogs. Em rigor, não é nada de inesperado. Mas não contribui de todo para credibilizar esta nova modalidade de informação e comunicação.

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Blogs que "descontinuam", blogs que "blogueiam" O Posto de Escuta não achou graça nenhuma que tivesse surgido um outro blog em tudo semelhante, incluindo o "pormenor" da descrição da página. O acusado de plágio ainda tentou explicar-se e pedir desculpa. Não houve forma de demover o "Posto", ao fim de cinco meses de actividade. "Descontinuou". Resistem ainda - e bem! - num outro registo, o Metablogue, que, como o nome diz, assinala os discursos dos blogs sobre o fenómeno bloguístico. E o Blog Clipping, que assinala os textos da imprensa sobre a blogosfera.

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Ensino do Jornalismo: inscrições para o encontro até 4 de Setembro

O jornalismo pode - deve - ser ensinado e aprendido? Em cursos superiores ou na "tarimba"? Em cursos generalistas ou especializados? Com um cunho mais teórico ou mais prático? E o que é que se anda a fazer no nosso país, a este nível, cerca de 25 anos depois de ter tido início o primeiro curso universitário na área? Faz sentido continuar a formar jornalistas em tantos cursos, com a saturação que se regista no mercado e com a crise que atinge os media? Que avaliação fazem os que directamente estão ligados aos cursos existentes, nas universidades e nos institutos politécnicos? E os jornalistas, que dizem eles sobre o ensino? E os cidadãos?
É para reflectir sobre estas e outras perguntas que se está a preparar a realização do 1º Encontro Nacional sobre o Ensino do Jornalismo, organizado na Universidade do Minho, em Braga, pelo grupo especializado da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, SOPCOM. O encontro terá lugar em 17 e 18 de Setembro, imediatamente antes do Encontro sobre Weblogs, abrindo com duas conferências - uma de Xose Lopez Garcia, decano da Faculdade de Ciências da Informação da Universidade de Santiago de Compostela, e de Eduardo Meditsch, responsável pela formação pós-graduada em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil. Grande parte do tempo será ocupado com a apresentação e discussão das experiências formativas levadas a cabo em Portugal, nas diferentes instâncias e instituições de formação. Apesar da relevância que a profissão continua a ter na construção do espaço público, é a primeira vez que a questão da formação dos jornalistas é tomada como tema de discussão e aprofundamento pela academia, num encontro desta natureza. As inscrições continuam abertas até 4 de Setembro (o prazo foi dilatado, devido ao período de férias que atravessamos). Desde já fica aqui lançado o convite a todos os visitantes e leitores do Jornalismo e Comunicação, para que dêem os seus contributos sobre as questões que vão estar em debate e outras que entendam necessário discutir, em torno da formação dos jornalistas.

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Alguns registos de leituras de Verão: A edição da "Meios" de Julho/Agosto publica um texto de Ana Cristina Cruz intitulado "Viagem ao centro da blogoesfera", em que é feita uma análise do fenómeno dos weblog's e o seu efeito no jornalismo. Uma lista dos weblogs portugueses sobre jornalismo é também apresentada, onde obviamente não falta o "Jornalismo e Comunicação". Sobre os weblogs e o jornalismo, transcrevo um pequeno parágrafo: "Se uns acham que os weblogs se podem tornar uma nova forma de jornalismo, outros apontam-nos como algo que faz parte da cultura do instantâneo e da imediatização em que vivemos, onde todos têm algo a dizer". A revista "Media XXI" de Junho/Julho, contém também muitos motivos de interesse. Em primeiro lugar uma entrevista com Manuel Pinto, colega animador deste weblog, e "presença constante nos debates sobre media". Nesta entrevista, Manuel Pinto fala sobre o ensino na área da comunicação e do jornalismo, mas também aborda outras questões da actualidade como a concentração mediática e o serviço público de televisão. Neste último assunto, não resisto a transcrever uma curta citação: "Há uma tendência para deslocar para os media todas as atenções e menosprezar o papel que nós, individualmente e em grupos, podemos ter face a eles". Outro texto que mereceu a minha atenção foi o de Benedita Portugal e Melo, intitulado "A imagem da responsabilidade" que aborda a temática da educação/escola e a televisão, a tal "caixa que mudou o mundo e a Escola". A Educação para os Media, tem também lugar no último número da "Media XXI", com um texto intitulado "Preparar o amanhã" da autoria de Susana Henriques, que defende que "uma educação para o uso crítico dos media torna-se imprescindível, na medida em que a criança deverá interpretar diferentes conteúdos e criticá-los activamente".

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Sérgio Vieira de Melo, os media e o terrorismo Enquanto Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Melo interveio no seminário "Visões para o futuro das comunicações", realizado em Viena, de 20 a 24 de Novembro de 2002, por ocasião do décimo aniversário da instalação do centro de operações do International Press Institute na capital austríaca. O Observatório da Imprensa transcreve, na sua mais recente edição, esse discurso. Alguns excertos: "(...) Gostaria de deter-me por um momento nas possíveis conseqüências da reação aos ataques terroristas para a liberdade de opinião e de expressão. Ainda que na ordem do dia na seqüência dos terríveis ataques terroristas nos Estados Unidos, no ano passado, na Indonésia e da Federação Russa mais recentemente, a questão sempre foi um dos principais focos do sistema de direitos humanos da ONU. Embora todos reconheçamos o dever dos Estados de proteger-se e a seus povos, se necessário com medidas excepcionais, em alguns casos tais medidas podem resultar numa quebra dos mais fundamentais direitos humanos. Elas podem levar à negação dos princípios pelos quais lutamos tão arduamente, como as sociedades livres com acesso à plena liberdade de expressão e ao direito de divergir. É particularmente importante então que os Estados considerem as implicações nos direitos humanos de qualquer passo que dêem em resposta a esta ameaça; que os direitos humanos estejam no centro de tal resposta, particularmente a liberdade de informação. Responder ao terror retrocedendo nos direitos humanos arduamente conquistados é entregar a vitória aos terroristas. Não menos perigoso em tal visão é que quando países democráticos empregam atividades que atingem os direitos humanos estão incentivando regimes menos abertos de governo. Em nível internacional, o peso do exemplo, especialmente o de caráter negativo, não deve ser subestimado. As sociedades livres têm portanto uma dupla responsabilidade: proteger os direitos de seus cidadãos e não oferecer comparações fáceis ou pretextos baratos aos que tendem ao abuso de autoridade. Outra feia conseqüência dos ataques foi a facilidade com que parte da mídia tratou certas crenças, países ou comunidades, com desrespeito, usando perigosas generalizações e estereótipos. Esta tendência, a par do assédio e da violência contra seguidores do Islã, continua a causar profunda preocupação. Felizmente, os casos de mídias canalizando discursos preconceituosos e espalhando animosidade foram exceção, compensados pela cobertura equilibrada e sensível da maioria dos veículos. Precisamos de uma imprensa livre para ajudar a prevenir uma ruptura que pode ter desastrosas conseqüências ao aumentar o potencial das formas extremas de violência. Precisamos identificar as razões deste estado de coisas altamente emocional e, juntos, detê-lo. A mídia tem uma responsabilidade pedagógica.(...) Não faltam exemplos de mau uso da mídia no estímulo ao ódio e ao fanatismo. Ruanda, a antiga Iugoslávia ou a retórica talibã vêm logo à mente. É um problema persistente, presente em várias regiões do mundo. Vimos recentemente um fenômeno semelhante na Costa do Marfim. Há obrigações legais internacionais, aceitas pela maioria dos Estados, que proíbem incitação ao ódio racial, religioso e étnico – não só anti-semitismo –, e é preciso aderir a elas. O Tribunal Penal Internacional também deveria funcionar como instância dissuasiva e como cão de guarda, pois tais práticas estarão sob sua jurisdição. Sou de opinião que é preferível envolver a mídia no monitoramento de suas próprias atividades e no fornecimento de treino e recursos aos jornalistas para promover no seu trabalho, de forma simples e sábia, os direitos humanos e a liberdade; e também ajudem os cidadãos a participar plena e produtivamente de suas sociedades. (...)"

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Estudo dos weblogs Paulatinamente vão surgindo os estudos sobre os weblogs: foi recentemente disponibilizada na web a tese de doutoramento de Sebastien Paquet, intitulada A Socio-Technological Approach to Sharing Knowledge Across Disciplines. Paquet, ele próprio um blogger, apresentou o estudo na Faculdade das artes e Ciências da Universidade de Montreal (Canadá). Do ponto de vista em que se colocou, o fenómeno dos blogs é analisado num capítulo que designou por "Personal Knowledge Publishing".

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Liderança dos serviços de e-mail EUA: 44.87%. Yahoo! Mail 42.03%. MSN Hotmail 4.20%. Yahoo! Address Book UK: 66.64%. MSN Hotmail 15.54%. Yahoo! Mail 4.87% . Yahoo!Mail - Europe Australia: 69.55%. MSN Hotmail 11.82%. Yahoo! Mail 6.60%. Yahoo! Australia & New Zealand Mail Singapura: 41.56%. MSN Hotmail 27.16%. Yahoo! Hong Kong Mail 18.15%. Yahoo! Mail FONTE: CiberAtlas

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WiFi ...no comboio À atenção da CP: "Riding on the train from San Jose to Stockton (California), on the "ACE" line -- Altamont Commuter Express -- through the heart of Silicon Valley, wireless Internet access is free. As reported in Metro Magazine, a three-month trial with free wireless access will begin the middle of next month. Commuters will need a wi-fi enabled laptop or PDA to access the service. They'll be able to read e-mail, IM, link to their corporate intranets -- whatever you can do with a wired connection." (Fonte: E-Media Tidbits)

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Considero que uma das vantagens para o jornalismo do meio digital é a interactividade entre jornalistas e leitores. A participação dos leitores na vida dos jornais (com as devidas limitações, claro) parece-me fundamental para o desenvolvimento do jornalismo. E esta tarefa está cada vez mais facilitada. A BBC, por exemplo, tem solicitado por várias vezes aos seus leitores que enviem fotografias que são depois publicadas. Os telemóveis com câmara fotográfica e as máquinas digitais facilitam, em muito, esta tarefa. Na secção "In pictures" é possível encontrar interessantes exemplos de fotos enviadas pelos leitores. Este fim de semana, no âmbito do Carnaval de Notting Hill, a BBC solicitou o envio de fotografias deste festival através de MMS. E pela primeira vez, enviou também fotos para telemóveis. Eu acho que é um caminho interessante...

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Quando nas televisões portuguesas se se apresentam serviços informativos cada vez mais longos e repetitivos, a Antena 3 espanhola anunciou que a sua principal novidade para a nova temporada, que se inicia em Setembro, será o encurtamento dos serviços noticiosos, que nunca ultrapassarão os trinta minutos. A notícia vem na edição de hoje do ABC.

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"Sneer When You Say 'Journalist'" Michael D'Antonio no Los Angeles Times, reflecte sobre o descrédito da profissão de jornalista. Mais ainda: sobre o ridiculo em que, em certas circunstâncias ela caiu. Recorda o Prof. Murray, premiado com um Pulitzer: "Murray taught that serious journalism is not so much a talent as it is a craft, like carpentry. Of course, some carpenters make fine cabinets and others rough out the frames of houses. But all of it can be respectable work. The hard part is adhering to the trade's values, which apply in every setting. For journalists the most central of these values are fairness, honesty and independence. Bias is impossible to eliminate, but you can police it and compensate for it. And there is no substitute for skepticism. True believers have faith that provides answers. Journalists ask questions and challenge assumptions. The only problem with journalism by the Murray rules is that it takes a great deal of hard work, and the results are not always scintillating. Balanced stories rarely get the blood boiling. But what good reporting lacks in sizzle is made up for in authenticity."

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Telejornais de "reprise" Eduardo Cintra Torres, na sua coluna Olho Vivo: "(...) Jornal da Noite voltou às trevas dos noticiários em concorrência noite fora. Enquanto o Telejornal tende a estabilizar em uma hora, que já é demais, o Jornal da Noite voltou à hora e meia e o Jornal Nacional chega às incríveis duas horas. As poucas notícias são esticadas - e repetidas, e repetidas no mesmo noticiário. Já ao nível da fraude, pelo menos no Jornal Nacional da TVI, repetem-se "reportagens" apresentadas há meses mas como se fosse a primeira vez. É incompreensível que jornalistas como Henrique Garcia e Mário Moura participem neste embuste".

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Nos Estados Unidos, e com especial incidência nos canais por cabo, onde "as audiências são mais pequenos e os seus códigos morais mais flexíveis", as televisões estão a oferecer um verdadeiro menu pornográfico neste Verão, alargando a oferta aos mais diversos tipos e formatos de programas. A notícia é do ABC e começa por referir o seguinte: "La televisión estadounidense ofrece un verdadero «verano caliente» con una programación de contenido «sólo para adultos» que abarca desde el cómic hasta los «reality shows». Esta tendencia es más evidente en los canales por cable que en las cadenas en abierto, ya que sus audiencias más pequeñas hacen que sus códigos morales sean más flexibles. En diversos formatos (cómic, series de ficción o «realities»), los programas para adultos de esta temporada se caracterizan por presentar a estrellas de la pornografía como superhéroes"

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TELEJORNAIS "PERIGOSOS" PARA CRIANÇAS E COM REPORTAGENS REPETIDAS O jornal Público publica hoje dois interessantes artigos de colunistas, ambos tratando questões relativas à televisão. O primeiro, da autoria de Fernando Ilharco, refere a violência nos telejornais televisivos: "Apesar da violência física e psicológica que corre nos canais televisivos a quase todas as horas, podem muito bem ser os noticiários, sobretudo os do 'prime time', que transmitam as imagens, os sons e as histórias potencialmente mais perigosas e perturbadoras para os mais frágeis, para os mais desprotegidos e para os mais novos. Muitas vezes, nem as novelas, nem os filmes, nem os concursos-salve-se-quem-puder os conseguem bater". Debruçando-se sobre o papel da televisão na educação das crianças, Fernando Ilharco afirma que "A televisão hoje está em todo o lado e a todas as horas. Seja de manhã ou ao final da tarde, num dia de semana ou num qualquer domingo, qualquer pessoa, qualquer criança pode de súbito ver-se envolvida por uma violência, repulsa e decadência que a paralisa. Os pais não têm o dom da ubiquidade mas a televisão tem e é por isso que não é razoável que seja a televisão a marcar os tons e os sons do país mas sim o contrário, isto é, que seja o país, os portugueses, sobretudo o que Portugal projectar dos portugueses no futuro, a determinar o relevante, as cores, as esperanças e os desafios do dia, dos dias e dos tempos". Finalizando, e num tom que permite acalentar alguma esperança relativamente ao futuro, o autor entende que "Tudo pode ser dito aos mais novos num discurso do seu próprio mundo e não no de um outro, o qual cremos não ser também o do mundo da maioria de nós". Não chegava efectivamente a violência emitida em horário nobre pelas séries e filmes. A realidade demonstra que os serviços noticiosos televisivos são também emissores de imagens, sons e mesmo comentários violentos que, naturalmente, são absorvidos pela enorme audiência televisiva em "prime time", na qual estão incluíndos milhares de crianças. "Estima-se que quando uma criança europeia ou norte-americana atinge os 16 anos de idade já viu na televisão e no cinema histórias que envolvem 200 mil assassinatos. Mesmo os desenhados animados, não poucas vezes, abordam a temática do crime. Outras vezes ainda, a violência surge como algo de normal. A violência é apresentada como 'não violência' e a morte como algo 'não definitivo' - os bonecos morrem umas tantas vezes; e por vezes na mesma história... " Por outro lado, Eduardo Cintra Torres, analisa os telejornais estivais e conclui que estes apresentam como novidades notícias velhas, procuram notícias onde elas não existem. Chama-lhes "Saldos de Verão": "As poucas notícias são esticadas - e repetidas, e repetidas no mesmo noticiário. Já ao nível da fraude, pelo menos no Jornal Nacional da TVI, repetem-se "reportagens" apresentadas há meses mas como se fosse a primeira vez". Mas nem tudo é negativo. "o Verão traz à superfície dos canais generalistas as suas piores características, mas também traz de volta alguma da melhor televisão do mundo de anos recentes e décadas passadas".

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IMPRENSA REGIONAL INTERESSA-SE PELOS WEBLOGS O Diario do Minho abordou na edição de hoje a questão dos weblogs, tendo sido ouvida para o efeito a "blogeira" do Jornalismo e Comunicação Elisabete Barbosa. Da mesma forma foi feita uma referência ao Encontro de Weblogs que decorrerá na Universidade do Minho em Setembro. Começa assim: "Os bloggers vão encontrar-se na Universidade do Minho (UM) para se conhecerem, reflectirem sobre o fenómeno dos weblogs em Portugal e pensarem o futuro".

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Escrever um blog como se trabalhasse em Word zBlogger é uma nova solução para albergar weblogs. Com a particularidade de criar um ambiente de trabalho que praticamente replica uma página de Word: nas cores, nos sublinhados, nos corpos e tipos de letra, nas tabelas, etc. Segue de muito perto o Blogger.com, do ponto de vista dos layouts e do funcionamento. A versão disponibilizada é de utilização gratuita, não tem sistema de comentários incorporada e encontra-se ainda na fase beta de desenvolvimento. Ao aceder ao site, pode-se experimentar um demo sobre o funcionamento do zblogger

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Publicidade disfarçada na TV A coluna desta semana de Carlos Chaparro, no site "Comunique-se" (acesso sujeito a registo prévio), versa sobre o problema da publicidade disfarçada na televisão, que o autor considera ter-se tornado uma autêntica "praga" no Brasil, nas novelas e não só. O fenómeno é designado, do outro lado do Atântico, por "merchandising", um conceito que, cá, recobre aspectos diversos, ou pelo menos mais amplos. "Na prática - diz Chaparro - em alguns casos, o merchandising faz-se com a exposição ostensiva de marcas e produtos facilmente identificáveis que, com a naturalidade possível, passam a fazer parte da história narrada. Coisas como bancos, clínicas, automóveis, motocicletas, redes de lojas, cartões de crédito, vinhos, cigarros etc.. Na gíria do mercado, esse é o "merchandising caco". Deste modo, representa "uma das mais insidiosas formas de manipular gostos, opiniões, escolhas e comportamentos, em favor de empresas, instituições, negócios, poderes, produtos, idéias e até de ideologias".

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Guerra e Pas Com pena recebemos a notícia do Guerra e Pas de suspender o blog. Discordando ou não, apreciava a atenção permanente e crítica que mantinha em relação, nomeadamente, ao campo dos media. Depois do caso TSF, é ver as análises sobre «Porque é que os nossos telejornais são tão compridos?».. Como acontece com muitos outros blogs, cheguei a este guiado por alguém, quando nasceu. Nâo sei quem o escreveu. Sei que o apreciava.

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Confesso-me algo confusa em relação ao protocolo ontem assinado entre os três operadores de televisão que traduziu, segundo o ministro Morais Sarmento, o fim da "guerrilha televisiva entre operadores privados e operador público" e sinaliza o emergir de uma "atitude empresarial com consciência social". A RTP, a SIC e a TVI uniram-se para, supostamente, nos dar a todos melhor televisão, sob a coordenação do Governo. A RTP reduz a publicidade para seis minutos e meio por hora (já a partir de 1 de Setembro) e os dois canais privados comprometem-se a emitir programas com carácter de serviço público (linguagem gestual e legendagem em teletexto, emissão de produção nacional, programação para minorias étnicas), cedendo inclusive uma hora por dia de conteúdos para "as RTP" Internacional e África. A notícia do Público está aqui, assim como a lista de compromissos. O que me confunde no processo é a aparente falta de lógica da dispersão do serviço público. Captar mais publicidade não é, pelo menos aparentemente, uma contradição dos princípios de serviço público desinteressado e liberto da lógica empresarial? Segundo Pinto Balsemão e Miguel Paes do Amaral (respectivamente presidentes da SIC e da TVI), o protocolo é um passo na restruturação da comunicação social, na direcção do ideal de "publicidade zero" na RTP. Os dois empresários esperam conseguir o retorno do investimento na programação em publicidade. As minhas reticências estendem-se também ao pouco rigor das obrigações (não ouvi falar de critérios de qualidade e a Alta Autoridade para a Comunicação Social não foi chamada a intervir no processo e critica a falta de um regulador/fiscalizador do acordo). A minha suspeita sobre as boas intenções dos operadores privados subitamente tão empenhados no serviço público foi consolidada quando ouvi a resposta de Pinto Balsemão a uma jornalista da RTP que lhe perguntava se não seria pouco nobre o horário destinado às minorias étnicas nos termos do acordo (meia hora por semana entre as 6h30 e as 9h00). Diz o magnata dos media: "Como sabe, as minorias étnicas trabalham muito e levantam-se cedo. Por isso, a essa hora até podem estar a ver televisão". A SIC não deu esta parte...

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Notas sobre a primeira quinzena O apagão: Inquietante a fragilidade de um empório tecnológico; admirável a tranquilidade e bonomia nas ruas novaiorquinas; recorrente o medo de uma nova tragédia accionada pelo terrorismo. Tudo isto foi dito. O que não foi dito, ou pelo menos sublinhado, foi que o velhinho rádio de pilhas, o transístor, o auto-rádio, se tornou no meio de comunicação que pôde dar a informação que faltava, nas horas de maior aflição. Como escreve Alberto Dines, no último Observatório de Imprensa: «Considerado por muitos como um dinossauro em vias de extinção, o rádio foi a única fonte de informação capaz de atingir sua audiência. Em Nova York, uma cidade com sistemas de cabo com 500 canais e internet via banda larga, nada como depender de um radinho de pilha para colocar a vida moderna sob uma nova ? ou velha ? perspectiva». Incêndios: o Público fez um trabalho meritório e interessante, no dia 14. Com base nos debates havidos, elencou e explicou as 20 medidas para evitar a tragédia florestal. Para evitar a tragédia, não, desgraçadamente. De qualquer modo, faltou na lista uma medida, precisamente aquela que o Público mais dificuldade teve em identificar (até porque estava, de alguma forma, a dar-lhe corpo): o papel dos meios de comunicação na prevenção dos fogos. Política e showbiz: a noticiada e assumida transferência de Pedro Santana Lopes da RTP para a TVI não teve, tanto quanto me pareceu, a atenção devida. A sombra dominical do Prof. Marcelo foi-se adensando até se tornar insuportável. Por outro lado, a necessidade de o Dr. Santana Lopes estar ao fim de semana com a família fez o resto. Em tempo de mudanças de clube e de novas contratações, mais uma pouco importa para o caso. Mas importa analisar bem o panorama do comentário político que vamos ter na rentrée, nos quatro canais hertzianos. Jornalismos: Grande destaque nos media para a situação de falência da Penthouse, incapaz de defrontar a nova geração de competidores. Em contrapartida o silêncio quase total sobre a vigília de mais de 200 jornalistas do Irão, no passado dia 8, em protesto contra os ataques sistemáticos à imprensa mais independente e contra a falta de liberdade de expressão no país. Idêntico "comedimento" para a decisão das quatro casa de impressão controladas pelo Estado argelino de encostar a imprensa à parede, por causa de dívidas pendentes. Resultado: desde há três dias que importantes jornais como El-Khabar, Liberté, Le Soir d'Algérie, L'Expression, Le Matin et Er-Raï não podem ser publicados. São "critérios jornalísticos".

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A Rádio em Portugal em duas teses de mestrado A Rádio é um meio tão presente, mas tão invisível que poucos o estudam e analisam. Por isso é de saudar a recente defesa de duas teses de mestrado no Departamento de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sobre o tema da Rádio em Portugal. Trata-se dos trabalhos de Paula Cordeiro que produziu uma dissertação sobre "A Rádio em Portugal - Consensos, Dialogismos e Interactividade - Da palavra analógica ao mundo digital"; e de Luís Bonixe, sob o título "As Rádios Locais em Portugal - Informação e Função Social: Uma Análise dos Noticiários das Rádios do Distrito de Setúbal". Ambos são docentes do ensino superior público e ambos também foram avaliados e aprovados por um júri constituído pelos Professores Paquete de Oliveira, Nelson Traquina e Francisco Rui Cádima. Este último foi igualmente o orientador das dissertações. (Fonte: Newsletter de Agosto, do OBERCOM).

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História e jornalismo No início deste mês, num colóquio ocorrido no Brasil, alguém perguntou ao historiador Eric Hobsbawm que conselhos daria a um jovem historiador. A resposta aplica-se também ao campo jornalístico e foi já analisada desse ponto de vista np Observatório da Imprensa: "Nunca confundir facto e ficção, evitar pensar em termos nacionais, tentando enxergar a história de modo global, e evitar ser apenas um coleccionador de factos".

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Qualidade em jornalismo: a palavra a dois premiados Os media são avaros a falar deles próprios. Nomeadamente quando o que se diz custa a ouvir ou a ler. Exemplo disso é o que foi dito na recente entrega dos prémios Gazeta de Jornalismo. Só há dias tive conhecimento do discurso que, nessa sessão, proferiu o jornalista Valdemar Cruz que, com José Pedro Castanheira, ambos do Expresso, viram ser-lhes atribuído o Grande Prémio Gazeta de Jornalismo. O trabalho premiado resultou de "uma pesquisa de dois anos, que começou com uma simples dica de um embaixador português acreditado em Havana. A partir daí foi o desfiar de um novelo fantástico que é a história de Annie Silva Pais, a filha única do último director da ex-Pide/DGS, que deixou o marido, a família e o país para se fixar em Havana, apaixonada por Che Guevara, pela revolução, pelo calor, a alegria e o encanto de Cuba e dos cubanos". As palavras são de Valdemar Cruz que, no discurso então feito teceu considerações relevantes sobre o lugar (ou a falta dele) da reportagem e da investigação no actual panorama jornalístico. Deixo aqui parte do que então disse, que expressam os seus pontos de vista e os do José Pedro: "Entre jornalistas, é quase um lugar comum dizer-se que a reportagem é o género mais nobre do jornalismo. O prémio que nos foi conferido demonstra, se acaso fosse necessário, que a reportagem escrita continua a ser capaz de se bater, de igual para igual, com a reportagem televisiva, apesar desta ser aparentemente mais sedutora e apelativa. Mostra que os repórteres são uma componente indispensável em todas as redacções. E, já agora, que haverá sempre lugar para jornalistas e repórteres seniores (...) É nestes jornalistas seniores, certamente que mais velhos, que repousa muito da experiência, da memória, da cultura, do equilíbrio, do distanciamento, da capacidade de reflexão, da atenção às questões do foro deontológico que tanta falta fazem a muitos dos nossos media. Estes jornalistas vêm do tempo em que uma das grandes reflexões suscitadas pela importância relativa dos jornais se traduzia na constatação de que no dia seguinte seriam muito úteis a embrulhar peixe. Porém, estes jornalistas sabiam e sabem que nada impede que o peixe seja embrulhado numa folha de rigor, preenchida com uma prosa verdadeira e escrita com elegância. Perante uma concorrência cada vez mais desenfreada e sem regras, perante a crescente desigualdades de meios técnicos, de recursos humanos e de investimentos entre a imprensa escrita e o audiovisual, a sobrevivência dos jornais e revistas passa fundamentalmente por uma informação mais completa: a explicação, a interpretação, a contextualização, o aprofundamento, o debate. Numa palavra, se se quiser: pela reportagem no seu sentido mais lato. Foi o que disse, ainda no mês passado, Juan António Giner, ao falar no congresso da Associação Mundial de Jornais e no Fórum Mundial de Directores, reunidos em Dublin. Para aquele consultor, bem conhecido em Portugal, a superação da crise que grassa na Imprensa escrita de quase todo o mundo passa por uma receita bem simples, composta por três ingredientes: «Conteúdo, conteúdo e conteúdo». O futuro do jornalismo impresso passa, na verdade, pela qualidade. Qualidade do trabalho - da pesquisa, da escrita, das fotografias, das infografias; qualidade dos temas e da forma de os abordar; qualidade do grafismo e da apresentação; qualidade dos critérios - desde a independência e o rigor, até ao cumprimento escrupuloso das regras deontológicas, ultimamente tão esquecidas na vertigem e na voragem que parecem ter-se apoderado de quase todos os media no tratamento do «caso Casa Pia». É a qualidade que acaba por distinguir, uma vez assente a poeira, os bons órgãos de Informação. Ela é a fronteira, a divisória definitiva entre imprensa, rádios, televisões e jornais electrónicos de referência, que respeitam e servem a opinião pública, dos que cultivam a facilidade, que cedem ao sensacionalismo, que se curvam a interesses económicos, políticos e desportivos, que confundem propositadamente o interesse público com o interesse do público. A cerimónia desta noite serve para louvarmos e premiarmos o jornalismo de qualidade. Mas não confundamos a árvore com a imensa floresta em que vivemos e que tende a alastrar perigosamente. Há uma exigência ética, que vem do âmago da nossa profissão, que nos deve levar a sermos implacáveis na crítica, no combate e na denúncia do falso e do mau jornalismo. Uma tarefa e uma responsabilidade que é de todos nós e de todos os dias."

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"Breaking views" "Breaking views" é o nome do weblog que o jornal Chicago Tribune acaba de criar. O animador será um colunista, Eric Zorn, que foi naquele diário o primeiro a apelar aos leitores a que reagissem por e-mail - em 1993! - e também o primeiro a criar uma página pessoal - em 1997 (uma actualização posterior informa que, afinal, o pioneirismo abrange apenas o sector noticioso do jornal).

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Blog e incêndios O blog Ânimo animou a iniciativa e ela tem lugar hoje: um encontro em Chão do Brejo, para debater o futuro da Serra do Bando, "a verdadeira sala de visitas" do concelho de Mação, cuja área florestal foi em grande parte destruída pelo fogo. Ao longo dos últimos dias, o blog foi o plataforma de divulgação e mobilização da ideia de debater um projecto que passa por fazer do turismo a alavanca para "levantar do chão" o concelho.

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O Google também faz contas! Continuará o Google a ser o melhor motor de pesquisa da Web? A pergunta, feita assim de chofre, quase soa a heresia. Tanto mais que o motor de pesquisa acaba de anunciar o lançamento de uma novidade de tomo: o Google Calculator. Isto é: no site ou na barra respectiva, no local em que habitualmente inserimos os termos ou expressões de pesquisa, podemos passar a inserir também fórmulas matemátcas, as quais serão reconhecidas como tal. Por exemplo: se eu colocar a expressão 7*9+37 e fizer Enter o resultado não é a lista dos sítios em que aparece tal expressão, mas o resultado da conta, isto é, 100. Mas é possível fazer também conversões e outro tipo de cálculos. Mas "não há bela sem senão". As chamadas de atenção para as limitações do motor de pesquisa surgem de vez em quando. Ainda ontem, num texto publicado no "The Wall Street Journal", intitulado Google Is Most Popular Search Site, But Others Sometimes Do It Better, se mostram algumas dessas deficiências. E mostra-se, sobretudo, como outros motores, como o Teoma (cuja tecnologia foi, entretanto apropriada pelo Ask Jeeves) conseguem performances mais avançadas em aspectos específicos. Do ponto de vista do utilizador, estes aspectos relacionados com algo que se tornou uma ferramenta básica e essencial no quotidiano, têm certamente a sua importância. Actualização: Ver outros movimentos de outros motores de busca num trabalho publicado hoje no site NetEconomie.com, sob o título Nutch : Un concurrent opensource pour Google ?.

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Blogs no negócio "Para horror de alguns", escreve The Economist na sua última edição, fazer weblogs pode tornar-se compensador do ponto de vista comercial. Eles seriam um possível caminho para “monetising something cool,” na opinião do economista Hal Varian, da University of California at Berkeley.

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Uma informação útil proveniente do Sindicato dos Jornalistas: "O Colégio de Jornalismo da Universidade Livre de Berlim promove um «fellowship» para jornalistas da Europa e dos Estados Unidos da América. As candidaturas podem ser entregues até 31 de Outubro próximo. O programa académico terá a duração de dois semestres e decorrerá de Outubro de 2004 a Julho de 2005. (...) O principal elemento para a selecção dos participantes é o projecto científico na área do jornalismo que terá de ser entregue previamente. Os candidatos deverão ter um bom domínio da língua alemã. O curso permitirá aos jornalistas seleccionados desenvolver os seus conhecimentos científicos e trabalhar em conjunto com profissionais da Europa Ocidental e Central, bem como dos EUA".

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Preferido é uma coisa, visto é outra O trabalho "Portugueses Vêem Mais Novelas e Séries e Lêem Menos Jornais" que vem hoje no Público e a que o João Gonçalves já fez referência, levanta uma questão muito interessante, que passa por vezes ao lado de um olhar menos atento (como julgo que acontece neste caso). Escreve o autor da peça: "O tipo de programas que os portugueses mais vêem na televisão é significativamente diferente do que é visto pelo conjunto da população europeia. As notícias e as questões de actualidade estão à cabeça dos programas mais vistos quer pelos europeus em geral (88,9 por cento) quer pelos portugueses (70,1 por cento), mas, em segundo lugar, 84,3 por cento dos europeus escolhem os filmes, enquanto na segunda posição das escolhas dos portugueses estão as novelas e séries, entre os preferidos de 38,0 por cento, segundo dados recolhidos na série de inquéritos Eurobarómetro, da União Europeia (UE)." Ora quando nós vamos conferir os dados à fonte, o "European Citizens and the Media - National Reports", editado no passado mês de Maio, deparamos com uma subtileza que, a meu ver faz toda a diferença. Lá não vem que os portugueses e os europeus vêem muito os programas de actualidade e jornalísticos, ou os filmes ou as novelas e séries. Vem, isso sim, que preferem ver. Ora isto é muito diferente. E a nuance não escapou ao resumo que a newsletter de Agosto do Obercom fez sobre a matéria. O caso é clássico: se formos ver o top ten das audiências, que valem o que valem ,mas que são o que temos, encontramos à cabeça as novelas, o futebol, eventualmente alguma série ou sitcom e só depois lá aparecem as notícias. Mas se formos pela rua e perguntarmos o que é que as pessoas preferem ver na televisão não será surpreendente que ponham no topo o telejornal, depois os documentários e só a seguir os futebóis, as novelas, etc. Não é equivalente - nem se pode faze equivaler - o que se desejaria ver (as preferências) e aquilo que efectivamente se vê (as práticas). É certamente um fenómeno que depende da oferta e da estrutura da oferta televisiva, mas depende igualmente, e em forte medida, da percepção do que é socialmente aceitável. E, mesmo que não façam o que dizem, se o dizem, lá teráo as suas razões - e os programadores poderiam pensar um bocadinho nos porquês.

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Extra! Extra! "Exta! Extra!": O cartoon de Matt Janz já tem uma semana, mas vale a pena ser visto. É a história do ardina que grita que o jornal que vende ...foi vendido a um grande conglomerado mediático que logo anunciou .... despedimentos. Também do próprio ardina?

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De acordo com o Público, "o jornalista José Fragoso assume hoje a direcção da TSF em ambiente de tensão, sucedendo a Carlos Andrade, que se demitiu em Julho passado por divergências estratégicas com a administração". É ainda o Público que, com base num estudo do Eurobarómetro, notícia as preferências televisivas dos europeus, destacando que a informação é a área mais vista pelo conjunto dos inquiridos mas, em segundo lugar, as preferências diferem: enquanto os portugueses optam pelas novelas, os nossos concidadãos optam pelos filmes. Por outro lado, o mesmo estudo conclui que é entre os portugueses que se encontra o maior número de pessoas que nunca lêem jornais. Com base em Euardo Cintra Torres, que escreve também no Público sobre "Três Apagões", este poderia muito bem ser o quarto apagão, que também nos transporta para anos bem distantes... AS RÁDIOS DE AUTO-ESTRADA O diário francês Le Monde aborda a expansão de um novo tipo de rádio - "Rádios d'autoroute", que estão ligadas aos diferentes concessionários de auto-estrada franceses, emitem na mesma frequência e dedicam-se sobretudo à informação de tráfego, a reportagens sobre a circulação e à transmissão de música. "Les cinq radios d'autoroute françaises, en période de forte circulation, comme lors de ce week-end du 15 août, touchent plusieurs millions d'auditeurs. Diffusées sur une seule fréquence, 107,7 FM, elles ne couvrent pas les mêmes zones et diffusent des programmes différents. Soumises aux mêmes obligations légales que les radios ordinaires, notamment en matière de publicité, elles ont été mises en place par les concessionnaires d'autoroutes. Elles se présentent avant tout comme des radios de service, donnant des informations pointues sur le trafic. Comme n'importe quelle station, les autoroutières réalisent cependant des chroniques variées, des reportages, et soignent leur programmation musicale. En évitant cependant le hard rock et la musique classique, jugés peu consensuels".

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OCD ONLINE COMPULSIVE DISORDER O francês "L'Express" fez eco de um estudo levado a cabo nos Estados Unidos, sobre a dependência que podem provocar as novas tecnologias. A hiperactividade é um dos comportamentos que advêem de uma utilização constante das NTI, e que se traduz numa consulta compulsiva de e-mail's, págnias internet, etc. mesmo durante sa reuniões... Eis o texto da notícia: "On savait déjà que les nouvelles technologies pouvaient entraîner une dépendance. Deux chercheurs américains affirment qu'elles changent également nos méthodes de travail. Edward Hallowell, de Harvard, et John Ratey, psychiatre, ont baptisé OCD (online compulsive disorder) un trouble de l'attention qui frise l'hyperactivité. Manifestation la plus courante: assister à une réunion tout en consultant ses e-mails, regarder d'un oeil le match de foot de son fils et suivre les cours de la Bourse de l'autre. Mais cette frénésie devient pathologique si elle cache un besoin quasi physique d'être connecté en permanence. «Dans un désir d'être - et surtout de se croire - plus efficaces, certaines personnes cherchent à reproduire le fonctionnement multitâche des ordinateurs», analyse Jean Garneau, psychologue québécois, spécialiste des cyberdépendances. Cette super-efficacité n'est qu'une illusion. Elle est en effet contre-productive et peut entraîner une «incapacité à penser autrement qu'en flashs», prévient Jean Garneau. A l'heure des vacances, il est temps de se déconnecter".

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - X «Fevereiro 1872 Sua Magestade Imperial visitou o Sr. Alexandre Herculano. O facto em si é inteiramente incontestável. Todos sobre ele estão acordes e a História tranquila. No que, porém, as opiniões radicalmente divergem - é acerca do lugar em que se realizou a visita do imperador brasileiro ao historiador português. O Diário de Notícias diz que o imperador foi à mansão do Sr. Herculano. O Diário Popular, ao contrário, afirma que o imperador foi ao retiro do homem eminente que... O Sr. Silva Túlio , porém, declara que o imperador foi ao tugúrio de Herculano; (ainda que linhas depois se contradiz, confessando que o imperador esteve realmente na tebaida do ilustre historiador que...). Uma correspondência para um jornal do Porto afiança que o imperador foi ao aprisco do grande, etc... Outra vem todavia que sustenta que o imperador foi ao abrigo desse que... Alguns jornais de Lisboa, por seu turno, ensinam que Sua Majestade foi ao albergue daquele que... Outros, contudo, sustentam que Sua Majestade foi à solidão do eminente vulto que... E um último mantém que o imperante foi ao exílio do venerando cidadão que... Ora, no meio disto, uma coisa terrível se nos afigura: é que Sua Majestade se esqueceu de ir simplesmente a casa do Sr. Alexandre Herculano!» Eça de Queirós, Uma Campanha Alegre, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., p. 1187

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OS PIONEIROS DA BLOGOSFERA Paulo Querido, no seu habitual espaço dedicado à Internet. publicado na "Unica", escreveu sobre os weblogs, a moda que estes representam mas também os equívocos que provocam. Um deles, segundo Paulo Querido, é o da memória, pois com a chegada de figuras públicas à blogosfera passou-se para o escuro baú do esquecimento o nome dos pioneiros dos blogues portugueses: "Ao contrário do que se tem escrito apressadamente, a blogosfera não começou há três meses pela mão de figuras conhecidas. Antes deles chegarem, já havia centenas de "blogs" portugueses e vários milhares de "blogs" escritos em português do outro lado do Atlântico".

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Não resisto a reproduzir aqui uma notícia publidada hoje pelo JN, intitulada "Acontece acima da média do canal": O magazine "Acontece" tinha um "desempenho mais eficiente" do que a média da RTP2, onde era emitido - revela o balanço às 124 emissões do programa em 2003, efectuado pela empresa "Marktest". "Acontece", que foi para o ar a 27 de Junho, quando se aproximava do seu 10º aniversário, registou uma audiência média de 87 mil espectadores. Este índice colocou o programa com uma audiência média 21,4% acima da obtida pelo canal. Ter mais público do que o canal sucedeu em 90 das 124 emissões. A 20 de Fevereiro, houve, mesmo, 178 mil espectadores. Na hora da despedida, foi visto por um público 31% acima da média do canal 2. "Photojournalism Gets Boost Online" é o título de um interessante artigo de Mark Glaser, publicado na Online Journalism Review (OJR), sobre o recurso crescente que alguns sites noticiosos fazem de fotografias, em detrimento do video. É curioso verificar a importância crescente que estes sites (incluindo os do Washington Post, BBC News e MSNBC, por exemplo) atribuem às colaborações de "amadores" e do público em geral, além do trabalho feito por fotojornalistas profissionais. Um dos aspectos que contribuiu para o aumento da procura de imagens por parte dos cibernautas, segundo o autor, foi a guerra no Iraque: "Perhaps with so much shaky information about what was happening, people wanted to see something solid, believable". E, enquanto os media "tradicionais" (imprensa e televisão) são pressionados a não exibir imagens muito violentas ou chocantes, os sites estão ainda relativamente à vontade para o fazerem ("When the U.S. released grisly photos of Saddam Hussein's dead sons, most news sites ran them while their print counterparts were much more hesitant"). Poderão os fotojornalistas utilizar a Internet como uma hipótese sólida de trabalho freelance? Nem por isso, dizem os profissionais entrevistados por Glaser. Primeiro, porque o trabalho em regime de freelancer continua a ser mal pago, e em segundo lugar porque contam cada vez mais com a concorrência de fotógrafos amadores. Um outro artigo disponível na OJR é o de Sarah Lai Stirland, "News Sites Still Figuring Out What to Do With Online Communities". As comunidades virtuais criadas à volta de fóruns de discussão ou blogs, a possibilidade de comentar online o conteúdo de notícias ou artigos de opinião, a existência de espaços virtuais de conversa e debate, etc., são ou não uma mais-valia para os sites noticiosos? Por um lado, diz Derek M. Powazek, director da Alternet.org e autor do livro "Design for Community", "What most news sites do and tend to call community is actually the worst thing that a news organization can do, because it's kind of like sticking a microphone on a street corner outside their office where people can talk about anything, which is not the purpose of a news organization". Por outr lado, um estudo da McKinsey referido no artigo mostra que "frequent contributors to bulletin boards, online chats and product reviews at CNN.com, Cnet.com and Weather.com visited almost five times as often as those who did not use these interactive features, they looked at four times as many pages each session, and were twice as likely to return the following quarter".

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - IX «Junho, 1871 (...) Decerto, como tudo é congénere! Vejam a Imprensa. A Imprensa é composta de duas ordens de periódicos: os noticiosos e os políticos. Os políticos têm todos a mesma política: A _ quer ordem, economia e moralidade. B _ queixa-se de que não há economia nem moralidade, o que ele receia muito que venham a prejudicar a ordem. C _ diz que a ordem se não pode manter por mais tempo, porque ele nota que principia a faltar a moralidade e a economia. D _ observa que no estado em que vê a economia e a moralidade, lhe parece poder asseverar que será mantida a ordem. Os noticiosos têm todos a mesma notícia: A _ noticia que o seu assinante, colaborador e amigo X, partiu para as Caldas da Rainha. B _ refere que o seu amigo, colaborador e assinante que partiu para as Caldas da Rainha, é X. C _ narra que, para as Caldas da Rainha, partiu X, seu colaborador, assinante e amigo. D _ que se esqueceu de contar oportunamente o caso, traz ao outro dia: Querem alguns dizer que partira para as Caldas da Rainha X, o nosso amigo, assinante e colaborador. Não demos fé». Eça de Queirós, Uma Campanha Alegre, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., p. 965

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O Diário de Notícias faz eco das verdadeiras razões que terão motivado a mudança dos debates políticos domingueiros da RTP. Crê-se que terá sido uma deliberação da Alta Autoridade para a Comunicação Social, a partir de um relatório de Sebastião Lima Rego, que motivou tais alterações, e alguns dos argumentos esgrimidos nesse documento foram mesmo utilizados por Pedro Santana Lopes para justificar o abandono daquele espaço, e a sua posterior transferência para a concorrente SIC. Um pequeno excerto do DN: "Na origem do novo espaço de debate político que a RTP está a preparar para a grelha de Setembro parece estar uma deliberação aprovada, com alguma polémica à mistura, pela Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), em Dezembro do ano passado. O que é curioso é que esta deliberação teve por base um relatório de Sebastião Lima Rego, que decidiu, por iniciativa própria, questionar o formato do debate semanal que Pedro Santana Lopes e José Sócrates mantinham na RTP, mal imaginando que meses depois, o vice-presidente do PSD e presidente da Câmara de Lisboa viesse a utilizar tais críticas como um dos argumentos que pesaram na sua decisão de se transferir para a SIC. Uma transferência que apanhou a RTP de surpresa, obrigando-a a ter de recorrer a um formato que estava a ser pensado e trabalhado na 5 de Outubro, mas que aguardava, no entanto, por uma melhor oportunidade."

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - VIII «Paris, Rue de Berri, 28 de Outubro de 1888 Meu querido Bernardo [Conde de Arnoso] Tenho de ser breve e vou portanto ao assunto, do modo mais seco, como um tabelião. Sabes talvez que vou dirigir uma revista, a Revista de Portugal, que a casa Chardron edita. O meu fim, entrando nesta aventura, é fazer com que exista nesse malfadado reino, uma publicação cujo papel não seja pardo e cuja tinta não seja graxa, e onde todos os meses alguns espíritos cultos se reunam, trazendo uma ideia, uma noção, uma fantasia, uma frase, qualquer coisa com que mutuamente se interessem e interessem o público. Tu não podias deixar de pertencer a esta reunião. Somente, tu és dos íntimos do dono da casa, dos que penetram até à cozinha, e portanto tens pela casa uma outra dedicação, e fazes nela uma outra convivência, do que os conhecidos de cerimónia que não passam do salão onde peroram. Isto quer dizer, em estilo florido, que conto contigo para amigo da revista, seu colaborador familiar, seu apregoador e seu cavaleiro. A publicação é de 160 páginas e com todos os requintes tipográficos. Tem dez ou doze secções, todas interessantes e vivas, que vão desde a metafísica até à moda. Tens lá para ti a secção de viagens, a de conto, a de literatura geral. Tens mesmo, querido, se te apetecer, a de economia política! Em resumo, manda imediatamente a tua autorização para que eu te inscreva no Prospecto como colaborador. E sem mais detalhes por ora, crê-me, querido Bernardo, com um bom e longo abraço, teu do c. Queiroz» Eça de Queirós, Correspondência, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., p. 599

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - VII «Bristol, 23 de Maio de 1888 Querido Joaquim Pedro [Oliveira Martins] “ (...) Há porém um outro ponto que enceto já – ainda que não sei se tu és a pessoa competente para o resolver. Jaime Séguier, quando me convidou para escrever no Repórter, pretextou a pobreza de jornal que começa, e ofereceu-me duas libras por artigo de duas colunas. Eu tenho escrito artigos de cinco colunas – mas isso é só culpa da minha loquacidade. Ora, querido Joaquim Pedro,, por duas libras não vale a pena estar a manufacturar imensas talhadas de prosa.. Elas dão-me um grande trabalho – e nos jornais do Brasil produzir-me-iam o dobro. Por outro lado, eu não quero fazer exigências judaicas a um jornal que luta pela vida – e que há-de lutar, mesmo que passe às mãos dinheirosas de O´Neill. Como combinar tudo, portanto, interesse e sentimento? Ocorre-me um meio fácil e fazível: é publicar estas fradiquices simultaneamente no Repórter e na Gazeta de Notícias, comendo assim a duas prosas. Nem Gazeta nem Repórter perdem nada com isso. Eu combino as remessas de sorte que cada artigo saia no mesmo dia, ou pouco mais ou menos, em Lisboa e no Rio de Janeiro. E como quinze dias de mar separam providencialmente essas duas colmeias de lusitanos, segue-se isto: - que, quando a Gazeta chegue a Lisboa com artigo meu, já esse artigo tem aparecido no Repórter há quinze dias, que é como se disséssemos há quinze anos; e quando o Repórter chegue ao Rio de Janeiro com artigo meu, já esse artigo tem aparecido na Gazeta há quinze dias, que é como se disséssemos há quinze séculos – porque lá é tudo em ponto maior. Ora nota, além disto, que nem a Gazeta tem um único assinante em Lisboa – nem creio que o Repórter tenha mais de dois no Brasil. De sorte que os dois jornais têm o que precisam ter – que é, em certo dia, o seu artigo novo: e eu tenho os duplos proventos. Esta ideia é inglesa: isto é, os escritores ingleses fazem nos magazines e revistas estes cambalachos de prosa, entre a Inglaterra e a América. E é considerado um meio muito prático. – Diz, portanto, e já, se esta combinação convém ao Repórter. (...)». Eça de Queirós, Correspondência, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., pp. 580-581

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Hoje já não ACONTECE Hoje era o dia em que o programa Acontece deveria ter regressado aos ecrãs. Assim não acontecerá, uma vez que o Acontece ... aconteceu. Ficará para a história da televisão em Portugal. Nunca fui propriamente um assíduo do programa. Via-o de vez em quando. Estimava-o, apesar de achar dele aquilo que acho de vários outros media, maxime no que às actividades culturais diz respeito: Portugal é Lisboa, um poucochinho de Porto e o resto é motivo de interesse “quando o rei faz anos” e nem sempre pelos melhores motivos. Havia no Acontece um pormenor (será pormenor?) que residia no facto de o programa ser apresentado por um jornalista veterano. Os cabelos brancos não são recomendáveis em jornalismo televisivo português. Quer-se gente jovem-adulta, bem parecida, o que só por si, desgraçadamente, não garante nem bom jornalismo nem boa apresentação. Sobre o programa, é para mim evidente que ele é tragado, da pior forma possível, pela vertigem do saneamento financeiro da RTP. Era um programa adequado ao canal? Era. Era um factor distintivo do canal? Parece que sim. Era uma marca de serviço público? Porque não? Era perfeito? Certamente que não A mensagem que a RTP passa: um programa distinto – logo, um programa a abater. (Amarrada ao caso fica ainda a célebre boutade da volta ao mundo do ministro Morais Sarmento, que inquina, de alguma forma, todo o processo). Recorde-se o programa de José Hermano Saraiva que, valendo o que valia ...valia muito para muita gente. Resta temer pelo que virá a acontecer a “Por Outro Lado” (talvez se mantenha por ser barato). Não pode haver programas eternos nem gente insubstituível. Mas, supondo que tinha chegado a hora de mudar radicalmente a natureza do Canal 2, ainda assim, é preciso haver modos na mudança. Supondo que se quer fazer melhor naquilo que o Canal 2 fazia razoavelmente: ainda assim – ou sobretudo aí – é preciso que se mostre o jogo e que se actue com correcção e dignidade. Feitas as coisas do modo que foram feitas – que têm vindo a ser feitas – está-se a reforçar a ideia de que o novel Canal - que ainda não se sabe se será da Sociedade ou do Conhecimento – traz consigo um “downgrading” que é passar de cavalo para burro. Esperemos os próximos meses para ver se temos razão. Pela minha parte, torço para que não tenha.

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - VI «Bristol, 23 de Maio de 1888 Querido Joaquim Pedro [Oliveira Martins] (...) e agora entro no assunto ? que é literatura. Tenho aqui, para ti, isto é, para o Repórter, dadas certas condições, uma imensa quantidade de prosa. De facto, todo um livro. Livro, porém, que se pode publicar aos bocados, todas as semanas, sem lhe prejudicar a unidade e o interesse. Compreenderás quando eu te disser que se chama ? Correspondência de Fradique Mendes. Trata-se, como desde logo deduzes, de fazer para Fradique (não sei se te lembras deste velho amigo) o que está na moda fazer a todos os grandes homens que morrem ? publicar-lhe as cartas particulares. Fradique foi um grande homem ? inédito. Eu revelo-o aos seus concidadãos, publicando-lhe a correspondência. Se bem te recordas dele, Fradique, no nosso tempo, era um pouco cómico. Este novo Fradique que eu revelo é diferente ? verdadeiro grande homem, pensador original, temperamento inclinado às acções fortes, alma requintada e sensível...Enfim, o diabo! Tudo isto, até aqui, vai muito bem em relação ao jornal ? porque nada mais conveniente do que publicar todas as semanas, ou pouco mais ou menos, algumas destas cartas. Somente eu não podia editar a correspondência de Fradique, sem a preceder dum estudo sobre esta singular personalidade. Ora este estudo não pode ser fragmentado ? quero dizer, tem de aparecer seguido e a seguir. E ele compreende, pelo menos, dez artigos. Que queres tu? Eu conheci tanto este homem, tenho tantas coisas a contar dele, tão curiosas!... Como publicar, porém, dez artigos a seguir? No folhetim não pode ser, porque se não pode interromper o romance, nem eu quero que o estudo crítico sobre um tão grande homem apareça nesses baixos de jornal, destinados à imaginação e à novela. No primeiro artigo também não pode ser, porque isso altera a feição mesma do jornal, que para cada dia tem o seu tenor. A mim lembra-me publicar o primeiro artigo desse estudo no começo do jornal e continuar o resto no corpo do jornal, depois dos Ecos e Notícias. O pior é que talvez não haja espaço ? com a imensa verborreia das Câmaras!...Enfim, tu dirás. E é este o primeiro ponto a resolver (...)». Eça de Queirós, Correspondência, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., p.579-80

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Este fim-de-semana, duas entrevistas com Carlos Pinto Coelho. Hoje, domingo, na Pública (ainda não disponível na Internet), o autor do programa Acontece - entrevistado por Adelino Gomes - fala, como seria de esperar, do anunciado final do programa, e do que ele representou para a divulgação da cultura em Portugal. Mas a conversa não fica por aí... a "burla das audiometrias", a indústria livreira nacional, o futuro "Canal Conhecimento" em que a RTP2 se transformará, e até o ensino do jornalismo em Portugal são outros dos temas abordados nesta entrevista. Sábado, na secção "Grande Plano" do Jornal de Notícias, numa entrevista de Helena Teixeira da Silva, o jornalista que esteve à frente do Acontece durante quase uma década admite a possibilidade de "partir para outros projectos" fora da RTP, se a ocasião surgir. Quanto à hipótese de dar continuidade ao Acontece numa outra estação televisiva, Carlos Pinto Coelho afirma: "Nós não cometemos nenhum crime. Não tenho vergonha nenhuma do nome 'Acontece'. Se puder transplantar o conceito e a obra, a vida e a experiência deste produto jornalístico para outro terreno, transplanto sem margem para dúvidas ou hesitações".

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - V «Bristol, 29 de Julho de 1886 Sr. Director da Província: No número da Província de 14 de Maio, chegado hoje aqui, encontro no ?Correio da Capital? uma anedota literária, em que eu apareço, por ocasião da primeira representação do Drama do Povo, de Pinheiro Chadas, sentado na plateia de D. Maria, entre o meu amigo Ramalho Ortigão e o meu amigo Guerra Junqueiro, chacoteando ruidosamente a peça, e indo, nos intervalos, apertar com efusão as mãos ambas do autor! Sem me referir à divertida falta de coerência moral que me atribui o seu correspondente, sem me referir mesmo à inverosimilhança de eu ter rido dum drama de Pinheiro Chagas ? devo declarar a V., para que esses grandes factos vão bem apurados, se tiverem de passar à História, que eu não assisti à primeira representação, nem assisti jamais, infelizmente, a nenhuma representação do Drama do Povo. Lembro pois a V. A justiça de fazer rectificar essas risadas que eu não dei, num sítio em que não estava, com um drama que eu nunca vi. De V., etc. etc. Eça de Queiroz» Eça de Queirós, Correspondência, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., p.568

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De acordo com o Expresso, a SIC, a TVI e o Governo negociaram ontem um protocolo, que será assinado no próximo dia 21, através do qual as estações privadas passam a efectuar serviço público em algumas áreas, em troca da limitação no espaço publicitário da RTP1. No que diz respeito às estações privadas, o protocolo inclui um investimento em produções independentes e em produções apoiadas pelo ICAM, o fornecimento de programação para os canais internacionais da RTP, a emissão de programas com linguagem gestual, a legendagem de alguns programas através de teletexto, e a existência de um espaço para programas destinados a minorias étnicas, religiosas ou culturais. O protocolo começa a produzir efeitos a partir de 1 de Setembro, e poderá ser revisto passados três meses, se se decidir novamente diminuir o tempo destinado a publicidade na RTP1. Entretanto, o Público avança hoje com a indicação de que "Sucessor do Acontece terá meia hora e será feito fora da RTP". Aqui fica um excerto da notícia: "O perfil do programa já foi definido pela equipa dirigente, chefiada por Manuel Falcão, mas ainda não tem nome nem apresentador definido. O canal - que deverá começar com protocolos assinados com cerca de quatro dezenas de entidades da chamada 'sociedade civil' - deverá ser apresentado no início de Setembro e arrancar em Outubro".

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - IV « (...) S. M. [Sua Majestade] concedeu-a [a dissolução do ministério] – o que produziu aquele artigo célebre do Estandarte, jornal do governo dos bexigosos, que ameaçava S.M. com a sorte de Luís XVI ou de Carlos I, exactamente oito dia depois do artigo em que o mesmo jornal comparava S. M., pelas virtudes, a Tito, pela justiça, a S. Luís, e pelo respeito da Constituição, à Rainha Vitória! A resposta do Globo, jornal do Dr. Cardoso Torres, foi enérgica! Dizia que só se podia responder com um chicote a um jornalista que ameaçava com o cadafalso S. M. que, pelas virtudes, estava muito acima de S. Luís, e, pelo respeito da Constituição, era incomparavelmente superior a Sua Graciosa Majestade a Rainha Vitoria – eloquente artigo, e que apareceu exactamente 15 dias depois doutro, violento, em que, então na oposição, o redactor do Globo, inspirado pelo Dr. Cardoso, dava claramente a entender que o fim provável de S. M. seria a guilhotina de Luís XVI, ou pelo menos o cadafalso de Carlos I ! Pondo em relevo estes factos, eu não quero, por forma alguma insinuar que haja na imprensa política falta de sinceridade, de lógica ou de dignidade. Quero apenas fazer sentir a perniciosa influência da ambição e da paixão em espíritos cultos. Creio, porém, que S. M., ao ver-se alternadamente destinado, pelo mesmo jornal, ao cadafalso de Luís XVI ou à canonização de S. Luís, decerto nem experimentaria nem terror, nem vaidade, pois que nenhuma destas ameaças representavam o desejo íntimo do jornalista, mas eram apenas a explosão duma cólera biliosa ou dum reconhecimento enternecido, e, muitas vezes mesmo, uma manobra útil na táctica da vida política (...)» Eça de Queirós, O Conde de Abranhos, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., p. 358

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"Personal Broadcasting Opens Yet Another Front for Journalists" é o título de um texto de J. D. Lasica, da Online Journalism Review, sobre emissões de televisão na Net feitas por uma pessoa só, ou uma equipa muito pequena, "no ar" 24 horas por dia. "Using equipment that is now relatively inexpensive and simple to use, these video pioneers are claiming a stake in territory that was once the exclusive province of big media", afirma. Um dos exemplos apresentados por Lasica é o site norte-americano Daytonabeach-live, criado por Harold "Raven" Kionka, e que regista uma média de 17 mil visitas diárias. Diz o seu fundador: "I consider a lot of what I do real reporting with no strings attached. When a major event comes to town, I'm there with my camcorder to record everything that goes down while adding some color commentary. On slower days, I still capture the city's day-to-day life".

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - III « (...) O famoso Gorjão representava no partido dos Reformadores, a que ele de resto sempre pertenceu, o papel que desempenhava nas redacções dos jornais parisienses da Restauração o espadachim, tão poderosamente descrito por Balzac. O espadachim era ordinariamente um antigo oficial da Guarda Imperial, que a Restauração reformara, e que, levado à miséria, pelo absinto, o tabaco e as fêmeas, alugava a força do seu pulso e a sua destreza à espada a algum jornal de combate. De olho avinhado, voz catarrosa, bigode eriçado, grande casaco debruado de astracã até ao pescoço, cabelo à escovinha, chapéu ao lado, este personagem temeroso passava o seu dia na antessala duma redacção, queimando o cachimbo de espuma, repastando-se nos jornais de histórias de crimes e de roubos, e esperando que pessoas ofendidas subissem as escadas, a pedir a explicação de um artigo muito insultante ou duma calúnia muito directa. E se algum desgraçado aparecia, o feroz indivíduo erguia a sua enorme estatura, escarrava grosso no chão, e perguntava com voz agressiva e o olho raiado de sangue: - As suas armas? Os seus padrinhos? Às ordens! E, ou o ofendido recuava diante da medonha aparição deste cão de fila ? ou, ao outro dia, recebia, através duma entranha essencial, a lâmina infalível da sua espada (...)». Eça de Queirós, O Conde de Abranhos, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed.,p. 375

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - II « (...) O jornal, a quem o ministério desse período recusara, sem razão, um honroso subsídio, fazia uma oposição amarga. O ministro apresentara um projecto de reforma administrativa. Estas reformas têm sido tão numerosas em Portugal ? tal é o honroso esforço de todos os governos para um ideal melhor ? que não posso precisar os princípios sobre que esta se baseava: debalde tenho perguntado aos homens púbicos que então a discutiram e votaram: nenhum se recorda. Deduzo, porém, dos artigos da Bandeira, que o seu espírito era centralizador. Foi então que Alípio escreveu esse artigo, tanto mais admirável quanto é certo que ele concordava inteiramente com os princípios defendidos na reforma. Porém, jornalista de oposição, não duvidou em fulminá-los ? tal era a sua lealdade aos compromissos políticos (...)». Eça de Queirós, O Conde de Abranhos, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., p. 329

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Que efeitos teve (e tem ainda) a guerra no Iraque para os media internacionais e, sobretudo, dos EUA? Diz Michael Wolff, na revista New York Metro: "Clearly, the war will be more of a story. It gets bigger every day. Not least of all because the media is now having to rewrite itself. The questions we failed to ask, the stories we declined to pursue, have surely helped get us into the present mess". Michael Wolff organizou um debate com jornalistas e editores britânicos e norte-americanos, do qual são publicados alguns excertos. O debate não se limitou à cobertura mediática do conflito no Iraque, tendo sido abordada também a relação entre os jornalistas e os políticos, o jornalismo de investigação, os jornalistas "embedded" e os "não-embedded", o tabu de mostrar ou não imagens violentas ("We never show you how horrible it really is. It really is much, much worse than anything you ever see on television. You can?t imagine".), entre outros temas. A dica vem de Journalism.org.

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Eça e o jornalismo, ontem e hoje - I « (...) Entretanto, querendo vir à arena com todas as armas, o Conde preparava a sua reputação literária, como redactor-chefe da Bandeira Nacional, jornal de que, atendendo ao brilho que lhe deu a colaboração de Alípio e à sua curta existência, eu poderia dizer, parafraseando o conhecido verso de Malherbe sobre a rápida vida das rosas ? que viveu o que viveu um foguete, o espaço dum estalo e dum clarão! A Bandeira Nacional era um destes muitos jornais, que fundados sem capitais e não correspondendo a nenhuma necessidade intelectual, têm na sociedade um lugar isolado e sem valor, arrastam uma vida difícil, tendo de mendigar aqui e além ? ou da oposição ou do Governo ? a esmola dum subsídio, e, quando este lhes falta, se extinguem por si mesmos no silêncio e na obscuridade (...)» Eça de Queirós, O Conde de Abranhos, in Obras de Eça de Queiroz, Vol. III. Porto: Lello & Irmão Ed., p. 327

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Incêndios: os cidadãos, os políticos e os media Os incêndios são assunto de cidadania. Exige-se sensibilização sobre os factores que os provocam, nomeadamente aqueles factores que estão nas mãos das pessoas. Mas isso não basta. Em certo sentido ? é terrível reconhecê-lo ? a pessoas só tomam consciência de que o assunto é demasiado sério quando ele adquire o carácter de calamidade pública e lhes toca nos haveres e nas vidas. Os incêndios são um tema político. Infelizmente, são-no apenas no Verão. E parece que para pouco mais do que para cantar vitória no caso de a área ardida ter sido menor do que no ano anterior e esconder a derrota, em caso contrário. É assim há muitos anos. Não chega o argumento do aquecimento geral do planeta ou as condições climatéricas excepcionais (e que não afectam apenas Portugal). A cobertura feita pelos media tem sido, salvo casos muito pontuais, abaixo de medíocre. Numa situação destas, não é aceitável que os jornais nos venham repetir o que já vimos nas televisões até à exaustão dos directos. Sempre com os mesmos lugares comuns, as mesmas frases feitas, o mesmo tom dramático. É certo que a época não é favorável a reunir os recursos humanos (profissionais e periciais) que permitam ir além do óbvio e do já visto. Mas isso não pode explicar tudo. Assim como se exigiu outra capacidade de reacção do Governo face à amplitude e gravidade da situação, também parece legítimo exigir que os media se apercebam que é necessário ir além da reportagem das frentes de fogo. Torna-se necessário começar a ?ler? o que tudo isto significa. Que implicações tem. Que contributos reunir para a leitura do que se está a passar. Que políticas implementar, em termos imediatos e a medio e longo prazo. Que recursos afectar. Que novos actores envolver. Questionar também as responsabilidades e papeis da própria comunicação social. Deixo apenas um mote: enquanto os citadinos continuarem convencidos de que o problema dos incêndios diz respeito sobretudo aos donos das florestas e aos rurais, não sairemos da grave situação em que nos encontramos. Ora é do espaço urbano, do referencial urbano, que os media vêem os incêndios.

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O jornal "Le Monde Diplomatique" tem um novo grafismo. A notícia é avançada hoje pelo Público, que recorda que esta é a segunda vez que são introduzidas alterações ao aspecto gráfico da publicação, desde a sua fundação, há cinco décadas. Numa nota sobre esta mudança, o director Ignacio Ramonet afirma que o novo visual do jornal pretende manter-se fiel à recomendação do seu fundador (Hubert Beuve-Méry): ter simultaneamente um aspecto sério e atraente.

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Já agora, deixo aqui algumas boas ideias sobre como utilizar weblogs em sites de notícias, retiradas da habitual coluna de Steve Outing, Stop the presses!. Além de destacar a utilidade dos Moblogs e da possibilidade de amadores escreverem para o site, Outing explica como se podem atrair os mais novos com os blogs: Using Blogs to Attract a Younger Crowd Chances are, if you say "blog" to a group of people in their teens or 20s, most of them will know what the word means. The percent in-the-know of an older group almost certainly will be lower. So some news sites -- most notably Lawrence.com -- are using blogs as a ploy to attract a younger demographic. In Athens, Ga., home to the University of Georgia, the local newspaper, the Athens Banner-Herald, recently introduced the AthensMusic.com Weblog, which focuses on the local music scene and "is an attempt to bring younger readers into our brand," according to Director of Online Services David Bill. Bill is the primary blogger now, but his intention is to open it up to local music fans "to add their thoughts and news." He's contemplating paying some contributors a modest fee. The music blog was launched over the summer, and the true test of the new feature will be when students return to school in a couple weeks, and the Weblog is marketed to them.

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Como é que os jornais que têm weblogs resolvem o problema da edição destas páginas? A discussão é quase tão antiga como os próprios blogs. Há quem defenda que devem ser editados como os restantes textos publicados. Há opiniões opostas que defendem que a edição deturpa o espírito dos weblogs. Eu acho que a decisão cabe à direcção do jornal e que os leitores deverão ser informados sobre que opção foi escolhida. A propósito do lançamento de um novo weblog sobre TIC pelo site InfoWorld (este não editado), o Cyberjournalist lançou a questão: Should editors at news sites edit Weblog entries before they are published? Should they simply read them after they are published? Should they not edit them at all? What do you think?

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O suplemento diário "Fugas de Verão", do Público, inclui uma coluna intitulada "Gazeta dos Blogues", que três vezes por semana (sábados, terças e quintas) dá destaque a um blog português. Para a edição de hoje, a jornalista Maria José Oliveira escolheu "A Montanha Mágica".

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FARO DE VIGO RENOVADO EM ANO DO SEU 150º ANIVERSÁRIO No ano em que cumpriu o seu 150º aniversário, e como forma de celebrar o Dia da Galiza, o “Faro de Vigo” estreou um novo grafismo, procurando oferecer aos seus leitores um produto jornalístico mais fácil de ler pela sua qualidade gráfica e pela clareza e equilíbrio, ao combinar rigor informativo e estético. De facto, o Faro está mais bonito, leve, interessante e fácil de ler, mercê de um aligeiramento gráfico motivado pela mudança de tipos, elo arranjo e organização da informação e criação de novas secções. O processo de mudança gráfica foi dirigido e implementado pela própria equipa do “faro de Vigo”, tendo o trabalho demorado mais de um ano em concluir-se. Em termos de secções houve algumas mudanças e reajustamentos. A partir de agora o jornal abrirá com a secção “Gran Vigo”, um espaço de informação sobre a cidade e a sua are a metropolitana. O mesmo acontecerá em cada uma das suas seis edições, além da de Vigo, Pontevedra, Orense, Arousa, O Marrazo e Deza/Tabeirós-Montes. Outra nova secção é dedicada à sociedade e cultura, enquanto que a opinião e desporto terão espaços próprios e claramente definidos. Preocupação houve também com os classificados e com os serviços, que mereceram especial atenção dos gráficos, para os tornar mais legíveis e fáceis de consultar. Um dos aspectos a merecer destaque é o facto dos titulares das diferentes secções apresentarem tipos de letras distintos. Um “faro de Vigo” melhor é o que temos agora em mãos, um espelho e modelo do que é a imprensa regional de qualidade e grande expressão e expansão na vizinha Galiza e na Espanha.

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Mais devagar Durante pelo menos duas semanas, este blog abranda - não suspende - as actualizações. Continuará a valer a pena passar por cá.

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Cursos da BBC online Através do ContraFactos, tive conhecimento de um razoável menu de cursos de formação online, no campo dos media. São disponibilizados pela BBC e estão acessíveis no site dedicado a Training & Development - Online courses index. Cobrem áreas como televisão, vídeo, novos media, tecnologia de broadcasting e jornalismo.

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Le Monde Diplomatique” de cara nova Pela segunda vez na sua história de quase 50 anos, “Le Monde Diplomatique” muda o grafismo. Procurando ser fiel ao que o fundador, Hubert Beuve-Méry, escreveu no primeiro editorial, em 1954 – ”Ser sério sem deixar de ser atraente”, a concepção gráfica agora adoptada visa conciliar classicismo, rigor e clareza. Num texto de Bernard Cassen, apresenta-se a evolução do jornal desde meados dos anos 90, de que se destaca este parágrafo: “En sept ans, de janvier 1996 à décembre 2002, la diffusion moyenne payante du Monde diplomatique est passée de 180 738 à 228 164 exemplaires, soit une progression de 26,2 %. En 2002, et pour sa seule édition en français, cette diffusion a augmenté de 7,87 % par rapport à 2001. Quant à l'audience du journal, mesurée par AEPM 2002 (Audience études sur la presse magazine), elle atteint, uniquement pour la France, 1 635 000 personnes. Ce chiffre ne prend en compte ni les exemplaires de l'édition française diffusés hors du territoire national (29,6 % des ventes totales), ni les éditions papier publiées dans 21 pays, ni les 21 éditions Internet disponibles (au total, en 17 langues) ». *** ... e por falar no Le Monde Diplomatique, o número deste mês inclui um trabalho de Armand Mattelart intitulado "Internet, information, consommation: Les laissés-pour-compte du cyberespace".

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Motor de pesquisa da Internet para pobres Investigadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) estão a desenvolver um motor de pesquisa da Internet concebido para responder às necessidades de utilizadores situados em países pobres. O motor chama-se TEK (Time Equals Knowledge) e funda-se na ideia de que as pessoas dos países ricos são folgados em dinheiro mas t~em pouca disponibilidade de tempo, enquanto que as dos países pobres têm menos dinheiro mas mais tempo. Alguém que use o TEK envia o pedido de pesquisa por e-mail para Boston, onde um servidor central fará a pesquisa da net, escolherá os sites mais adequados. Compime-os e envi-aos de volta ao consulente, no dia seguinte. Os encargos são baixos por se tratar de uma comunicação assíncrona. A versão beta do TEK estará pronta para testes dentro de três a quatro meses.

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Classificar Crawford Kilian tem um blog intitulado Writing for the Web. Depois de analisar montes de blogs, durante vários meses, apresentou a seguinte proposta de classificação: * The major genre might be called the introvert blog *Another kind of personal record is in the extrovert blog, in which the author pays more attention to the surroundings. *Another genre is the job blog, in which the focus is on events at work. *The specialist blog can be a variant of the job blog, but the specialty may be just one aspect of the job, or a hobby. Advocacy blogs tend to be one-sided (here's my opinion and here are the blogs that agree with me), but a few do invite visitors to check out the evil blogs of the opposition.

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Sessenta maneiras Através do Sopa de Pedra: uma lista das 60 maneiras de melhorar um jornal online.

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Pré-pagamento O Expresso anuncia no seu site que vai lançar na próxima segunda-feira um novo sistema de subscrição. O leitor passará a dispor de novas modalidades de pagamento «on-line» da versão electrónica do jornal, nomeadamente o «Porta-moedas Expresso», que é um sistema de pré-pagamento.

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» Televisão e cidadania. Contributos para o debate sobre o serviço público. Manuel Pinto (coord.), Helena Sousa, Joaquim Fidalgo, Helena Gonçalves, Felisbela Lopes, Helena Pires, Luis António Santos. 2ª edição, aumentada, Maio de 2005. Colecção Comunicação e Sociedade. Campo das Letras Editores.

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